Emily, aos 27 anos, reflete sobre sua jornada em relação à autoestima e à aceitação de sua identidade negra, lembrando que, na infância, sofreu com comentários racistas de colegas e professores. Um estudo recente revela que uma em cada seis crianças de até seis anos no Brasil já foi vítima de racismo, com mais da metade dos casos ocorrendo em creches e pré-escolas. A pesquisadora da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal alerta que a exposição à discriminação na primeira infância pode causar estresse tóxico, afetando a saúde física, a autoestima e a socialização das crianças.
Apesar da obrigatoriedade do ensino de história afro-brasileira nas escolas, especialistas afirmam que ainda faltam políticas públicas efetivas para combater o racismo no Brasil. A doutora em educação observa que algumas crianças negras se declaram brancas devido à desvalorização de sua identidade. Para avançar, é essencial implementar e cobrar políticas que promovam a positividade da identidade negra e reconheçam o racismo como um crime, cujas penas variam de dois a cinco anos de reclusão.