Líder em energia renovável, Brasil desponta na Economia Circular Líder em energia renovável, Brasil desponta na Economia Circular Líder em energia renovável, Brasil desponta na Economia Circular Líder em energia renovável, Brasil desponta na Economia Circular
São Paulo - Latas de alumínio destinadas a reciclagem.
São Paulo - Latas de alumínio destinadas a reciclagem.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

É com satisfação, que compartilho a publicação da Brasil61.com.

O país é um dos maiores recicladores de latinhas do mundo, e em 2022, atingiu 100% de reciclagem. Projeto de lei em discussão no Congresso, busca estabelecer a Política Nacional de Economia Circular.

Evitar o desperdício no início da cadeia produtiva, garantir a maior utilização de produtos e materiais e regenerar sistemas naturais. É nesses três pilares que se baseia a economia circular: um conceito simples, fundado em fazer com que os materiais circulem com a maior vida útil possível.

A ideia é dar vida nova a algum objeto que antes iria para o lixo, ou fazer com que esse objeto — em vez de ser descartado — sirva como matéria-prima para a produção de um outro bem de consumo. Um exemplo disso são as garrafas pet, que se tornam matéria-prima para a fabricação de sacolas reutilizáveis, ou pneus que se transformam em pisos.

Um dos exemplos mais bem-sucedidos de reciclagem e economia circular é o que o Brasil faz com relação ao alumínio. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas) mostram que, em 2022, o país se tornou um dos maiores recicladores do mundo, reciclando 100% das latas usadas.

Cátilo Cândido, presidente-executivo da Abralatas, explica que os benefícios da economia circular vão além do meio ambiente. “A nossa indústria não se destaca pela reciclagem, mas é um produto que — num ciclo rápido de 60 dias, até virar uma lata novamente — gera inúmeros benefícios, não só ambientais, mas econômicos e sociais também. ”

A reciclagem da latinha evitou a emissão de mais de 15 milhões de toneladas de gases de efeito estufa nos últimos 10 anos. Trabalho que movimenta cerca de R$ 6 bilhões por ano e gera emprego e renda para mais de 800 mil catadores em todo o país.

Brasil, líder em energia limpa

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que metade da energia gerada no país é de fonte hídrica. Seguida pela geração solar fotovoltaica com 13,1%, e a eólica com 11,5%.

Segundo o economista e professor da FAAP-SP Sillas Souza, somos referência mundial quando o assunto é energia limpa. Nossa matriz energética, em geral, é renovável, o que faz do Brasil um player em economia circular.

“Enquanto o mundo ainda queima muito carvão, a gente usa água, um pouco de sol e cada vez usamos mais vento, nisso nós já somos mais ecológicos. Nós inventamos — em larga escala, o carro movido à álcool. A gente usa recursos naturais e renováveis enquanto o mundo usa esses recursos não-renováveis. ”

A tecnologia Flex, desenvolvida para os carros brasileiros, é considerada como exemplo de economia circular, explica o professor.

Que destino damos ao nosso lixo?

Dados do Panorama dos Resíduos Sólidos mostram que em 2022 foram gerados mais de 81 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos no Brasil. E 33,6% desse total são materiais que poderiam ser reciclados, como plástico, papel e papelão e vidros. Mas os dados oficiais — colhidos pelos serviços de limpeza urbana das prefeituras — mostram que apenas de 3 a 4% desse material é reciclado.

Número que pode ser bem menor do que o real, segundo Carlos Rossin, responsável pelo departamento técnico da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA).

“Como o setor na parte de reciclagem há um alto grau de informalidade, muitas vezes temos um controle de informações deficitário. No entanto, se a gente pudesse fazer um levantamento de todas as cooperativas ou pegar dados de outras estruturas — muitas delas informais — eu não tenho dúvida que os valores seriam muito superiores a esses. ”

Políticas públicas para incentivar

O Fórum da Geração Ecológica — que funcionou na Comissão de Meio Ambiente do Senado entre 2021 e 2022 — rendeu frutos. Um deles foi o PL 1874/22, criado para incentivar os setores público, privado e toda a sociedade a adotarem práticas da economia circular, ou seja, a utilizarem resíduos e priorizarem a não-geração deles.

No projeto, de relatoria do senador Jaques Wagner (PT-BA), um conjunto de medidas que fomentam a transição da economia linear para a circular, como a utilização das compras públicas, o incentivo ao desenvolvimento tecnológico para a otimização do aproveitamento dos materiais e a adoção do Mecanismo de Transição Justa, para apoiar os setores mais afetados pelas alterações promovidas pela economia circular.

“Para ser funcional, a transição deve ser integrada: indústria, serviços, comércio, consumidores. Com os órgãos públicos não deve ser diferente. Penso, aliás, que devemos dar o exemplo, estimulando a contratação de empresas através de requisitos de sustentabilidade, reaproveitamento e, obviamente, preço de compra”, explica o senador.

Jaques Wagner ainda acrescenta que o poder público tem que ser o primeiro a dar o exemplo para a sociedade, estimulando as empresas que querem contratar a fazerem a administração e a adoção de sistemas ecologicamente corretos.

Fonte: Brasil 61

Celso Bastos

Colunista

Arquiteto e Urbanista, Mestre Engenharia Civil, e Doutor Engenharia Ambiental. Sócio fundador da NB Projetos Ltda. (projeto e consultoria). Diretor Técnico da OUT arquitetura & engenharia. Coordenador do Clube de Economia Circular – Vitória (Londres). Ambassador in Brazil of the International Circular Construction Cluster (ICCC). (Eslovênia). Profissional com mais de 40 anos de atuação na área de projetos, e construções, como foco na Sustentabilidade, Economia Circular e Construção Circular.

Arquiteto e Urbanista, Mestre Engenharia Civil, e Doutor Engenharia Ambiental. Sócio fundador da NB Projetos Ltda. (projeto e consultoria). Diretor Técnico da OUT arquitetura & engenharia. Coordenador do Clube de Economia Circular – Vitória (Londres). Ambassador in Brazil of the International Circular Construction Cluster (ICCC). (Eslovênia). Profissional com mais de 40 anos de atuação na área de projetos, e construções, como foco na Sustentabilidade, Economia Circular e Construção Circular.