Em meio ao deserto avermelhado de Marte, uma fotografia capturada por um dos rovers da NASA reacendeu teorias e especulações para além dos horizontes terrestres. Segundo relatos recentes, o veículo teria registrado um objeto que alguns analistas afirmam ter origem interestelar — possivelmente vínculo ao cometa 3I/ATLAS, recém-descoberto e que vem atraindo atenção da comunidade científica.
O suposto “encontro” despertou imediata curiosidade e ceticismo: seria só uma pedra com formato curioso? Um fragmento de hardware? Ou, de fato, indício de algo que cruzou vastas distâncias antes de tocar solo marciano?
O cometa 3I/ATLAS e sua trajetória “extrassolar”
O cometa 3I/ATLAS ganhou notoriedade por ser o terceiro objeto interstelar oficialmente detectado dentro do nosso Sistema Solar, após ʻOumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019).
A trajetória dele é hiperbólica — isto é, ele não está “aprisionado” gravitacionalmente pelo Sol — o que confirma sua origem além do nosso sistema planetário.
De acordo com previsões astronômicas, sua aproximação máxima com Marte ocorreria em 3 de outubro de 2025, com efeito de observações planetárias planejadas para registrar o momento.
Satélites orbitando Marte, como o ExoMars TGO e outras sondas da ESA, já preparavam-se para capturar imagens e dados do cometa durante a passagem.
Observações recentes também notaram que o cometa 3I/ATLAS está começando a formar uma cauda visível, algo que reforça a hipótese de que ices começam a sublimar conforme se aproxima do Sol.
A polêmica captura marciana
Segundo os entusiastas e alguns comunicados informais, as imagens obtidas pelo rover mostrariam um “traço alongado” ou “objeto tubular” sobre a superfície, que alguns interpretam como possível vestígio de 3I/ATLAS ou fragmento relacionado. Em algumas especulações, cita-se inclusive que se trataria de uma projeção composta de múltiplas exposições (ou um “rastro cumulativo”) do objeto em movimento.
Contudo, até o momento não há confirmação oficial da NASA de que o objeto fotografado seja, de fato, ligado ao cometa interestelar. A agência segue mantendo cautela e evitando tirar conclusões precipitadas.
Alguns pontos a considerar:
- Pareidolia: o fenômeno psicológico de enxergar padrões familiares (como rostos, objetos ou estruturas) em formas aleatórias é bastante conhecido no contexto marciano. Já houve casos documentados de rovers registrando “rochas com formato de capacete”, “tartarugas”, “livros” etc. Live Science
- Limitações técnicas: câmeras dos rovers têm resoluções e ângulos restritos, especialmente em distâncias grandes ou sob condições de luz adversas. O objeto pode ser um artefato óptico, sombra ou deformação da superfície.
- Trajetória e distância: o cometa passará a dezenas de milhões de quilômetros de Marte — não “tocará” a superfície. Isso torna improvável que qualquer fragmento dele possa efetivamente impactar ou “ser capturado” no solo marciano. Space+2NASA Science+2
- Hipóteses radicais: no debate público, alguns envolvidos extrapolam para teorias audaciosas, como a possibilidade de 3I/ATLAS ser uma nave extraterrestre maquinal. O físico Avi Loeb, por exemplo, é conhecido por especulações desse tipo, embora a comunidade científica majoritária as considere altamente improváveis frente aos dados disponíveis. Supercar Blondie+2Northeastern Global News+2
O que dizem os especialistas e o que esperar
Fontes da NASA consultadas por veículos científicos mantêm postura cautelosa: afirmam que “imagens curiosas” são rotina na missão marciana e que cada nova fotografia passa por rigoroso processo de validação. Eventos como esse servem justamente para estimular revisões técnicas e cruzamento de dados com satélites orbitais.
Astrônomos já estudam a possibilidade de sondas orbitais de Marte efetivamente captarem o 3I/ATLAS em múltiplos ângulos, ajudando a determinar sua composição, trajetória exata e origem.
Se for confirmado que o “objeto no solo” tenha qualquer relação com o cometa — algo ainda bastante especulativo — isso poderá abrir novas perspectivas sobre material interestelar depositado em superfícies planetárias.
Enquanto isso, o mundo da astronomia observa atento: no fundo, um objeto vindo de longe, cruzando o sistema solar, já é por si só um achado extraordinário — mesmo que não tenha “pousado” em Marte.
Apesar do entusiasmo midiático e das especulações, não há evidência científica robusta de que o rover tenha realmente fotografado um fragmento de 3I/ATLAS sobre Marte. O cenário mais plausível continua sendo o de uma rocha marciana, uma deformação na topografia ou um artefato óptico.
Entretanto, o episódio serve como lembrete: o universo guarda muitos segredos, e cientistas ao redor do mundo continuaram de olho no cometa 3I/ATLAS — e nas imagens que Marte ainda pode nos revelar.
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O fenômeno astronômico mais aguardado do século XXI acontecerá em 2 de agosto de 2027, quando um eclipse solar total transformará o dia em noite por impressionantes 6 minutos e 22 segundos. Este será o eclipse de maior duração desde 2009 e o mais longo até 2114.
Onde será visível?
O eclipse terá uma trajetória que atravessará o norte da África, passando por países como Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Egito, Arábia Saudita, Iémen e Somália, antes de terminar no Oceano Índico . Na cidade egípcia de Luxor, o fenômeno atingirá sua máxima duração, com 6 minutos e 23 segundos de totalidade.
Além disso, a Espanha será o único país europeu onde o eclipse poderá ser observado em sua totalidade, especialmente no sul do país, incluindo Ceuta, Melilla, Cádiz, Málaga e partes de Granada e Almería.
Como observar com segurança?
A observação do eclipse deve ser feita com equipamentos adequados para proteger os olhos, como óculos solares certificados com o selo ISO 12312-2 ou projetores estenopeicos. A NASA e outras instituições científicas alertam para os riscos de danificar a visão ao olhar diretamente para o Sol sem proteção adequada.
Próximos eclipses e curiosidades
Após o eclipse de 2027, o próximo evento de magnitude semelhante ocorrerá apenas em 2114. Portanto, este será um espetáculo raro e imperdível para quem estiver na trajetória da totalidade.
Se você reside no Brasil, infelizmente não poderá observar este eclipse em sua totalidade, já que ele será visível apenas em algumas regiões do Hemisfério Oriental. No entanto, é possível acompanhar o evento por meio de transmissões ao vivo e coberturas de observatórios internacionais.
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