Trabalho

Chefe ou líder do futuro? Veja 7 tendências em liderança corporativa

Empatia, trabalho híbrido, neurodiversidade, entre outros, são alguns dos skills que serão valorizados pelas empresas, segundo destaca especialista

Erika Santos

Redação Folha Vitória
Foto: Freepik

O mundo corporativo evoluiu nos últimos anos de forma significativa, sobretudo no que se relaciona ao papel da liderança. O "chefe" deu lugar ao "líder", mostrando que mais do que uma nomenclatura, o objetivo agora é guiar, conduzir, orientar e ajudar os colaboradores a trilharem um caminho assertivo e próspero.

Na visão de André Freire, sócio da EXEC, consultoria especializada em Executive Search, um dos aspectos que mais contribuiu para a aceleração desta transformação envolvendo carreiras foi a a pandemia de covid-19.

“A covid-19 trouxe uma nova mentalidade de liderança. A começar pelo fato de que a grande maioria teve que trabalhar no formato home office e o gestor precisou encontrar caminhos para liderar à distância, o que demandou novas competências e visões”, destacou.

> Siga o Folha Vitória no Linkedin para ficar por dentro de outras oportunidades de emprego!

Desde então, habilidades que fogem do escopo técnico passaram a ser valorizadas, como empatia, comunicação eficiente, ética, inteligência emocional, entre tantas outras. Ele destacou 7 tendências que considera importante para nortear a boa liderança. Confira:

1. Empatia

André Freire acredita que ainda existem líderes que não exercem esse tipo de característica, que é se colocar no lugar do outro. 

“Empatia mostra que o líder se importa com sua equipe, mas não somente da boca para fora. Envolve cuidar do outro e praticar a escuta. Um líder atualizado pode sentir o que o seu pessoal está sentindo e, só a partir daí, será capaz de ajudá-los”.

2. Liderança híbrida

A pandemia trouxe grandes transformações nesse sentido, com a necessidade dos líderes adaptarem o seu gerenciamento para uma realidade de trabalho híbrido. 

“Os líderes devem ser capazes de lidar com todos os tipos de acordos de trabalho e, ao mesmo tempo, serem justos e gerenciar o desempenho de forma eficaz. Mas para isso, a empresa precisa fornecer todo o suporte necessário”.

>>Leia Também: Equilíbrio entre vida pessoal e profissional é prioridade para 8 em cada 10 brasileiros

3. Mentalidade de crescimento

A liderança que valoriza a desistência fácil diante dos desafios ou que pressiona os colaboradores a evitar falhas a todo custo está dando espaço para aquela liderança que tem uma mentalidade de crescimento. 

“A mentalidade com foco no crescimento incentiva seu time a abraçar os desafios como uma experiência para crescer, acredita que os colaboradores podem sempre melhorar e que a prática leva à perfeição. Ou seja, incentiva a tentar, tentar e tentar”, complementa.

4. Liderança “servidora”

Quando a rainha Elizabeth II morreu, no dia 8 de setembro de 2022, muito se falou sobre seu senso de dever e de seu exemplo de liderança servidora. 

De acordo com Freire, os líderes corporativos podem tirar muito desse estilo de liderança. “É sobre estar lá para sua equipe e ela estar lá por você”.

Foto: Reprodução/Instagram @theroyalfamily
Rainha Elizabeth II: liderança servidora

5. Neurodiversidade

Essa característica envolve tudo sobre como as pessoas veem o mundo e sua interação com eles – o que pensam, aprendem e como se comportam. “Não há maneira certa ou errada nesse sentido. As pessoas são como são e, enquanto líderes, é preciso apreciar isso, abraçá-lo, compreender e fornecer apoio”.

Isso envolve não somente diferenças étnicas, religiosas ou de gênero, mas também algumas disfunções como TDAH, dislexia, autismo, entre tantas outras.

6. Viés inconsciente

A formação de um líder não está restrita às competências técnicas, mas também traz uma bagagem de suas próprias experiências de vida que moldaram suas crenças, valores e opiniões sobre pessoas e o mundo em geral.

Freire afirma ainda que alguns vieses inconscientes devem ser olhados com atenção. “Eis alguns exemplos. Gostar mais de um colaborador porque ele tem os mesmos interesses ou experiências que o líder. Ou não gostar de alguém porque a sua opinião e comportamento é diferente dele”.

Logo, as decisões são tomadas com base no mundo do líder. “Isso vai contra valorizar a diversidade e a igualdade e pode colocá-lo em situações complicadas”.

7. Geração Z

Segundo um levantamento feito pela Adobe, os integrantes dessa geração – nascidos entre 1997 e 2012 – representarão 27% da força de trabalho até 2025, o que demanda uma liderança alinhada ao seu comportamento. 

“Para as gerações anteriores, uma carreira que oferecesse um bom salário era suficiente. Mas não é o que ocorre com a geração Z. Eles querem ser bem remunerados, mas também valorizam a flexibilidade, valores, equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. É preciso ter uma abordagem de liderança específica para eles”.

Para Freire, as mudanças na forma de liderar não têm mais volta. “A liderança está seguindo um caminho cada vez mais claro com foco na humanização. Não tem como voltar para trás”, pontua.