Inverno Quente? Inverno Quente? Inverno Quente? Inverno Quente?

Quantas vezes somente hoje você ouviu frases como “tá quente né?” ou “parece até que estamos no verão”? Uma onda de calor de 40°C chegou a Vitória essa semana deixando as temperaturas nas alturas. O fenômeno climático El Niño desde julho vem aquecendo as águas superficiais de nossos oceanos e interrompendo a circulação das massas de ar, deixando a temperatura mais alta que o normal. Os fenômenos naturais como os que aconteceram no Brasil neste inverno, a onda de calor que assolou a Europa no verão do hemisfério norte, e as enchentes que atingiram a Itália e a Líbia não são situações isoladas e os efeitos desse fenômeno devem se intensificar cada vez mais nos próximos meses.

Incêndios de Grandes Proporções

Durante esse último mês acompanhamos notícias de incêndios que ocorreram no Canadá e no Havaí. Em Maui no Havaí, uma empresa está sendo processada pelos incêndios que devastaram a cidade de Lahaina.

Ainda não se sabe ao certo, porém as acusações se devem  ao fato de que apesar de muitos alertas de ventos fortes na região a empresa optou por manter as linhas de energia ligadas em áreas de alto risco. Tal ação teria como consequência a morte de 115 pessoas. Enquanto isso no Canadá, 20 mil habitantes de Yellowknife tiveram que deixar suas casas devido aos incêndios florestais que estava ocorrendo.

Ventos noroestes combinados com a falta de chuva na região dificultaram a contenção do fogo. Esse ano de 2023 já registrou um número recorde de incêndios no país. Agora, o que podemos tirar de tudo isso?

Os resultados sentimos na pele

Pessoas de todo o mundo já vivem as consequências das mudanças climáticas. Aqui no Brasil, o fenômeno do El Niño foi intenso. Mas por quê? Estamos retendo mais calor do que o previsto devido ao acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, fazendo com que fenômenos como estes se intensifiquem. Com o aquecimento global as temperaturas estão subindo e as chuvas estão ficando mal distribuídas, ou seja, enquanto em alguns locais chove muito em outros não chove nada. Isso vale para os incêndios florestais que ocorreram no Canadá e no Havaí, uma vez que as mudanças climáticas aumentam em 25% os riscos de incêndios com alta propagação, de acordo com o estudo publicado na revista Nature pelo Breakthrough Institute.

Porém, no Havaí tivemos um caso especial, onde uma empresa foi responsabilizada em um dos incêndios registrados, ou seja, a destruição e mortes poderiam ter sido evitadas. Assim, é perceptível como um gerenciamento de risco poderia ter preparado melhor a empresa e ter evitado uma crise e como decisões equivocadas foram determinantes para uma tragédia. Nesse caso, a governança (o G do ESG) foi desastrosa e a negligência da empresa deve gerar consequências financeiras e certamente reputacional.

 A governança é o coração da sustentabilidade empresarial e a chave para um futuro melhor para todos.” – Ulrich Spiesshofer, CEO da ABB

Felipe Mello

Colunista

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.

Biólogo, mestre em Desenvolvimento Sustentável e especialista em Gestão de Projetos, com 23 anos de experiência em projetos nas diversas vertentes que envolvem o desenvolvimento sustentável. É coautor de um livro sobre Gestão de Projetos Socioambientais e de diversos capítulos de livros e artigos técnico científicos publicados na área da sustentabilidade. Atua ainda como Head de Conteúdo ESG na Rede Vitória.