Pelo segundo dia consecutivo, moradores da ocupação Vila Esperança, em Vila Velha, realizam protesto em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória. O ato reúne dezenas de manifestantes na manhã desta quarta-feira (3), que pedem a suspensão da decisão judicial que determina a saída de famílias das comunidades Vila Esperança e Vale Conquista, localizadas em Jabaeté.
O grupo de manifestantes ocupa pelo menos duas faixas da avenida Jerônimo Monteiro, em frente ao Palácio Anchieta, no sentido Centro – Vila Rubim. Por conta do protesto, há um congestionamento com longas filas de veículos ao longo da via.
Os manifestantes também chegaram a fechar a avenida Getúlio Vargas, o que provocou reflexos no trânsito na Segunda Ponte. A Polícia Militar acompanha o protesto.
Veja como está o trânsito:
Famílias protestam contra decisão de reintegração de posse
Na terça-feira (2), os manifestantes já haviam bloqueado parcialmente a avenida Jerônimo Monteiro, exibindo cartazes com frases como “queremos moradia, Vila Esperança resiste”. Eles também bateram panelas, usaram apitos e permaneceram no local durante todo o dia.
Segundo a advogada da ocupação, Maria Elisa Quadros, a decisão judicial que determina a reintegração de posse não cumpre os requisitos da ADPF 828, que regulamenta despejos no Brasil.
Essa reintegração não prevê uma assistência material eficaz. Se acontecer da forma como está prevista, essas famílias podem acabar em situação de rua logo após o despejo.
Maria Elisa Quadros
As ocupações na área de Jabaeté começaram em 2017 e, atualmente, cerca de 800 famílias vivem no local. Em 2021, a Prefeitura de Vila Velha reconheceu que o terreno é de propriedade privada, após revogar um decreto anterior que declarava a região como de utilidade pública.
O que diz a Prefeitura de Vila Velha?
Em nota, a prefeitura informou que o TJES determinou a retomada da reintegração de posse no dia 20 de agosto de 2025, reconhecendo que se trata de área particular. Segundo o município, foi elaborado um plano de apoio social para garantir a dignidade das famílias durante a desocupação, com subsídio financeiro, transporte para mudança e espaço de atendimento social.
A gestão ainda detalhou que 135 famílias cumprem os critérios para receber auxílio financeiro de R$ 2.222,00, pago pela empresa autora da ação.