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Os primeiros sintomas do câncer de intestino: o que Preta Gil sentiu e muitos ignoram

Doença silenciosa pode dar sinais sutis nas fases iniciais; alimentação adequada e abandono de maus hábitos são fundamentais na prevenção

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Preta Gil está sentada e usa uma blusa branca
(Foto: Reprodução/Instagram @pretagil)

O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é um dos tipos mais frequentes no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o segundo mais comum entre as mulheres e o terceiro entre os homens, superando inclusive os casos de câncer de pulmão em algumas regiões.

Apesar disso, ainda é uma doença cercada de desinformação, muitas vezes associada apenas a sintomas mais graves, como sangramentos e perda de peso. No entanto, sinais aparentemente simples como prisão de ventre e dor de cabeça frequente podem indicar alterações no organismo que merecem atenção.

O caso da cantora Preta Gil, que revelou publicamente sua luta contra o câncer de intestino, acendeu o alerta para a importância do diagnóstico precoce. A artista notou mudanças em seu corpo que foram inicialmente negligenciadas, mas que depois se revelaram sintomas de um tumor já em estágio avançado.

Fui ao banheiro normalmente e, quando fui andar, senti algo escorrer pelas pernas. Quando olhei, era sangue, e não era pouco, era muito. Comecei a me sentir mal, fiquei tonta, desmaiei e fui levada às pressas ao hospital. Lá, fiz exames como tomografia e ressonância, e já na primeira tomografia o tumor apareceu. Ele tinha seis centímetros, era grande, relatou a cantora.

Preta Gil ressaltou ainda a importância de exames preventivos, como a colonoscopia, especialmente para pessoas acima de 45 anos ou com histórico familiar da doença.

CINCO SINTOMAS DE CÂNCER NO INTESTINO QUE MERECEM ATENÇÃO

O câncer de intestino pode se desenvolver de forma lenta e silenciosa. Os sintomas iniciais são sutis, mas com o tempo, tornam-se mais evidentes. Identificar esses sinais e buscar ajuda médica o quanto antes pode ser decisivo.

1. Prisão de ventre ou alteração no hábito intestinal
A constipação frequente, especialmente quando surge em pessoas que nunca apresentaram esse problema, pode indicar obstruções no intestino. Também é comum observar alternância entre diarreia e prisão de ventre, ou uma sensação constante de evacuação incompleta.

2. Sangue nas fezes ou fezes muito escuras
Um dos sinais mais característicos do câncer colorretal é a presença de sangue nas fezes. Em alguns casos, o sangramento é visível; em outros, ele só é detectado por meio de exames. Fezes muito escuras ou com odor incomum também podem indicar sangramento interno.

3. Dor abdominal constante ou cólicas frequentes
Desconfortos abdominais que se tornam rotina, mesmo após refeições leves, podem estar relacionados a inflamações, lesões ou obstruções provocadas por tumores no intestino grosso.

4. Perda de peso sem motivo aparente
A perda de peso sem dieta ou atividade física intensa pode ser um indicativo de que o organismo está lidando com algum processo metabólico anormal. Tumores consomem muita energia, o que pode levar à perda de massa corporal.

5. Dor de cabeça frequente e sensação de fadiga
Embora menos associadas ao câncer intestinal, dores de cabeça e fadiga constantes podem indicar anemia, condição comum em pacientes com tumores colorretais devido a sangramentos internos e absorção ineficiente de nutrientes.

MAUS HÁBITOS QUE AUMENTAM O RISCO

A maioria dos casos de câncer de intestino está relacionada ao estilo de vida. Fatores como alimentação pobre em fibras, consumo excessivo de carnes processadas, sedentarismo e tabagismo aumentam significativamente o risco de desenvolver a doença. Além disso, a obesidade abdominal está diretamente ligada à resistência à insulina e processos inflamatórios crônicos, que favorecem o surgimento de células cancerígenas.

Entre os principais hábitos prejudiciais estão:

  • Consumo frequente de embutidos (salsicha, presunto, salame)
  • Dieta rica em gordura saturada e pobre em vegetais
  • Baixa ingestão de água
  • Falta de atividade física regular
  • Consumo excessivo de álcool
  • Uso prolongado de laxantes sem orientação médica

Evitar esses comportamentos e adotar um estilo de vida mais saudável são medidas eficazes para reduzir o risco da doença.

ALIMENTOS QUE AJUDAM NA PREVENÇÃO

Uma alimentação rica em fibras e antioxidantes é um dos pilares da prevenção ao câncer de intestino. As fibras ajudam na formação do bolo fecal e no trânsito intestinal, reduzindo o tempo de contato de resíduos tóxicos com a mucosa intestinal. Já os antioxidantes combatem os radicais livres, que são moléculas responsáveis por danos celulares.

