Reprodução/Freepik @stefamerpik
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A osteoporose é uma condição silenciosa, caracterizada pela diminuição progressiva da densidade óssea, o que torna os ossos frágeis e altamente suscetíveis a fraturas. Por não apresentar sintomas evidentes em seus estágios iniciais, o diagnóstico frequentemente só ocorre após um evento grave. Mas afinal, é possível reverter esse quadro de fragilidade óssea? E quais são as abordagens terapêuticas mais eficazes disponíveis hoje?

De acordo com o ortopedista especialista em terapia celular, Dr. Luiz Felipe Carvalho, essa condição tem se tornado cada vez mais comum com o envelhecimento da população, sendo um grave fator de impacto na qualidade de vida.

“O grande problema da osteoporose é que ela não dói, mas quando aparece, pode impactar a qualidade de vida de forma grave. Uma simples queda pode resultar em fraturas difíceis de tratar”, explica o especialista.

FATORES DE RISCO E GRUPOS DE ATENÇÃO

Diversos elementos contribuem para o desenvolvimento da osteoporose. Conhecer esses fatores é crucial para a prevenção e para a identificação dos grupos mais vulneráveis:

  • Envelhecimento
  • Menopausa
  • Histórico familiar
  • Tabagismo
  • Consumo excessivo de álcool
  • Baixa ingestão de cálcio e vitamina D
  • Sedentarismo

O Dr. Luiz Felipe Carvalho reforça a importância da atenção preventiva: “Mulheres após a menopausa são o grupo mais vulnerável, mas homens também não estão imunes. É uma doença democrática e exige atenção preventiva.”

PREVENÇÃO E OPÇÕES DE TRATAMENTO

COMO PREVENIR A OSTEOPOROSE?

A prevenção da osteoporose deve começar cedo. Manter hábitos saudáveis é a chave para garantir ossos fortes ao longo da vida. O Dr. Luiz Felipe Carvalho destaca quatro pilares essenciais:

  1. Alimentação rica em cálcio e vitamina D: Leite, derivados, vegetais verdes e peixes são fundamentais.
  2. Exposição solar moderada: Essencial para estimular a produção de vitamina D pelo organismo.
  3. Prática regular de atividade física: Especialmente exercícios de impacto e fortalecimento muscular (sempre com o acompanhamento de um profissional).
  4. Controle de fatores de risco: Evitar tabaco, álcool em excesso e manter peso saudável.

OPÇÕES DE TRATAMENTO

Quando o diagnóstico é confirmado, o tratamento combina medicamentos, mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico rigoroso.

  • Medicamentos: Uso de fármacos para reduzir a perda óssea e, em alguns casos, estimular a formação de novo tecido.
  • Estilo de Vida: Manutenção dos pilares de prevenção (dieta e exercícios).
  • Terapias Inovadoras: Há avanços em tratamentos modernos, como a terapia celular, que visa auxiliar na regeneração óssea.

“O avanço da medicina tem permitido desenvolver terapias mais modernas que auxiliam na regeneração óssea. Nosso objetivo é não apenas tratar, mas devolver qualidade de vida ao paciente”, reforça Dr. Luiz Felipe Carvalho.

QUAL É O EXAME PRINCIPAL PARA DIAGNOSTICAR A OSTEOPOROSE?

O exame padrão-ouro para o diagnóstico da osteoporose e para avaliar o risco de fratura é a Densitometria Óssea. Este procedimento mede a densidade mineral óssea (DMO), geralmente nas regiões do fêmur e da coluna vertebral. É um exame rápido, indolor e com baixa exposição à radiação, sendo o método mais preciso para monitorar a perda óssea ao longo do tempo.

QUAIS SÃO OS MELHORES TIPOS DE EXERCÍCIO PARA QUEM JÁ TEM OSTEOPOROSE?

