O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou recentemente uma importante decisão sobre a cirurgia de remodelação costal flutuante, usada para afinar a cintura.
A prática, que ganhou destaque por ser realizada por celebridades como Kim Kardashian, Raissa Souza e Maya Massafera, foi oficialmente proibida no Brasil para fins estéticos.
O CFM classificou a técnica como experimental e de alto risco à saúde dos pacientes, considerando a falta de evidências científicas sobre sua eficácia e segurança.
COMO FUNCIONA A CIRURGIA?
A cirurgia de remodelação costal, mais popularmente conhecida como “cirurgia para tirar costela”, não retira, efetivamente, a costela, mas realiza uma remodelação nas costelas flutuantes.
O procedimento envolve quebrar e lixar essas costelas para que elas se calcifiquem voltadas para dentro, afunilando, assim, a cintura.
Embora tenha sido promovida como uma técnica para criar um corpo mais esguio, ela tem gerado críticas devido aos riscos à saúde, que incluem complicações respiratórias e danos à estrutura óssea.
A CIRURGIA DE REMODELAÇÃO COSTAL E EFEITOS ESTÉTICOS
Nos últimos anos, a remodelação costal para fins estéticos se tornou um tema de grande repercussão, especialmente após celebridades e influenciadoras de redes sociais passarem a admitir publicamente que se submeteram ao procedimento. Kim Kardashian, um dos maiores ícones de estilo global, foi uma das primeiras a associar sua figura mais fina à realização dessa cirurgia. Isso gerou um enorme aumento na busca por essa técnica, com muitos seguidores e admiradores da estrela tentando replicar seu visual.
Raissa Souza e Maya Massafera, outras celebridades brasileiras, também estiveram entre as personalidades que geraram grande atenção midiática ao realizarem o procedimento. Essas figuras públicas ajudaram a criar uma associação entre a remodelação costal e o “corpo perfeito”, uma obsessão que tem se intensificado com o uso das redes sociais. Porém, a popularização da cirurgia também fez surgir questionamentos sobre os reais riscos e a segurança desse tipo de intervenção.
Apesar do apelo estético de um corpo mais esguio, as complicações associadas à remodelação costal são bastante sérias. O procedimento, que envolve a manipulação das costelas e pode afetar a função respiratória, levanta dúvidas sobre sua real eficácia. Além disso, a falta de comprovação científica sobre os resultados a longo prazo fez com que o CFM tomasse a decisão de proibi-lo para fins estéticos.
DECISÃO DO CFM SOBRE A REMODELAÇÃO COSTAL
A decisão do Conselho Federal de Medicina de proibir a cirurgia de remodelação costal tem um forte componente de proteção à saúde pública. De acordo com o conselheiro do CFM, doutor Marcelo Prado, a medida visa proteger os pacientes de intervenções cirúrgicas de alto risco que ainda carecem de comprovação científica.
Para o CFM, a segurança dos pacientes deve vir em primeiro lugar, especialmente quando se trata de procedimentos estéticos que, muitas vezes, não possuem garantias claras de sucesso ou eficácia.
O CFM classificou a remodelação costal como um procedimento experimental, ou seja, uma técnica que ainda não possui comprovação científica sólida sobre sua segurança e resultados. Isso significa que, a partir de agora, a cirurgia só poderá ser realizada em ambientes de pesquisa científica, sob aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), e sem qualquer cobrança financeira dos pacientes. Para o CFM, a mudança na regulamentação não apenas protege os pacientes, mas também estabelece um padrão de responsabilidade e ética na prática médica.
Essa medida foi tomada após o CFM realizar uma análise detalhada dos riscos envolvidos na cirurgia. Embora haja algumas publicações que defendem o procedimento, o conselheiro José Armando Faria Jr., presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Espírito Santo (SBCP-ES), destacou que o procedimento não pode ser considerado seguro com base nas evidências existentes.
RISCOS DA REMODELAÇÃO COSTAL
Os riscos da remodelação costal são diversos. A principal preocupação dos profissionais de saúde é com as possíveis complicações respiratórias. A manipulação das costelas pode afetar a capacidade do paciente de respirar de forma adequada, levando a problemas graves de respiração e até mesmo à necessidade de intervenção médica urgente.
Além disso, o procedimento pode resultar em complicações a longo prazo, como dor crônica nas áreas manipuladas, infecções ou até mesmo deformidades na caixa torácica. A falta de evidências sobre os benefícios da cirurgia e os resultados de longo prazo faz com que ela seja altamente questionada pela comunidade médica. Em uma época em que os tratamentos estéticos estão em constante evolução, as decisões do CFM são vistas como essenciais para garantir que os pacientes não sejam expostos a riscos desnecessários.