Quase 30% dos veículos registrados no Espírito Santo têm mais de 20 anos de fabricação, e esse grande percentual levanta alerta sobre a segurança e o estado de legalidade desses automóveis.
Os dados são do Observatório de Trânsito do Estado. A frota total de veículos no Estado é de 2.537.465, e os que têm mais de 20 anos são 713.956.
O diretor de Habilitação e Veículos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES), Raphael Piekarz, esclarece que não há um limite de idade para que os carros possam circular, mas destaca que é importante o usuário estar atento ao estado de conservação do veículo.
“Do ponto de vista do estado físico desse veículo, a gente entende que é uma máquina, que quanto mais velha for, mais vai se depreciando, se desgastando. E o que a gente sabe é que os veículos mais antigos tendem a ter um desgaste maior, por isso, pode ser que o período de manutenção desses veículos seja um intervalo mais curto do que a gente vê nos carros mais novos”, explicou o diretor.
O capitão da Polícia Militar Anthony Costa, especialista em segurança viária, reforça que a revisão periódica dos carros antigos é ainda mais importante do que nos veículos novos.
“O ideal é seguir o plano de manutenção do veículo ou, na falta dele, levar o automóvel pelo menos uma vez a cada seis meses para a manutenção preventiva. As manutenções corretivas, claro, devem ser realizadas sempre que necessário, e o proprietário deve evitar transitar com o veículo quando danificado”, detalha.
IPVA
A documentação em dia também é um fator importante a ser observado pelos proprietários de carros antigos. No caso dos impostos, os veículos antigos têm uma vantagem, pois a partir do 16º ano de fabricação, eles são isentos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Mas Piekarz destaca que é importante ficar atento ao licenciamento, que é obrigatório. “Enquanto o veículo estiver em circulação, ele paga o licenciamento, independentemente da idade dele”, explica o diretor.
Piekarz destaca que se deve observar se os pneus estão em bom estado de conservação, além dos faróis, dos limpadores de para-brisa, do cinto de segurança e muitos outros itens. Ele acrescenta que veículos novos também precisam de manutenção e cuidado.
“Um veículo de 2024, que é de um ano de fabricação só, extremamente mal cuidado, com pneu careca, farol queimado e tudo mais, que está circulando na via pública, vai oferecer muito mais risco do que um veículo com 20, 30 anos de fabricação, mas com os devidos itens de segurança verificados e em dia.”
Infrações e penalidades
O mau estado de conservação dos veículos pode implicar em infrações e multas, tanto em veículos novos quanto nos mais antigos.
O inciso 18 do artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro institui como infração grave conduzir o veículo “em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes e ruído.”
A infração implica em multa e retenção do veículo para regularização.