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Cachorro é encontrado esperando por dias em carrinho de mão após ser abandonado

Willy, um cachorro deixado para trás que, sem entender o que havia acontecido, permanecia no local, esperando que sua família retornasse

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 (Foto: Suzette Hall)
(Foto: Suzette Hall)

Em um bairro movimentado de Los Angeles, nos Estados Unidos, um carrinho de mão antigo, cercado por vasos de flores empilhados, virou abrigo para um cão abandonado. De tempos em tempos, uma cabecinha peluda surgia discretamente entre os objetos, chamando a atenção dos moradores. Era Willy, um cachorro deixado para trás que, sem entender o que havia acontecido, permanecia no local, esperando que sua família retornasse.

“Por um bom tempo, essa doce alma fez de um carrinho de mão sua cama”, contou Suzette Hall, fundadora da ONG Logan’s Legacy 29, que atua no resgate de animais abandonados na Califórnia.

A cena chamou atenção nas redes sociais e comoveu muitos usuários. “No meio de um bairro, cercado de pessoas, carros e barulho, ele escolheu aquele cantinho solitário, encolhido, esperando”, escreveu Suzette ao compartilhar a história.

Não se sabe ao certo por quanto tempo Willy ficou no mesmo lugar, entre o calor do asfalto e o barulho da cidade. O que se sabe é que ele insistia em permanecer ali, como se tivesse certeza de que, se esperasse o bastante, seria reencontrado. Mas isso nunca aconteceu.

UM NOVO COMEÇO PARA WILLY

Suzette Hall foi pessoalmente ao local assim que soube da história. E lá estava Willy, ainda no carrinho de mão, imóvel e silencioso. Com calma e paciência, ela conseguiu se aproximar e resgatá-lo, levando-o imediatamente a uma clínica veterinária.

Ele ficou muito feliz por ter sido resgatado, disse ela ao The Dodo.

Apesar da negligência sofrida, Willy estava em boas condições de saúde. Após os primeiros cuidados, foi considerado apto para ser acolhido por uma família temporária.

Pouco depois, uma família se ofereceu para recebê-lo em casa até que ele encontre um lar definitivo. “Não sabemos quem o deixou ou por quê, mas sabemos de uma coisa: ele merecia mais”, afirmou Suzette. “E hoje, ele finalmente conseguiu.”

Agora, longe do carrinho de mão, Willy dorme em uma cama confortável, tem água fresca à disposição e é cercado por afeto diariamente. Enquanto aguarda pela adoção definitiva, ele descobre que carinho e segurança também podem vir de quem nunca o abandonaria.

O IMPACTO DO LAR TEMPORÁRIO

A história de Willy também lança luz sobre a importância dos lares temporários para animais resgatados. Esse tipo de acolhimento pode transformar completamente a vida de um bicho que passou por abandono ou maus-tratos.

Segundo a organização internacional Four Paws, os lares temporários não beneficiam apenas os animais acolhidos, mas também os abrigos e os próprios tutores voluntários.

Nos abrigos, cada animal que vai para um lar temporário libera espaço para outro resgate. Com menos animais para cuidar, as equipes conseguem distribuir melhor os recursos e garantir mais atenção a cada um.

Para o animal, o ganho emocional é significativo. Ambientes de abrigo, embora bem estruturados, costumam ser barulhentos e movimentados. Sons estranhos, contato com muitos outros bichos e uma rotina agitada podem ser fontes de estresse, principalmente para os mais sensíveis ou idosos.

O lar temporário oferece justamente o oposto: calma, segurança e convivência humana diária. Esses elementos são fundamentais para a recuperação emocional e social do animal. Cães como Willy, por exemplo, precisam reaprender a confiar nas pessoas. Em uma casa, mesmo que provisória, eles se sentem parte de uma rotina novamente e têm a chance de se preparar para a adoção definitiva.

Além disso, o convívio com a família temporária permite que o animal aprenda comandos básicos, socialize com humanos e, em muitos casos, até com outros animais. Tudo isso aumenta suas chances de encontrar um lar permanente no futuro.

