Após três dias de julgamento no Fórum Criminal de Vitória, a Justiça absolveu cerca de dois mil policiais militares da acusação de motim, com a sentença divulgada na tarde desta sexta-feira. A decisão foi comemorada pela Associação de Praças e Bombeiros, que defende os réus, embora o Ministério Público tenha anunciado a intenção de recorrer da decisão. O juiz auditor votou pela absolvição da maioria, mas pediu a condenação de 92 PMs que se recusaram a comparecer ao trabalho, rebaixando a acusação de crime de motim para um crime de menor potencial ofensivo.
O caso remete à greve da PM em fevereiro de 2017, que resultou em 22 dias sem policiamento e um aumento de 70% nos assassinatos, além de saques e prejuízos significativos à economia. Em janeiro de 2019, os policiais foram anistiados administrativamente por meio de um projeto de lei aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa. A situação evidenciou os impactos da crise de segurança pública na época, com a ocorrência de mais de 200 homicídios durante o período de desordem.