Para quem já possui o diagnóstico, o foco dos exercícios deve ser a segurança, o fortalecimento muscular e o equilíbrio, para prevenir quedas. Exercícios de baixo impacto, como caminhada e hidroginástica, são excelentes. Treinamento de resistência com pesos leves, supervisionado por um profissional, ajuda a aumentar a força muscular, que protege os ossos, e exercícios de fortalecimento postural são cruciais. É fundamental evitar exercícios que envolvam alto risco de queda ou torções bruscas da coluna.

QUANDO AS MULHERES DEVEM COMEÇAR A SE PREOCUPAR COM A PREVENÇÃO?

A prevenção da osteoporose deve ser iniciada na infância e adolescência, período em que o pico de massa óssea é construído. No entanto, o acompanhamento médico e exames regulares devem ser iniciados tipicamente após a menopausa, pois a queda acentuada dos níveis de estrogênio acelera a perda óssea. Recomenda-se conversar com o médico sobre a densitometria óssea por volta dos 50 anos ou logo após a menopausa.

A REPOSIÇÃO HORMONAL É UM TRATAMENTO PARA OSTEOPOROSE?

A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) pode ser uma opção para mulheres na menopausa, pois o estrogênio ajuda a retardar a perda óssea. Contudo, a TRH é um tratamento complexo e não é usada apenas para osteoporose devido aos riscos e benefícios associados a outras condições. A decisão de usar a TRH deve ser individualizada e discutida detalhadamente com o ginecologista ou endocrinologista, considerando o histórico de saúde completo da paciente.

 IMPACTO CLÍNICO E A NUTRIÇÃO ESSENCIAL

Para dimensionar a gravidade da osteoporose, é fundamental entender não apenas a fragilidade óssea, mas o impacto clínico e social das fraturas resultantes.

IMPACTO DAS FRATURAS DE FRAGILIDADE

As fraturas de fragilidade, aquelas que ocorrem devido a traumas mínimos ou quedas da própria altura, são a consequência mais séria da osteoporose. A fratura de quadril, em particular, é devastadora devido às suas altas taxas de morbidade e mortalidade:

  • Mortalidade: Estudos epidemiológicos indicam que até 20% dos pacientes que sofrem fratura de quadril morrem dentro do primeiro ano após o evento, frequentemente devido a complicações como trombose, pneumonia e infecções.
  • Independência: Cerca de 50% dos sobreviventes de fratura de quadril não recuperam a capacidade de andar sem assistência e, consequentemente, exigem cuidados contínuos ou institucionalização.
  • Fraturas Vertebrais: Fraturas na coluna vertebral, embora menos evidentes que a de quadril, causam dor crônica intensa, perda de altura e desenvolvimento de cifose (curvatura acentuada da coluna), impactando severamente a qualidade de vida e a funcionalidade.

DETALHE NUTRICIONAL: CÁLCIO E VITAMINA D

A nutrição é o alicerce da prevenção e do tratamento. A ingestão adequada de cálcio e a manutenção dos níveis de Vitamina D não são opcionais, mas sim uma necessidade metabólica para garantir a remodelação óssea eficiente.

  • Recomendação de Cálcio: Para a maioria dos adultos, a ingestão diária recomendada de cálcio varia entre 1.000 a 1.200 mg. É importante buscar fontes além dos laticínios, como vegetais verde-escuros (couve e brócolis) e sementes, para complementar a dieta.
  • O Papel da Vitamina D: A Vitamina D é, na verdade, um hormônio que regula a absorção de cálcio no intestino. Sem níveis adequados (geralmente acima de 30 ng/mL no sangue), o cálcio ingerido não é absorvido eficientemente, sendo excretado. A principal fonte é a exposição solar (15 a 20 minutos por dia, sem protetor solar, nos horários adequados), mas a suplementação é frequentemente necessária, especialmente em idosos ou em pessoas com baixa exposição ao sol.
Jonathan Robert

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Trabalha com SEO e conteúdo desde 2020. Entre os interesses estão tecnologia, viagens, turismo, entretenimento e bem-estar.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Trabalha com SEO e conteúdo desde 2020. Entre os interesses estão tecnologia, viagens, turismo, entretenimento e bem-estar.