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Conclave: veja bastidores, últimas notícias e datas para a eleição do novo papa

Eleição papal começa dia 7 de maio em meio a disputas internas, dossiês sigilosos e tentativas de influenciar o futuro da Igreja Católica

Papa Francisco Morreu (3)
Como vai ser o velório do papa Francisco Foto: Divulgação/ Vatican News

O Conclave, que terá início em 7 de maio, reúne 133 cardeais eleitores na Capela Sistina para escolher o sucessor do Papa Francisco, falecido em 21 de abril. Este será o maior conclave desde 1978 e o primeiro a ultrapassar o limite tradicional de 120 eleitores, estabelecido pela constituição apostólica Universi Dominici Gregis.

Com 80% dos eleitores nomeados por Francisco, o colégio cardinalício reflete a diversidade global da Igreja: 27 cardeais vêm da Ásia e Oceania, 17 da América do Sul e 18 da África. Essa representatividade amplia as perspectivas, mas também impõe desafios, já que muitos dos cardeais não se conhecem pessoalmente. Para facilitar a interação, durante as congregações gerais, foram utilizados crachás de identificação e discursos introdutórios.

TENSÃO DENTRO DO VATICANO

Apesar do discurso oficial de unidade, há divisões entre os cardeais quanto ao futuro da Igreja. Temas como a bênção de casais do mesmo sexo, o papel das mulheres e a continuidade das reformas de Francisco geram debates acalorados. Cardeais como Walter Kasper defendem a continuidade das reformas, enquanto outros, como Gerhard Müller, alertam contra flexibilizações doutrinárias.

Além das tensões internas, há tentativas externas de influenciar o conclave. Um grupo conservador norte-americano, conhecido como “Better Church Governance Group“, investiu cerca de um milhão de dólares na elaboração de dossiês sobre cardeais, visando influenciar a eleição. O projeto, chamado “Red Hat Report“, busca expor possíveis fragilidades dos cardeais considerados “papáveis“.

CONHEÇA OS FAVORITOS

Entre os nomes mais mencionados como possíveis sucessores estão o italiano Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, e o filipino Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização. Outros nomes citados incluem o brasileiro Sérgio da Rocha e o ganês Peter Turkson. No entanto, especialistas alertam que o resultado é imprevisível, dada a diversidade e o desconhecimento mútuo entre muitos eleitores.

EXPECTATIVAS DO CONCLAVE

O conclave seguirá os procedimentos estabelecidos pela Universi Dominici Gregis. Os cardeais ficarão hospedados na Casa Santa Marta, isolados de qualquer contato externo, sem acesso a meios de comunicação. As votações ocorrerão na Capela Sistina, com até quatro escrutínios diários. Se após três dias não houver consenso, será feito um dia de oração antes de retomar as votações.

Historicamente, conclaves que duram mais de três dias indicam divisões significativas entre os eleitores. Os dois últimos conclaves, em 2005 e 2013, foram concluídos em dois dias. A expectativa é de que o atual conclave também seja breve, embora a diversidade e as tensões possam prolongar o processo.

COMO FUNCIONA O CONCLAVE?

O conclave é o processo pelo qual os cardeais da Igreja Católica elegem um novo papa após a morte ou renúncia do pontífice anterior. Realizado dentro da Capela Sistina, no Vaticano, o conclave começa com a celebração da missa “Pro Eligendo Pontifice”.

Em seguida, os cardeais eleitores — todos com menos de 80 anos — são isolados do mundo externo na Casa Santa Marta, sem acesso a celulares, jornais ou internet. As votações ocorrem até quatro vezes por dia e são secretas.

Para ser eleito, um cardeal precisa obter dois terços dos votos. A cada rodada, as cédulas são queimadas em um forno ligado a uma chaminé visível na Praça São Pedro. A fumaça preta indica que nenhum candidato foi escolhido, enquanto a branca anuncia que um novo papa foi eleito. Após aceitar o cargo, o escolhido adota um novo nome e é apresentado ao mundo com a tradicional frase “Habemus Papam”.

