O colesterol alto é uma das principais preocupações entre a população idosa. Com o avanço da idade, é comum que os níveis de colesterol LDL, popularmente conhecido como “colesterol ruim”, aumentem, elevando os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.
No entanto, um alimento simples, barato e amplamente utilizado na culinária brasileira vem ganhando destaque entre nutricionistas e pesquisadores por seus efeitos positivos na regulação do colesterol: a aveia.
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Rica em fibras solúveis, especialmente a betaglucana, a aveia tem sido apontada como uma aliada importante na luta contra o excesso de colesterol. Estudos publicados em revistas científicas nas últimas décadas demonstram que o consumo regular de aveia pode contribuir significativamente para a redução dos níveis de LDL, sem afetar o HDL (o “bom” colesterol).
O benefício é ainda mais evidente entre idosos, que tendem a apresentar maior resistência a medicamentos ou efeitos colaterais associados aos tratamentos convencionais com estatinas.
COMO A AVEIA ATUA NO ORGANISMO
A betaglucana presente na aveia é uma fibra que, ao entrar em contato com a água no sistema digestivo, forma um gel viscoso. Esse gel age como uma espécie de “esponja”, capturando parte do colesterol e da bile no intestino e impedindo sua absorção. Com isso, o fígado é estimulado a usar mais colesterol circulante para produzir nova bile, o que reduz a concentração do LDL no sangue.
Essa ação também ajuda a regular o açúcar no sangue, promover saciedade e melhorar o funcionamento do intestino, o que é especialmente benéfico para pessoas com 60 anos ou mais, já que distúrbios intestinais e desregulação glicêmica são comuns nessa faixa etária.
BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE DOS IDOSOS
Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 40% dos brasileiros com mais de 60 anos apresentam algum grau de dislipidemia, ou seja, alteração nos níveis de colesterol e triglicerídeos. A condição é silenciosa, mas está associada a problemas graves, como entupimento das artérias, insuficiência cardíaca e complicações cerebrais.
Nesse contexto, a adoção de hábitos alimentares saudáveis ganha ainda mais importância. Embora medicamentos continuem sendo necessários em casos mais graves, a alimentação é uma das ferramentas mais acessíveis e eficazes para prevenção e controle da dislipidemia. A aveia, por ser de fácil preparo e compatível com diversas receitas, se torna uma opção prática no dia a dia dos idosos.
Além disso, ela possui baixo índice glicêmico, o que significa que não causa picos bruscos de açúcar no sangue, algo relevante para a saúde metabólica dos idosos, especialmente os que convivem com o diabetes tipo 2. Outro ponto positivo é seu teor de antioxidantes, como a avenantramida, que auxilia no combate a processos inflamatórios crônicos, comuns com o envelhecimento.
ESTUDOS CIENTÍFICOS REFORÇAM OS BENEFÍCIOS
Pesquisas realizadas em diversos países apontam para o potencial da aveia como agente redutor do colesterol LDL. Uma revisão publicada no American Journal of Clinical Nutrition analisou dados de vários estudos clínicos e concluiu que o consumo diário de pelo menos 3 gramas de betaglucana da aveia pode reduzir entre 5% e 10% do LDL em poucos meses.
Outro estudo, realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, demonstrou que uma dieta rica em aveia, soja, leguminosas e oleaginosas pode reduzir o colesterol ruim de forma comparável a medicamentos, especialmente em indivíduos com risco cardiovascular moderado. A diferença, porém, é que os alimentos não apresentam os efeitos colaterais típicos das drogas de controle lipídico.
Esses dados reforçam a importância de incluir a aveia de forma estratégica na alimentação, principalmente na primeira refeição do dia, quando o organismo está mais receptivo à absorção de nutrientes funcionais.
FORMAS DE CONSUMO E CUIDADOS
A aveia pode ser consumida de diversas maneiras, como em mingaus, vitaminas, panquecas, pães caseiros, iogurtes, frutas ou até mesmo salpicada sobre o arroz. Para quem busca o efeito de redução do colesterol, a forma mais recomendada é a aveia em flocos ou farelo, já que concentram maior quantidade de betaglucana.
Especialistas recomendam uma ingestão média de 25 a 30 gramas de aveia por dia, o equivalente a cerca de três colheres de sopa, para que os efeitos sejam perceptíveis ao longo do tempo. Contudo, é importante que o alimento faça parte de uma dieta equilibrada, com baixo consumo de gorduras saturadas e alto teor de vegetais e frutas.
Vale lembrar que, apesar dos inúmeros benefícios, a introdução de alimentos ricos em fibras deve ser feita de forma gradual, principalmente entre idosos que não estão acostumados, para evitar desconfortos gastrointestinais como gases e distensão abdominal. Também é essencial aumentar o consumo de água ao longo do dia para facilitar o trânsito intestinal e potencializar os efeitos da fibra.
OUTROS ALIMENTOS QUE AUXILIAM NA SÁUDE
Embora a aveia tenha papel central, ela não age sozinha. Outras opções alimentares contribuem para a manutenção de níveis saudáveis de colesterol, como as oleaginosas (nozes, castanhas e amêndoas), peixes ricos em ômega-3 (como sardinha e salmão), frutas cítricas, azeite de oliva extravirgem e legumes como a berinjela e o quiabo.
Esses alimentos, quando combinados com a aveia e com a prática de atividades físicas regulares, mesmo que leves, como caminhadas diárias, formam uma estratégia sólida de controle do colesterol sem a necessidade, em muitos casos, de recorrer a tratamentos medicamentosos.
IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO MÉDICO
Apesar dos efeitos comprovados da aveia na redução do colesterol, é fundamental que idosos com diagnóstico de dislipidemia mantenham acompanhamento médico regular. Em muitos casos, o uso de medicamentos será necessário para alcançar as metas lipídicas, especialmente quando há histórico de doenças cardíacas ou risco elevado.
A introdução de alimentos funcionais, como a aveia, deve ser vista como parte de um conjunto de medidas, que inclui acompanhamento nutricional, prática de exercícios, controle do peso e avaliação periódica de exames laboratoriais.
A aveia, um alimento simples e acessível, pode ser uma poderosa aliada na redução do colesterol ruim entre idosos com mais de 60 anos. Sua atuação no organismo vai além do controle lipídico, ajudando também na saúde intestinal, no controle glicêmico e na prevenção de inflamações. Com apoio médico e escolhas alimentares conscientes, é possível minimizar os riscos cardiovasculares e melhorar a qualidade de vida na terceira idade.