
O jornalista William Bonner anunciou sua saída do Jornal Nacional, telejornal exibido pela Globo desde 1969.
Segundo informações do Portal TV Foco, a decisão encerra uma trajetória de quase três décadas na bancada e marca uma das mudanças mais relevantes do jornalismo televisivo brasileiro em 2025.
Bonner esteve no comando do JN desde 1996, acumulando a função de editor-chefe e responsável por decisões editoriais, reuniões de pauta e definição das coberturas.
Sua saída está prevista para o dia 2 de novembro de 2025, abrindo espaço para a estreia de César Tralli, que assumirá no dia seguinte.
MOTIVOS DA SAÍDA DE BONNER
Ao longo dos últimos anos, Bonner declarou em diferentes ocasiões que sentia o peso da função. O Jornal Nacional exige dedicação integral, plantões, envolvimento em grandes coberturas e constante exposição pública.
Entre os principais pontos levantados pelo jornalista estão:
- Carga de trabalho intensa: como editor-chefe, Bonner acumulava responsabilidades além da apresentação. Isso incluía planejar edições, avaliar reportagens e coordenar a equipe de editores.
- Exposição prolongada: a presença diária na bancada, durante quase 30 anos, fez dele uma figura pública em evidência, o que também representava desgaste pessoal.
- Pandemia de Covid-19: o período de 2020 e 2021 foi especialmente exigente, com o JN assumindo papel central na cobertura da crise sanitária. Em entrevistas, Bonner afirmou que a pandemia foi um dos momentos mais difíceis da carreira.
- Desejo de diminuir o ritmo: nos bastidores, o jornalista já vinha pedindo à emissora para reduzir sua carga horária. A decisão de sair foi considerada uma transição planejada, após a definição de quem seria seu sucessor.
Mesmo deixando o JN, Bonner continuará contratado pela Globo e será repórter e apresentador do Globo Repórter, com estreia marcada para fevereiro de 2026.
A TRAJETÓRIA DE WILLIAM BONNER
Nascido em 1963, em Ribeirão Preto (SP), Bonner começou sua carreira em 1983, na TV Bandeirantes. Em 1986, foi contratado pela Globo, onde passou a apresentar o SPTV. Pouco depois, apresentou também o Fantástico e o Jornal da Globo.
Em 1996, assumiu a bancada do Jornal Nacional, substituindo Cid Moreira e Sérgio Chapelin. Ao lado de Fátima Bernardes, então sua esposa, formou uma das duplas mais conhecidas da TV.
Entre os marcos de sua carreira, Bonner esteve à frente da cobertura de eleições presidenciais, grandes desastres, operações policiais, atentados internacionais e a pandemia de Covid-19.
Sua saída encerra um ciclo de quase 30 anos, um dos mais longos da história do telejornalismo brasileiro.
CÉSAR TRALLI É O NOVO ÂNCORA DO JN
A Globo anunciou que César Tralli assumirá a bancada do Jornal Nacional a partir de 3 de novembro de 2025. O jornalista deixa o comando do Jornal Hoje, onde estava desde 2021.
Tralli iniciou sua carreira na Globo em 1993 e passou por diferentes funções, incluindo correspondente internacional em Londres, repórter investigativo e apresentador do SPTV 1ª Edição, que conduziu por 10 anos.
Sua experiência em diferentes áreas do jornalismo foi decisiva para a escolha como sucessor de Bonner.
SALÁRIO DE CÉSAR TRALLI NO JN
A mudança para o Jornal Nacional representará também uma valorização financeira. De acordo com o colunista André Romano, Tralli receberá cerca de R$ 350 mil por mês como âncora do JN.
O valor é mais que o dobro dos aproximadamente R$ 120 mil mensais que recebia como apresentador do Jornal Hoje. Esse aumento reflete a importância estratégica do JN dentro da programação da emissora.
A CARREIRA DE CÉSAR TRALLI
Nascido em 1970, em São Paulo, César Tralli se formou em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Entrou na Globo em 1993 e ganhou notoriedade como repórter investigativo.
Nos anos 2000, foi correspondente internacional em Londres, cobrindo eventos como a morte da princesa Diana e atentados na Europa.
Após o período fora do país, voltou ao Brasil e assumiu o SPTV 1ª Edição, telejornal local de São Paulo, onde permaneceu por uma década. Nesse período, tornou-se um rosto conhecido do público paulista.
Em 2021, foi promovido ao comando do Jornal Hoje, em rede nacional. Agora, em 2025, chega ao posto mais alto da emissora no jornalismo televisivo.
IMPACTO NO JORNAL NACIONAL
O Jornal Nacional, no ar desde 1969, é o telejornal de maior audiência da TV brasileira. Por isso, a escolha de um novo âncora sempre desperta atenção.
A saída de Bonner representa uma mudança simbólica: durante quase três décadas, ele foi a principal referência do JN. Com a chegada de Tralli, a Globo aposta em um jornalista experiente para manter o padrão editorial do programa.
OUTRAS MUDANÇAS NA GLOBO
A transição também trouxe alterações em outros telejornais da emissora:
- Cristiana Sousa Cruz será promovida a editora-chefe do JN.
- Roberto Kovalick assumirá o Jornal Hoje, substituindo César Tralli.
- Tiago Scheuer passará a apresentar o Hora Um.
Essas mudanças reorganizam a linha de frente do jornalismo da Globo a partir do fim de 2025.
O FUTURO DE BONNER
William Bonner não deixará a emissora. Ele será apresentador e repórter do Globo Repórter, com estreia marcada para 20 de fevereiro de 2026, em uma edição gravada em Nova York.
Essa mudança permitirá ao jornalista se dedicar a reportagens especiais, com menor carga diária e longe da rotina intensa do JN.
LINHA DO TEMPO DOS APRESENTADORES DO JORNAL NACIONAL
1969 – ESTREIA
- Cid Moreira e Hilton Gomes foram a primeira dupla de apresentadores do Jornal Nacional, que estreou em 1º de setembro de 1969.
1971
- Hilton Gomes deixou o telejornal. Sérgio Chapelin assumiu ao lado de Cid Moreira.
- Essa dupla se consolidou como uma das mais marcantes da TV brasileira.
ANOS 1980
- Durante a década, Cid Moreira e Sérgio Chapelin se revezaram em períodos na bancada.
- Outras substituições eventuais também ocorreram, mas a imagem deles permaneceu fortemente ligada ao JN.
1996
- Após 27 anos, Cid Moreira deixou a bancada.
- Sérgio Chapelin também se despediu.
- William Bonner assumiu o posto de âncora e editor-chefe, inicialmente ao lado de Lílian Witte Fibe.
1998
- Lílian Witte Fibe saiu.
- Fátima Bernardes, então casada com Bonner, passou a dividir a bancada com ele.
2011
- Fátima Bernardes deixou o JN para assumir um programa próprio (“Encontro com Fátima Bernardes”).
- Patrícia Poeta foi escalada para a bancada ao lado de Bonner.
2014
- Patrícia Poeta deixou o telejornal.
- Renata Vasconcellos passou a ser a âncora ao lado de William Bonner.
- Essa dupla se manteve por mais de uma década.
2025
César Tralli assume oficialmente a bancada em 3 de novembro de 2025, ao lado de Renata Vasconcellos.
William Bonner anuncia sua saída após 29 anos no comando.