QUEM ACOLHE TAMBÉM GANHA

Ser um tutor temporário também pode ser uma experiência transformadora para quem acolhe. Ao participar da recuperação emocional de um animal, o voluntário não apenas oferece ajuda — mas também recebe afeto, gratidão e lições de resiliência.

Muitas vezes, esse vínculo se torna tão forte que o tutor decide adotar o animal de forma definitiva. Mas mesmo quando isso não acontece, a contribuição é valiosa. A passagem por um lar temporário pode ser a ponte entre o abandono e uma vida nova.

Como destaca a Four Paws, a maioria dos abrigos oferece suporte a esses cuidadores, inclusive cobrindo gastos com alimentação e atendimento veterinário. Dessa forma, é possível colaborar sem precisar arcar com todos os custos.

TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE ADOTAR UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO

Adotar um animal de estimação é um ato de carinho, mas também envolve uma série de responsabilidades. Antes de tomar essa decisão, é importante considerar alguns pontos fundamentais para garantir o bem-estar do animal e a harmonia no novo lar.

1. ADOTAR É PARA A VIDA TODA

Animais vivem muitos anos. Cães podem viver de 10 a 15 anos; gatos, até mais. A adoção não deve ser vista como temporária. Envolve compromisso a longo prazo.

2. NÃO BASTA AMAR: É PRECISO TER ESTRUTURA

É necessário ter espaço, tempo, recursos financeiros e estabilidade para oferecer tudo o que o animal precisa: alimentação, cuidados veterinários, higiene e atenção.

3. CUSTOS EXISTEM E PODEM SER ALTOS

Além da ração, vacinas, consultas veterinárias, banhos, tosa e medicamentos, é preciso considerar possíveis emergências. Estar preparado financeiramente é essencial.

4. NEM TODO PET COMBINA COM TODO PERFIL

Cada animal tem uma personalidade. Alguns são mais ativos, outros mais tranquilos. Filhotes exigem mais tempo e paciência; animais idosos podem demandar cuidados especiais.

5. ANIMAIS PRECISAM DE TEMPO, ROTINA E CONVÍVIO

Pets não são objetos de decoração. Eles exigem atenção diária, passeios, estímulos e afeto. A ausência prolongada do tutor pode causar estresse e problemas comportamentais.

6. PREPARE A CASA ANTES DA CHEGADA

Esconda fios, proteja plantas tóxicas, retire objetos perigosos e separe um cantinho confortável com cama, água e comida. A ambientação segura é parte do cuidado.

7. A SOCIALIZAÇÃO É FUNDAMENTAL

Principalmente nos primeiros meses, o pet precisa aprender a conviver com pessoas, outros animais e diferentes ambientes. Isso evita comportamentos agressivos ou medrosos.

8. PACIENTE, SIM. PERFEITO, NÃO

Todo pet vai errar, fazer bagunça ou testar limites. O tutor precisa ter paciência, ensinar com carinho e evitar punições severas, que podem gerar traumas.

9. ADOÇÃO RESPONSÁVEL ENVOLVE DOCUMENTAÇÃO

ONGs e protetores sérios costumam exigir termos de responsabilidade. Isso ajuda a garantir que o animal será bem cuidado e não devolvido sem motivo justo.

10. NÃO COMPRE, ADOTE COM CONSCIÊNCIA

A adoção deve ser feita com empatia e responsabilidade. O objetivo não é apenas “ter um animal”, mas oferecer uma nova chance a quem já sofreu abandono ou maus-tratos.

Kayra Miranda, repórter do Folha Vitória
Kayra Miranda

Repórter

Jornalista formada pela Faesa, com foco em beleza, saúde e bem-estar. Entusiasta do esporte e curiosa por novos temas.

Jornalista formada pela Faesa, com foco em beleza, saúde e bem-estar. Entusiasta do esporte e curiosa por novos temas.