
Mesmo com a obrigatoriedade do uso de dispositivos de segurança no transporte de crianças, muitos motoristas ainda ignoram a lei. Entre janeiro e agosto deste ano, o número de autuações aumentou 8% no Espírito Santo, passando de 1.280 em 2024 para 1.386 infrações em 2025. No ano passado inteiro, foram quase 1.900 multas.
A infração é considerada gravíssima, com multa de cerca de R$ 300 e perda de sete pontos na carteira de habilitação. Ainda assim, especialistas apontam que a resistência dos motoristas está ligada à falta de percepção do risco que as crianças correm.
A analista de comércio exterior, Anastasia Panait, que mora no Brasil há quatro anos, diz que o uso da cadeirinha deveria ser uma questão de consciência, não apenas de punição.
“Na Rússia, a gente usa a cadeira o tempo inteiro. Todo mundo usa. Não é sobre a multa, é sobre segurança”, afirmou.
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), o uso correto dos equipamentos reduz em até 60% o risco de morte em caso de acidente. A entidade orienta ainda que a posição do assento influencia diretamente na proteção.
“Estudos mostram que, se a criança estiver no banco traseiro, no meio, aumenta em 24% a proteção. Mas, se isso não for possível, tanto o lado direito quanto o esquerdo são ótimas opções”, explicou o especialista em Medicina do Tráfego, Sandro Rotunno.
Pelas regras do Contran, os equipamentos devem ser usados conforme a faixa etária:
- Até 1 ano: bebê conforto (de costas para o banco dianteiro)
- De 1 a 4 anos: cadeirinha (virada para frente)
- De 4 a 7 anos e meio: assento de elevação (até 1,45 m de altura)
- Até 10 anos: banco traseiro com cinto de segurança
Para o capitão Anthony, especialista em Segurança no Trânsito, o cuidado precisa ser prioridade.
“Estamos em um trânsito violento, que exige atenção. Quanto mais cuidado eu oferecer à criança, mais garanto a vida e a integridade física dela”, destacou.
*Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record.