“Gritos de uma alma”: papa João Paulo confirma destino de Francisco em carta psicografada de arrepiar

Carta psicografa de Papa Francisco (foto/reprodução: X)
Carta psicografa de Papa Francisco (foto/reprodução: X)

A morte do papa Francisco, que aconteceu na última segunda-feira (21), abalou o mundo. Líderes religiosos, fiéis e admiradores de sua trajetória se uniram em luto pela partida de Jorge Mario Bergoglio, reconhecido por sua postura acolhedora, sua compaixão pelos marginalizados e o constante apelo à paz.

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Mas em meio à dor da despedida, uma suposta carta psicografada atribuída ao papa João Paulo II surpreendeu fiéis e levantou reflexões espirituais profundas. A mensagem teria sido recebida durante uma sessão mediúnica e divulgada pelo canal do YouTube “O Espiritualista”.

O que estava escrito na carta?

A carta, canalizada por um médium sob orientação de mentores espirituais, começa com palavras humildes: “Venho, não por vaidade ou nostalgia, mas por misericórdia”. Karol Wojtyla, como era conhecido João Paulo II, teria retornado em espírito para confortar e orientar os corações enlutados.

Na mensagem, ele afirma que Francisco, recém-desencarnado, já integra uma falange espiritual ao lado de outros papas, como João XXIII, Paulo VI, Bento XVI e o próprio João Paulo II. Segundo ele, essa confraria não atua para sustentar o poder terreno da Igreja, mas para irradiar luz, paz e reconciliação nos planos sutis da existência.

Wojtyla descreve Francisco como um espírito que, ainda em vida, “já vibrava nos ritmos do alto”, agindo guiado por sua sensibilidade com os pobres e a Mãe Terra. Para ele, a missão de um papa não se encerra com a morte, mas ganha novas formas no plano espiritual, onde continua a orientar almas.

Um dos trechos mais marcantes da carta traz uma metáfora dolorosa: o sofrimento do planeta seria como os “gritos de uma alma”. João Paulo II afirma que a Terra chora em silêncio, com rios, florestas, animais e inocentes como vítimas de uma humanidade que se afastou da ética e da espiritualidade.

O planeta sangra”, escreve, alertando que a indiferença é a praga mais letal da atualidade. Segundo ele, não é Deus quem deseja a destruição, mas o egoísmo humano que acelera esse colapso.

O legado de Francisco

causa da morte papa francisco
Foto: Divulgação/ Vatican News

Ainda segundo a mensagem, o Papa Francisco não descansa após sua morte. Em vez disso, atua como guia espiritual em uma missão que transcende os limites do corpo e do tempo. Junto a outros líderes espirituais, ele trabalha para inspirar novas gerações a seguirem caminhos de compaixão, justiça e paz.

A suposta carta psicografada reforça a ideia de que o verdadeiro serviço não termina com a vida, mas continua em outras esferas de atuação.

A despedida de Francisco

A partida de Francisco marcou o fim de uma era para a Igreja Católica, mas também abriu espaço para reflexões profundas sobre espiritualidade, missão e continuidade.

Mais do que consolar os fiéis, a carta atribuída a João Paulo II é um chamado à consciência: em tempos de crise e desumanidade, cabe a cada um de nós manter viva a chama da fé, da empatia e da responsabilidade com o próximo e com o planeta.

E agora, quem será o próximo Papa?

Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica se prepara para o Conclave — o processo de escolha de seu novo líder. Entre os possíveis nomes está o do cardeal Peter Turkson, que, se escolhido, se tornaria o primeiro Papa negro da história.

Ao todo, 252 cardeais compõem o Colégio Cardinalício, dos quais 138 são eleitores aptos a decidir o futuro do papado.

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.