O verão de 2024 chegou com dias mais longos, marcados por calor e sol intenso. Os jovens entram de férias e os adultos começam a tirar aqueles desejados dias de descanso, afinal é época de ir às praias, às piscinas e de usar tecidos mais leves. Porém, para que isso não vire um transtorno é preciso usar o protetor solar, tendo em vista que, cuidados simples evitam danos futuros à pele como rugas e manchas e à saúde como o câncer de pele.

No entanto, um impacto inesperado foi identificado no ártico. Um novo estudo publicado na revista científica Science of Total Environment identificou vestígios de 13 ingredientes normalmente encontrados em protetores solar e outros produtos de cuidado pessoal nas geleiras do arquipélago de Svalbard, localizado entre a costa da Noruega e do Ártico.

Como esses ingredientes chegaram lá?

A descoberta trouxe muitas preocupações acerca do derretimento das geleiras e também de nossa própria poluição, uma vez que  os produtos podem ter um impacto significativo em águas doces e marinhas, como resultado do processo de derretimento da neve. Porém a questão que fica é: como esses ingredientes chegaram lá?

Embora os cientistas pontuem que a vila Ny-Alesund seja uma possível fonte de contaminação, o fator mais provável são os ventos da região e a chamada Névoa Ártica, um sistema de massas de ar poluído que se acumula sobre a Europa durante todo o inverno e depois se estende pelo Círculo Ártico. Contudo, ainda são necessárias mais pesquisas para compreender se os níveis de contaminantes estão abaixo ou acima de serem considerados ambientalmente tóxicos para o ecossistema.

O ser humano como agente de transformação

A interferência humana tem causado inúmeras alterações ambientais. Já contamos aqui na coluna que em 2019, cientistas da Universidade Federal do Paraná encontraram na Ilha de Trindade rochas com uma composição química um pouco peculiar: uma rocha aparentemente esverdeada observada por uma pesquisadora permitiu a identificação de resíduos plásticos no local. Mas da mesma forma que nossa espécie, os humanos, têm o poder de transformar a natureza sendo capaz até de modificar a composição de uma rocha, também é capaz de ser um agente de transformação do mundo. Com suas ações, ideias e valores, ele molda a realidade à sua volta, influenciando o meio ambiente, a sociedade e a cultura.

Felipe Mello

Colunista

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.