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Mounjaro no Brasil: médico diz quantos kg perde em 1 mês. Mas todo mundo pode usar a "caneta milagrosa" para emagrecer?

Novo medicamento aprovado pela Anvisa chama a atenção pela perda de peso rápida, mas especialistas alertam para riscos

Mounjaro chega ao ES
(Foto: Reprodução)

Em meio ao crescente interesse por medicamentos para emagrecimento no Brasil, o Mounjaro (tirzepatida), lançado recentemente, tem despertado atenção tanto da comunidade médica quanto do público geral.

Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o remédio foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2023 e já começou a chegar às farmácias brasileiras em 2024.

Embora inicialmente voltado para o tratamento do diabetes tipo 2, o Mounjaro ganhou notoriedade por sua eficácia na perda de peso. Especialistas apontam que pacientes podem perder entre 6 e 11 kg no primeiro mês de uso. Mas o uso do medicamento não é liberado para todos.

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O Mounjaro é um medicamento injetável à base de tirzepatida, uma molécula que simula a ação de dois hormônios naturais: o GLP-1 e o GIP. Esses hormônios desempenham papel essencial na regulação da glicemia e também atuam na redução do apetite, promovendo saciedade prolongada.

O diferencial do Mounjaro em relação a outros fármacos similares, como a semaglutida, está na ativação simultânea dos dois hormônios. Essa abordagem dupla tem demonstrado resultados superiores em estudos clínicos, especialmente na perda de peso.

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QUANTOS QUILOS PODEM SER PERDIDOS?

A perda de peso com o Mounjaro depende de variáveis como a dose utilizada, o metabolismo individual e os hábitos alimentares. Quando aliado a mudanças sustentáveis no estilo de vida e a acompanhamento profissional, o medicamento tende a apresentar resultados mais consistentes.

QUEM PODE UTILIZAR O MOUNJARO?

O uso do Mounjaro é indicado, principalmente, para pessoas com diabetes tipo 2 que não conseguem controlar a doença apenas com dieta e exercícios. Também foi aprovado para o tratamento da obesidade em indivíduos com IMC acima de 30, ou acima de 27 quando há doenças associadas, como apneia do sono ou hipertensão.

Por ser um medicamento com efeitos sistêmicos relevantes, sua administração deve ser feita somente com prescrição médica, após avaliação detalhada e exames clínicos.

QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS E RISCOS?

Os efeitos colaterais mais comuns envolvem o sistema gastrointestinal, incluindo náuseas, vômitos, diarreia e constipação, especialmente nas primeiras semanas de uso. Em casos raros, podem ocorrer complicações mais graves, como pancreatite.

Há contraindicações específicas, como em pacientes com histórico pessoal ou familiar de câncer medular da tireoide. A bula deve ser consultada com atenção, e o tratamento precisa ser acompanhado de perto por um profissional de saúde.

COMO O MEDICAMENTO É ADMINISTRADO?

O Mounjaro é aplicado por meio de injeção subcutânea uma vez por semana, normalmente na barriga, coxa ou braço. A dose inicial costuma ser de 2,5 mg e pode ser aumentada gradualmente até 15 mg, de acordo com a resposta do organismo e a orientação médica.

O produto é comercializado em canetas prontas para uso, semelhantes às utilizadas por pessoas com diabetes, o que facilita a administração domiciliar. No entanto, o custo pode ser elevado, com preços que ultrapassam R$ 1.800 por caixa, variando conforme a dose e a região.

DISPONIBILIDADE NAS FARMÁCIAS

Desde sua chegada ao Brasil, o Mounjaro tem despertado grande interesse, o que levou a uma alta demanda inicial e à escassez do produto em algumas farmácias, sobretudo nos grandes centros urbanos. A fabricante afirmou estar ampliando a distribuição para normalizar o fornecimento.

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A POPULARIZAÇÃO ENTRE CELEBRIDADES

O uso do Mounjaro e de medicamentos semelhantes ganhou visibilidade após ser associado a figuras públicas e influenciadores. Esse fenômeno contribuiu para o aumento da procura, mas também levantou preocupações sobre o uso sem indicação médica adequada.

Especialistas alertam para os riscos da automedicação e reforçam a necessidade de critérios clínicos bem definidos para iniciar o tratamento.

O QUE DIZEM OS ESTUDOS CLÍNICOS?

Em pesquisas de fase 3, a tirzepatida demonstrou uma redução média de 22,5% do peso corporal total em um período de 72 semanas entre pacientes obesos. O grupo placebo, por sua vez, perdeu apenas 2,4% no mesmo intervalo.

Esses resultados colocam o Mounjaro entre os tratamentos mais eficazes para a obesidade, superando, em alguns casos, até mesmo métodos cirúrgicos em faixas específicas de IMC.

A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO MÉDICO

O Mounjaro representa um avanço importante no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. No entanto, seu uso exige acompanhamento médico constante, planejamento terapêutico individualizado e comprometimento com mudanças no estilo de vida.

Mais do que a perda de peso em si, o foco deve estar na promoção da saúde metabólica e na melhoria da qualidade de vida do paciente.

OUTRAS OPÇÕES DISPONÍVEIS NO MERCADO

Além do Mounjaro, o mercado farmacêutico oferece outras opções de medicamentos para o controle da obesidade e do diabetes tipo 2, como o Ozempic (semaglutida), o Saxenda (liraglutida) e o Wegovy — todos com mecanismos semelhantes baseados na ação do GLP-1.

Cada um desses fármacos possui particularidades quanto à dosagem, frequência de uso e eficácia, e a escolha entre eles deve considerar o perfil clínico do paciente, os efeitos colaterais esperados e o custo-benefício do tratamento. A avaliação profissional é essencial para indicar a melhor estratégia terapêutica de forma segura e personalizada.

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