Cabelos elásticos indicam danos profundos e precisam de uma rotina intensa de recuperação/Foto: Canva
Cabelos elásticos indicam danos profundos e precisam de uma rotina intensa de recuperação/Foto: Canva

O chamado cabelo elástico é facilmente reconhecido porque, ao ser esticado, não retorna à sua forma original e se rompe como um chiclete.

Segundo informações do Portal TV Foco, esse efeito é resultado de danos profundos na fibra capilar, que perde a coesão entre suas estruturas internas. Para entender o problema, é preciso lembrar como o fio de cabelo é formado.

Ele é composto por três camadas: cutícula, córtex e medula. A cutícula é a parte externa, formada por escamas que protegem o fio contra agressões.

O córtex é a região responsável pela força, elasticidade e cor natural, já que concentra proteínas e melanina. A medula, presente em alguns fios, atua como um núcleo de sustentação.

Quando essas estruturas sofrem agressões contínuas, o córtex perde proteínas e água, a cutícula fica aberta e o cabelo deixa de ter sustentação. É exatamente nesse ponto que surge a elasticidade excessiva, acompanhada de quebra fácil, frizz intenso e aspecto poroso.

Esse quadro pode surgir por diferentes motivos. Processos químicos como descoloração, alisamentos e relaxamentos estão entre os principais responsáveis, já que agem diretamente na estrutura do fio.

Porém, outros fatores também contribuem, como uso excessivo de ferramentas de calor, exposição prolongada ao sol sem proteção, poluição, má alimentação e até estresse. Tudo isso, em conjunto, acelera a perda de proteínas e lipídios essenciais para manter a fibra íntegra.

ERRO 1: USAR FERRAMENTAS DE CALOR SEM PROTEÇÃO

Secador, chapinha e babyliss são parte da rotina de muitas pessoas, mas seu uso frequente, sem a devida proteção, está entre os erros mais prejudiciais para a saúde capilar. As altas temperaturas retiram a água presente na fibra e danificam as cadeias de queratina, proteína que confere resistência ao fio. Sem essa barreira, o cabelo fica ressecado, frágil e cada vez mais vulnerável. Pesquisas na área de cosmetologia mostram que temperaturas acima de 200 °C podem modificar de forma permanente a estrutura proteica do fio, gerando fissuras e perda de brilho.

O uso do protetor térmico é fundamental porque forma uma película que diminui o impacto do calor, retém a umidade e evita que as cutículas fiquem ainda mais abertas. Produtos em creme, sérum ou spray estão disponíveis no mercado e devem ser aplicados antes de qualquer ferramenta de calor. A negligência nesse passo, repetida ao longo dos dias, está diretamente ligada ao surgimento do cabelo elástico.

ERRO 2: LAVAR OS CABELOS COM ÁGUA MUITO QUENTE

Outro erro comum é lavar os cabelos com água quente. Esse hábito aparentemente inofensivo retira de forma agressiva o sebo natural produzido pelo couro cabeludo. Essa camada oleosa é essencial para proteger os fios e manter a hidratação equilibrada. Ao removê-la em excesso, a fibra capilar perde a proteção, fica ressecada e suscetível à quebra. Além disso, a água quente dilata demasiadamente as cutículas, o que aumenta a porosidade e deixa os fios ásperos e sem vida.

Em cabelos já fragilizados, esse hábito pode ser ainda mais prejudicial, pois a ausência de proteção acelera a perda de proteínas do córtex. A recomendação dos especialistas é utilizar água morna ou fria, que preserva os lipídios e ainda ajuda a selar as cutículas, garantindo mais brilho e resistência. Esse ajuste simples na rotina de banho pode trazer resultados visíveis em pouco tempo.

ERRO 3: ESCOVAR OS FIOS COM FORÇA EXCESSIVA

A escovação é um gesto básico de cuidado, mas quando feita de forma incorreta pode ser um dos fatores que mais danificam os fios. Puxar o cabelo com força, tentar desembaraçar nós de uma vez ou usar escovas inadequadas provoca tração tanto no couro cabeludo quanto ao longo do fio. O resultado é quebra imediata, afinamento e até feridas no couro cabeludo.

