
Marcos Antonio Nascimento, marido de Rosilane Nascimento da Silva, de 38 anos, que morreu carbonizada no último dia 3, em um acidente na Rodovia Leste-Oeste, em Vale Encantado, em Vila Velha, conversou com a TV Vitória sobre a morte da esposa.
Naquele dia, o casal voltava de um supermercado quando, segundo Marco Antonio, o carro onde estavam foi fechado por outro veículo. Ele perdeu o controle do automóvel, que se chocou com um poste, momento em que pegou fogo.
No momento do acidente, Rosilane estava no banco do carona, com a poltrona reclinada. Ela estava dormindo quando ocorreu a batida.
Do acidente, ele se lembra de pouca coisa, mas conta que fez de tudo para salvar a mulher, com quem dividia a vida há quase 10 anos.

“A única lembrança que eu tenho é quando o carro bateu no poste e perdi a direção. Eu tentei abrir a porta dela, tentei tirar ela de dentro do carro, mas não conseguia. Eu fiz sinal para todo mundo, chamei todo mundo para me ajudar. Aí houve uma explosão, eu tentei tirar ela de novo, mas não consegui”, contou.
Com a repercussão do caso, Marco Antonio não se tornou alvo da polícia e nem da justiça, mas passou a sofrer ataques constantes pela internet.
Afastado do trabalho, ele conta que já viu diversos comentários o acusando de algum crime e que seria ele o responsável pela morte da esposa. Segundo ele, a angústia é tanta que muitas vezes deseja ter morrido ao lado da mulher.
Se eu soubesse, eu teria pulado lá dentro e me queimado junto, porque pelo que estou passando hoje, seria melhor. As pessoas ficam criticando, quem está lá fora, mas para quem está aqui, a dor é imensa. É fácil falar, mas difícil resolver, não ter a pessoa que amo ao meu lado.”
Marco Antônio Nascimento, viúvo de Rosilane
“Em qualquer lugar pode acontecer um acidente”, diz motorista do carro
Segundo Marco Antonio, ele tem recebido ataques de pessoas que não conhece por conta do acidente que tirou a vida de Rosilane.
Ele afirma que não teve culpa e que um acidente poderia ter ocorrido em qualquer outro lugar, mas que mesmo assim continua sendo alvo de xingamentos e críticas.
“Agora é que minha mente está aliviando um pouquinho, mas ainda não estou legal. Minha mente não está relacionando. Me incomoda as pessoas comentando em rede social, me falando. Me chamaram de safado, de vagabundo, que matei a mãe de uma pessoa. Em qualquer lugar pode acontecer um acidente”, disse.
“Fez de tudo para salvá-la”, dizem familiares
Uma das primeiras pessoas a chegarem no local do acidente foi o sobrinho de Marco Antonio, Josué Vitor Gomes.
Ele conta que conversou com testemunhas, que afirmaram que o tio havia feito tudo o que podia para ajudar a salvar Rosilane.
“Ele estava sentando, tremendo, chorando. Perguntei a ele sobre onde estava a Rosilane e ele disse que não conseguiu tirar ela, infelizmente, a tempo. Eu conversei com testemunhas e elas me disseram que tudo que ele poderia fazer por ela, ele fez”, disse.
A irmã de Marco Antonio também afirma que os ataques recebidos pelo irmão têm afetado a saúde mental dele.
Além disso, o defende, afirmando que ele não teve culpa pelo acidente e nem pela morte da esposa.
“Eles dizem que ele matou ela porque quis, e meu irmão não é assim. Meu irmão não é um assassino, ele é trabalhador, um homem honesto. Ele é família. Por que crucificar ele? Isso não vai trazer a Rosi de volta para nós”, disse.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil.
*Com informações da repórter Luciana Leitch, da TV Vitória/Record