
A queda de cabelo está entre as maiores preocupações estéticas da população brasileira. Embora a perda diária de fios seja natural, com uma média de até 100 fios por dia, situações de queda excessiva exigem atenção.
Essa condição pode estar associada a fatores como genética, estresse, deficiências nutricionais, distúrbios hormonais e até mesmo hábitos do cotidiano que prejudicam a saúde dos fios.
Segundo informações do TV Foco, muitos pacientes chegam aos consultórios dermatológicos com queixas sobre perda capilar acentuada, e, na maioria das vezes, as causas estão ligadas a práticas que poderiam ser corrigidas com orientações básicas.
O que muitos não sabem é que existem passos simples que ajudam significativamente a conter o problema e até a recuperar parte do volume perdido.
Com base em orientações de dermatologistas e diretrizes clínicas, listamos abaixo 10 atitudes eficazes para quem deseja reduzir a queda de cabelo e promover um crescimento mais saudável.
ENTENDA O CICLO NATURAL DO CABELO
O cabelo passa por três fases principais: anágena (crescimento), catágena (transição) e telógena (queda). Em um couro cabeludo saudável, cerca de 85% dos fios estão na fase anágena. Quando há distúrbios no ciclo, como no caso do eflúvio telógeno, um número elevado de fios entra precocemente na fase de queda.
Reconhecer esses padrões é importante para identificar quando a perda é natural ou quando passa a ser patológica. Em geral, uma perda de mais de 150 fios por dia por um período superior a três semanas deve ser investigada por um dermatologista.
EVITE O TRACIONAMENTO DOS FIOS
Tranças apertadas, coques esticados, rabos de cavalo firmes e uso contínuo de extensões capilares são hábitos que causam tração excessiva nos fios, levando à chamada alopecia por tração. Esse tipo de queda é causado pelo estiramento repetitivo da raiz do fio e pode se tornar irreversível quando crônico.
A recomendação é evitar prender os cabelos com força por longos períodos e optar por acessórios que não danifiquem a haste capilar
REDUZA O USO DE QUÍMICAS AGRESSIVAS
Procedimentos como alisamentos, escovas progressivas, descolorações e relaxamentos usam substâncias que penetram na estrutura capilar e a modificam. A longo prazo, esses processos danificam a cutícula do fio, provocando enfraquecimento e quebra.
Embora esses procedimentos sejam comuns, os especialistas sugerem limitar sua frequência e sempre realizar testes de mecha antes de novas aplicações. Hidratações regulares e reconstruções são importantes para restaurar a fibra capilar.
MODERE O USO DE FONTES DE CALOR
O calor excessivo dos secadores, pranchas e babyliss pode causar lesões térmicas no fio. O contato contínuo com temperaturas elevadas danifica a queratina, resseca os fios e aumenta a probabilidade de quebra na raiz.
Para minimizar os danos, é essencial usar protetores térmicos antes da exposição ao calor e preferir temperaturas médias. Também é importante permitir que os cabelos sequem naturalmente sempre que possível.
FORTALEÇA SUA ALIMENTAÇÃO
A saúde dos cabelos começa pela nutrição. Dietas restritivas ou carências de vitaminas e minerais como ferro, zinco, selênio, biotina e vitamina D estão associadas à queda capilar. A ingestão inadequada de proteínas também interfere diretamente no ciclo de crescimento dos fios.
Alimentos como ovos, carne vermelha magra, folhas verdes escuras, castanhas, leguminosas e frutas cítricas são aliados importantes. A suplementação, quando necessária, deve ser feita com prescrição médica.
OBSERVE A GENÉTICA FAMILIAR
A alopecia androgenética, também conhecida como calvície hereditária, é uma das causas mais comuns de queda capilar. Ela pode se manifestar em homens ainda na juventude e em mulheres após os 35 anos. Embora não haja cura, o tratamento precoce pode retardar a progressão da perda.
Produtos tópicos como minoxidil, medicamentos orais e terapias como a microinfusão de medicamentos no couro cabeludo são estratégias utilizadas para estabilizar a condição.
INVESTIGUE POSSÍVEIS ALTERAÇÕES HORMONAIS
Desequilíbrios hormonais são causas frequentes de queda capilar, especialmente entre mulheres. Condições como síndrome dos ovários policísticos (SOP), distúrbios da tireoide, menopausa e uso de contraceptivos hormonais podem interferir no ciclo do cabelo.
Exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico, e o tratamento inclui desde ajuste de medicamentos até reposição hormonal sob orientação médica.
TRATE DOENÇAS DO COURO CABELUDO
O couro cabeludo é o “solo” do crescimento capilar. Condições como dermatite seborreica, psoríase, caspa severa, foliculite ou infecções fúngicas interferem diretamente na saúde dos folículos e podem levar à queda difusa dos fios.
É fundamental manter o couro cabeludo limpo, usar shampoos adequados ao seu tipo de pele e procurar tratamento dermatológico sempre que notar coceira intensa, descamação, vermelhidão ou lesões.
GESTIONE O ESTRESSE DO DIA A DIA
O estresse psicológico afeta todo o organismo, inclusive o cabelo. Situações prolongadas de ansiedade ou tensão emocional podem provocar o eflúvio telógeno, em que grandes quantidades de fios entram na fase de queda simultaneamente.
Práticas como meditação, exercícios físicos, técnicas de respiração e acompanhamento psicológico são formas de prevenir essa consequência indireta do estresse. Dormir bem e manter uma rotina equilibrada são medidas tão importantes quanto o uso de cosméticos.
REVEJA OS MEDICAMENTOS QUE VOCÊ USA
Vários medicamentos têm a queda de cabelo como efeito colateral. Antidepressivos, anticoagulantes, betabloqueadores, anticonvulsivantes e medicamentos para tireoide são alguns exemplos. Mesmo suplementos, quando ingeridos em excesso, podem causar desequilíbrio nutricional e resultar em queda.
Antes de alterar qualquer prescrição, é fundamental conversar com o profissional de saúde responsável para avaliar alternativas que não afetem o cabelo.
PROCURE ACOMPANHAMENTO DERMATOLÓGICO
Muitos quadros de queda capilar se agravam por falta de diagnóstico ou por uso de produtos inadequados. Um dermatologista especializado em tricologia pode indicar o tratamento ideal de acordo com a origem do problema. Existem terapias modernas como laser de baixa intensidade, microagulhamento, PRP (plasma rico em plaquetas) e formulações personalizadas.
O acompanhamento contínuo é essencial para acompanhar a resposta ao tratamento e fazer ajustes conforme necessário.
A REALIDADE BRASILEIRA
No Brasil, estima-se que mais de 40 milhões de pessoas sofram com algum tipo de queda capilar. Estudos mostram que até 50% das mulheres após os 50 anos podem apresentar sinais de alopecia. Entre os homens, esse índice ultrapassa os 60% na mesma faixa etária. Apesar disso, ainda é comum a automedicação ou o uso indiscriminado de produtos não prescritos, o que pode agravar a situação.
A conscientização sobre as causas da queda e os tratamentos disponíveis vem crescendo, mas ainda há um caminho a ser percorrido para combater os estigmas relacionados à calvície e garantir acesso aos cuidados de forma ampla.