Principais alimentos recomendados:

  • Frutas frescas com casca: maçã, pera, mamão, laranja
  • Verduras e legumes: brócolis, couve, espinafre, cenoura
  • Grãos integrais: arroz integral, aveia, linhaça, chia
  • Leguminosas: feijão, lentilha, grão-de-bico
  • Iogurte natural e alimentos fermentados: contribuem para o equilíbrio da flora intestinal
  • Água em abundância: essencial para que as fibras ajam corretamente no intestino

Esses alimentos devem ser consumidos diariamente e em diferentes preparações para garantir variedade nutricional. Além disso, cozinhar com azeite de oliva e evitar frituras ajuda a manter o organismo em equilíbrio.

ALIMENTOS QUE PRENDEM O INTESTINO

Segundo o portal Tua Saúde alguns alimentos, embora comuns na alimentação diária, têm o efeito de dificultar o trânsito intestinal. Eles reduzem a frequência das evacuações, aumentam o tempo de digestão e podem contribuir para a prisão de ventre quando consumidos com frequência ou em excesso. Veja abaixo uma lista dos principais:

BANANA VERDE COZIDA
A banana verde cozida é rica em fibras solúveis, que retardam a digestão e reduzem a velocidade do trânsito intestinal. Por esse motivo, seu consumo frequente pode levar à constipação, especialmente em pessoas com o intestino mais sensível. Apesar de conter potássio, nutriente importante para o organismo, seu efeito de retenção intestinal é significativo.

MAÇÃ COZIDA SEM CASCA
Ao ser cozida e descascada, a maçã perde grande parte das fibras insolúveis que favorecem o bom funcionamento do intestino. O que resta é a pectina, fibra solúvel que aumenta o tempo de digestão e contribui para a formação de fezes mais firmes. Em excesso, esse preparo pode dificultar as evacuações.

CENOURA COZIDA SEM CASCA
A versão cozida da cenoura, especialmente quando sem casca, tem menor teor de fibras e apresenta efeito adstringente. Isso significa que, ao invés de estimular o intestino, ela pode contribuir para que ele funcione mais lentamente. Pessoas com tendência à prisão de ventre devem consumir com moderação.

CALDO DE ARROZ
Muito utilizado em casos de diarreia, o caldo de arroz tem ação espessante e forma um “gel” no intestino, o que ajuda a tornar as fezes mais sólidas. Embora útil em quadros agudos, seu uso fora desse contexto pode reduzir o ritmo do intestino. O baixo teor de fibras reforça esse efeito de retenção.

PERA COZIDA SEM CASCA
Quando a pera é consumida cozida e sem casca, seu conteúdo de fibras insolúveis também é reduzido. O resultado é um efeito semelhante ao da maçã cozida: digestão mais lenta e menor estímulo ao trânsito intestinal. Ainda que a fruta tenha boa quantidade de água, o formato do preparo contribui para prender o intestino.

PÃO BRANCO
Feito com farinha refinada, o pão branco tem baixo teor de fibras e alto índice glicêmico. Por isso, é digerido rapidamente, mas contribui pouco para a formação de fezes com bom volume. Quando consumido com frequência e em substituição aos pães integrais, pode levar à constipação. O efeito é agravado quando combinado com queijos gordurosos ou embutidos.

QUEM DEVE FAZER EXAMES PREVENTIVOS

A recomendação geral é que pessoas a partir dos 45 anos comecem a fazer exames periódicos, como a colonoscopia, especialmente se houver histórico familiar da doença. Em alguns casos, os médicos podem antecipar a triagem para os 40 anos ou até menos, dependendo do quadro clínico.

A colonoscopia permite visualizar todo o intestino grosso e identificar lesões, pólipos ou tumores em estágio inicial. Quando detectados a tempo, esses pólipos podem ser removidos durante o próprio exame, impedindo sua evolução para o câncer.

Além da colonoscopia, exames de sangue oculto nas fezes e testes genéticos em famílias de alto risco são ferramentas complementares no rastreamento da doença.

Kayra Miranda, repórter do Folha Vitória
Kayra Miranda

Repórter

Jornalista formada pela Faesa, com foco em beleza, saúde e bem-estar. Entusiasta do esporte e curiosa por novos temas.

Jornalista formada pela Faesa, com foco em beleza, saúde e bem-estar. Entusiasta do esporte e curiosa por novos temas.