
O colesterol alto é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 40% da população adulta do país apresenta níveis elevados da substância. O problema, silencioso na maior parte dos casos, pode ser detectado apenas por exames laboratoriais e requer atenção constante.
O colesterol é um tipo de gordura essencial para o funcionamento do organismo, mas, em excesso, pode se acumular nas paredes das artérias, dificultando a circulação sanguínea. A lipoproteína de baixa densidade (LDL), conhecida como “colesterol ruim”, é a principal responsável por esse acúmulo. Já a lipoproteína de alta densidade (HDL), o “colesterol bom”, ajuda a remover o excesso de LDL da corrente sanguínea.
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A recomendação médica para pacientes com colesterol alto inclui mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada e prática regular de atividade física. Quando essas medidas não são suficientes, entram em cena os medicamentos.
1. Sinvastatina
A sinvastatina é uma das estatinas mais prescritas para reduzir o colesterol LDL. Ela atua inibindo a enzima HMG-CoA redutase, responsável pela produção de colesterol no fígado. O medicamento também pode ajudar a aumentar levemente o HDL.
O uso costuma ser diário, geralmente à noite, e requer acompanhamento médico devido a possíveis efeitos adversos, como dores musculares e alterações hepáticas.
2. Atorvastatina
De ação semelhante à sinvastatina, a atorvastatina é considerada mais potente e também pertence à classe das estatinas. É indicada para pacientes com alto risco cardiovascular ou quando as metas de LDL não são atingidas com doses menores de outros medicamentos.
O remédio deve ser tomado uma vez ao dia, com ou sem alimentos. Exige controle periódico de exames para avaliação da função hepática.
3. Rosuvastatina
Mais recente e também pertencente ao grupo das estatinas, a rosuvastatina apresenta ação prolongada e maior potência na redução do LDL. Além disso, estudos demonstram que ela pode promover aumentos significativos no HDL.
Assim como os demais da classe, é administrada por via oral, geralmente uma vez ao dia. A dosagem deve ser ajustada conforme a resposta do paciente.
4. Ezetimiba
A ezetimiba atua reduzindo a absorção de colesterol no intestino. Costuma ser utilizada em associação com estatinas quando o tratamento isolado não atinge os níveis desejados de colesterol.
O medicamento pode ser administrado uma vez ao dia e é geralmente bem tolerado. A combinação com estatinas permite potencializar o efeito de redução do LDL com menor risco de efeitos colaterais.
5. Fibratos (como fenofibrato e bezafibrato)
Os fibratos são indicados principalmente para casos em que os níveis de triglicerídeos estão elevados, embora também possam auxiliar na elevação do HDL. Eles agem ativando enzimas que aceleram a quebra de partículas lipídicas.
Esses medicamentos costumam ser usados por via oral, uma ou duas vezes ao dia, conforme prescrição. Podem ser indicados isoladamente ou combinados com estatinas, mas com cautela devido ao risco aumentado de efeitos adversos musculares.
6. Ácido nicotínico (niacina)
A niacina é uma forma de vitamina B3 que, em doses elevadas, pode reduzir o LDL e os triglicerídeos, além de aumentar o HDL. Seu uso, no entanto, tem diminuído por causa dos efeitos colaterais, como vermelhidão, coceira e desconforto gástrico.
A administração costuma ser feita em doses crescentes, sob prescrição e acompanhamento médico. Em alguns casos, pode ser usada em associação com outros medicamentos para potencializar os efeitos.
7. Ômega-3 (ácidos graxos poli-insaturados)
Embora seja mais conhecido por seus efeitos sobre os triglicerídeos, o ômega-3 também pode ter impacto positivo nos níveis de colesterol. Derivado de peixes, como salmão e sardinha, ou disponível em cápsulas, o suplemento atua melhorando a função endotelial e reduzindo a inflamação.
A dosagem recomendada varia conforme a necessidade terapêutica, e seu uso deve ser feito com acompanhamento profissional, especialmente em pacientes que usam anticoagulantes.
8. Resinas sequestradoras de ácidos biliares (como colestiramina e colesevelam)
Esses medicamentos atuam no intestino, ligando-se aos ácidos biliares e impedindo sua reabsorção. Isso força o fígado a utilizar mais colesterol para produzir novos ácidos biliares, reduzindo os níveis de LDL.
Podem causar efeitos gastrointestinais, como constipação e flatulência, e interferir na absorção de outras substâncias. Costumam ser indicadas quando há contraindicação às estatinas ou como tratamento complementar.
9. Inibidores da PCSK9 (como evolocumabe e alirocumabe)
Essa nova classe de medicamentos é indicada para pacientes com hipercolesterolemia familiar ou com risco cardiovascular muito alto. Os inibidores da PCSK9 são anticorpos monoclonais que aumentam a capacidade do fígado de remover o LDL do sangue.
São administrados por injeção subcutânea, geralmente a cada duas ou quatro semanas. Por serem de custo elevado, o uso ainda é restrito a casos específicos e requer avaliação especializada.
10. Fitosteróis e fitoestanóis
Essas substâncias, presentes naturalmente em vegetais, podem ser encontradas em alimentos fortificados ou suplementos. Elas competem com o colesterol no intestino, reduzindo sua absorção.
Embora o efeito isolado seja modesto, o consumo diário pode auxiliar no controle do LDL, principalmente como parte de uma estratégia dietética. A recomendação geral é de 2g por dia, sob orientação nutricional.
USO CONSCIENTE E ACOMPANHAMENTO
Embora os medicamentos representem uma ferramenta importante no controle do colesterol alto, seu uso deve sempre estar associado a mudanças no estilo de vida. Dieta equilibrada, atividade física regular, redução do consumo de álcool e abandono do tabagismo continuam sendo pilares do tratamento.
O acompanhamento médico é indispensável para ajustar dosagens, monitorar efeitos adversos e realizar exames de rotina. A automedicação ou o uso indiscriminado desses produtos pode trazer riscos, especialmente para pessoas com doenças hepáticas, musculares ou renais.
Além disso, é importante destacar que cada organismo reage de forma diferente aos tratamentos. Por isso, a escolha do medicamento mais adequado depende da avaliação individual do paciente, de seus fatores de risco e de suas metas de saúde.
Enquanto novos estudos e tecnologias avançam no combate ao colesterol elevado, o equilíbrio entre hábitos saudáveis e tratamento adequado segue sendo a melhor estratégia de prevenção às doenças cardiovasculares.