Cabelos elásticos são ainda mais sensíveis à escovação agressiva, pois sua estrutura já está comprometida. Por isso, é fundamental desembaraçar começando pelas pontas e subindo gradualmente até a raiz, sempre com paciência. Escovas próprias para desembaraço ou pentes de dentes largos são os mais indicados, porque deslizam com mais facilidade e reduzem o atrito. Esse cuidado simples evita a quebra desnecessária e protege a fibra capilar durante o processo de recuperação.

OUTROS FATORES QUE PIORAM A ELASTICIDADE

Além dos erros citados, outros fatores podem contribuir para que os cabelos fiquem elásticos. A exposição solar excessiva sem proteção, por exemplo, provoca oxidação das proteínas e acelera o ressecamento. A poluição é outro inimigo silencioso, já que partículas poluentes se acumulam sobre os fios e aumentam o desgaste das cutículas. A alimentação também desempenha papel essencial. Dietas pobres em proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B prejudicam a formação de queratina e dificultam a regeneração do fio. Até mesmo o estresse crônico pode alterar o ciclo capilar e reduzir a vitalidade dos cabelos.

Por isso, quem enfrenta o problema precisa olhar para além dos cosméticos. Um estilo de vida equilibrado, com alimentação rica em nutrientes, hidratação adequada e redução do estresse, também influencia positivamente na recuperação da saúde capilar.

COMO RECUPERAR O CABELO ELÁSTICO

Quando os fios chegam ao ponto de elasticidade excessiva, a recuperação exige disciplina e paciência. O cronograma capilar é uma estratégia eficaz porque organiza os cuidados em etapas complementares. A hidratação deve ser feita uma a duas vezes por semana com máscaras ricas em ativos umectantes, como aloe vera, ácido hialurônico e pantenol. Esses ingredientes devolvem a água perdida e melhoram a maleabilidade.

A nutrição, feita com óleos vegetais ou máscaras nutritivas, repõe os lipídios que formam a barreira protetora natural do fio. Ingredientes como óleo de argan, abacate, oliva e manteiga de karité são muito utilizados. Essa etapa pode ser feita semanalmente ou a cada dez dias. Já a reconstrução deve ser realizada a cada quinze dias, utilizando produtos com queratina, colágeno e proteínas vegetais. Ela devolve a força e a resistência da fibra capilar. No entanto, o excesso de reconstrução pode deixar os fios rígidos, por isso o equilíbrio entre as etapas é indispensável.

Outro cuidado importante é o uso de finalizadores leave-in com filtro solar, que ajudam a proteger os fios da radiação ultravioleta. Esses produtos previnem novos danos enquanto o cabelo se recupera.

QUÍMICAS DEVEM SER EVITADAS

Durante o período de recuperação, é essencial evitar procedimentos químicos. Descolorações, alisamentos e até mesmo colorações permanentes fragilizam ainda mais a fibra e podem agravar o quadro. A recomendação é esperar até que o fio esteja mais forte antes de submeter-se a qualquer processo. Nesse intervalo, é possível recorrer a tonalizantes suaves ou produtos sem amônia, mas sempre com orientação profissional.

10 DICAS PRÁTICAS PARA FORTALECER E RECUPERAR OS FIOS

  1. Adote um cronograma capilar com etapas de hidratação, nutrição e reconstrução, respeitando os intervalos corretos
  2. Use protetor térmico sempre antes de aplicar secador, chapinha ou babyliss
  3. Lave os cabelos com água fria ou morna, evitando banhos muito quentes
  4. Prefira shampoos suaves e específicos para cabelos danificados, evitando fórmulas muito agressivas
  5. Utilize pentes de dentes largos ou escovas próprias para desembaraço, sempre começando pelas pontas
  6. Aplique óleos vegetais como argan, coco ou abacate nas pontas para nutrir e reduzir o frizz
  7. Proteja os fios da exposição solar com produtos que contenham filtro UV
  8. Evite procedimentos químicos até que o cabelo esteja recuperado
  9. Invista em uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, vitaminas e minerais
  10. Corte regularmente as pontas danificadas para estimular o crescimento saudável
Laísa Menezes, repórter do Folha Vitória
Laísa Menezes

Repórter

Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduanda em Branding pela Universidade Castelo Branco, Alumni do Susi Leaders (Ed. 2023). Atua no Folha Vitória desde maio de 2024.

Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduanda em Branding pela Universidade Castelo Branco, Alumni do Susi Leaders (Ed. 2023). Atua no Folha Vitória desde maio de 2024.