Europa atinge os menores níveis de emissões de combustíveis fósseis Europa atinge os menores níveis de emissões de combustíveis fósseis Europa atinge os menores níveis de emissões de combustíveis fósseis Europa atinge os menores níveis de emissões de combustíveis fósseis

Em 2023 a União Europeia (UE) atingiu os menores níveis de emissões de dióxido de carbono gerado a partir de combustíveis fósseis desde o início da década de 1960, com níveis 8% menores se comparados aos registrados em 2022. De acordo com o relatório do Centro de Investigação em Energia e Ar Limpo (CREA), esta é a maior queda anual registrada após 2020, quando as fábricas foram fechadas e os voos foram suspensos devido a pandemia da covid-19. Isaac Levi, analista do CREA, afirmou ao The Guardian que “durante este período, a economia triplicou, mostrando que as alterações climáticas podem ser combatidas sem renunciar ao crescimento econômico.”

Além disso, a União Europeia atingiu níveis recordes na construção de painéis solares e turbinas eólicas. Os números, no entanto, não incluem setores como agricultura e processos químicos sujos relacionados à produção de cimento, por exemplo, assim como não inclui outros gases de efeito estufa, como o metano. Porém, destaca-se que a UE vem adotando diversas estratégias contra o aquecimento global e condições meteorológicas extremas, tanto que o bloco prometeu reduzir suas emissões em 55% até o final da década, em relação aos níveis de 1990. Desse modo, a UE busca atingir emissões líquidas zero até 2050.

Uma corrida contra o relógio

Ottmar Edenhofer, presidente do conselho consultivo, afirmou durante o lançamento do relatório que “a UE fez grandes progressos nos últimos anos para fortalecer o seu quadro de política climática”, mas que “alcançar a neutralidade climática até 2050 é uma corrida contra o relógio e não podemos nos dar ao luxo de recuar agora”. Com isso, é importante ressaltar que desde 2015 as emissões da União Europeia a partir da queima de carvão já haviam diminuído para a metade, demonstrando uma redução de 25%. Assim como, as emissões relacionadas com o gás diminuíram 11%, enquanto as provenientes do petróleo retraíram 2%, em comparação com o ano anterior.

O Parlamento Europeu aprovou em fevereiro de 2023, por exemplo, uma lei que proíbe a venda de carros novos a gasolina e diesel na UE a partir de 2035, afinal o objetivo é justamente acelerar a mudança para veículos elétricos. Com isso, o presidente-executivo da Volkswagen, Thomas Schaefer, afirmou que a partir de 2033 produzirá apenas carros elétricos na Europa.

O ritmo das reduções deve avançar consideravelmente

Contudo, se o bloco de fato quer atingir suas metas, os 27 Estados-Membros têm que reduzir as suas emissões rapidamente, cerca de duas vezes mais rapidamente do que fizeram nos últimos 17 anos, de acordo com o relatório do Conselho Consultivo Científico Europeu sobre as Alterações Climáticas. Já na 28° edição da Conferência das Partes, em Dubai, a UE buscou mobilizar apoio na transição para uma energia limpa, de modo a eliminar progressivamente o uso dos combustíveis fósseis.

As contribuições totais do bloco e de seus países membros para o financiamento climático em 2022 superaram 40 bilhões de euros. Tais contribuições representam um avanço significativo quando comparado com os anos anteriores. Entretanto, é preciso que todos os países caminhem na transição energética, para assim conseguirmos lutar contra as mudanças climáticas.

Felipe Mello

Colunista

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.