Viralizou

Para que serve o óleo de rícino no cabelo: fórmula caseira faz crescer e dá adeus à queda

O óleo de rícino, rico em ácido ricinoleico, promove hidratação profunda, fortalece os fios e melhora o ambiente do couro cabeludo

Leitura: 7 Minutos
Óleo de rícino para a queda capilar/Foto ChatGPT
Óleo de rícino para a queda capilar/Foto ChatGPT

O óleo de rícino, também conhecido como óleo de mamona, é um óleo vegetal extraído das sementes da planta Ricinus communis.

É amplamente conhecido na indústria cosmética e farmacêutica por suas propriedades laxativas e hidratantes, e tem ganhado cada vez mais espaço como ingrediente caseiro no tratamento capilar.

Sua principal substância ativa é o ácido ricinoleico, um tipo de ácido graxo monoinsaturado que representa entre 70% a 90% da composição do óleo. É esse ácido que confere ao produto propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e altamente hidratantes.

Essas características tornaram o óleo de rícino um dos ativos naturais mais utilizados para cuidados com o couro cabeludo e com a estrutura dos fios.

Embora seu uso para crescimento capilar tenha se popularizado na internet e em grupos de beleza natural, a ciência ainda não oferece consenso definitivo sobre seus efeitos em acelerar o crescimento. No entanto, seus efeitos sobre o fortalecimento e a hidratação da fibra capilar são amplamente reconhecidos.

HIDRATAÇÃO E FORTALECIMENTO DOS FIOS

Um dos principais benefícios observados no uso do óleo de rícino é a capacidade de promover hidratação intensa dos fios. Isso se deve ao seu caráter oclusivo, que forma uma barreira sobre o fio e ajuda a reter a umidade natural no interior da haste capilar. Esse processo é especialmente benéfico para pessoas com cabelos ressecados, porosos ou com alta tendência à quebra.

A aplicação regular de óleo de rícino nos fios pode reduzir pontas duplas, melhorar o brilho e aumentar a resistência mecânica dos cabelos. Com isso, o fio torna-se menos suscetível à quebra durante a escovação, uso de calor ou manipulação diária.

Dessa forma, o crescimento que muitas pessoas percebem pode não estar necessariamente ligado à estimulação do folículo piloso, mas sim à redução da quebra, o que aumenta o comprimento visível do cabelo ao longo do tempo.

MELHORA NA SAÚDE DO COURO CABELUDO

O ácido ricinoleico também tem função anti-inflamatória, o que pode ajudar a aliviar irritações leves, vermelhidão e sensibilidade no couro cabeludo. Além disso, sua ação antimicrobiana leve contribui para o equilíbrio da microbiota local, ajudando a evitar a proliferação de fungos e bactérias que poderiam estar associadas a dermatites e caspas.

O couro cabeludo saudável é fundamental para que os folículos produzam fios de qualidade. A presença de inflamações, oleosidade excessiva ou descamações pode comprometer o ciclo de crescimento dos fios, tornando-os mais finos e frágeis. Ao proporcionar um ambiente mais equilibrado e livre de agressões, o óleo de rícino pode contribuir indiretamente para um crescimento mais eficiente e constante.

USO CONTRA QUEDA DE CABELO

Apesar de não haver estudos clínicos conclusivos que demonstrem o efeito direto do óleo de rícino na inibição de processos como alopecia androgenética, muitas pessoas relatam melhora na queda após o uso contínuo do produto. Especialmente nos casos em que a queda está associada a quebra, desnutrição capilar ou estresse ambiental no couro cabeludo, o óleo de rícino pode sim desempenhar um papel relevante.

A massagem no couro cabeludo, normalmente feita durante a aplicação do óleo, também pode auxiliar no estímulo da microcirculação local. Esse aumento do fluxo sanguíneo melhora a oxigenação e a nutrição dos folículos, favorecendo a produção de fios mais fortes e saudáveis.

É importante esclarecer que o óleo de rícino não atua em causas hormonais ou autoimunes de queda capilar. Nesses casos, ele pode ser um coadjuvante, mas não substitui tratamentos médicos adequados.

COMO USAR O ÓLEO DE RÍCINO NO CABELO

Por ser um óleo extremamente denso e viscoso, o óleo de rícino deve ser usado com cuidado. A aplicação direta pode ser difícil e, em alguns casos, desconfortável. A recomendação mais comum entre cabeleireiros e profissionais da saúde capilar é a diluição com outros óleos vegetais mais leves, como óleo de coco, óleo de jojoba ou óleo de argan.

Receita caseira comum:

  • Misture duas partes de óleo de coco com uma parte de óleo de rícino;
  • Aqueça levemente a mistura em banho-maria;
  • Aplique no couro cabeludo com movimentos circulares;
  • Deixe agir entre 30 minutos e 2 horas, preferencialmente com touca térmica;
  • Enxágue com shampoo e condicione normalmente.

A frequência ideal de uso é de uma a duas vezes por semana. É fundamental evitar excessos, já que o acúmulo de óleo pode entupir os poros do couro cabeludo e causar efeito rebote, aumentando a oleosidade e até mesmo provocando dermatite.

OUTRAS FORMAS DE USO

Além do uso no couro cabeludo, o óleo de rícino também é utilizado diretamente nos fios para tratamentos específicos, como umectações noturnas ou máscaras reconstrutoras. Nestes casos, é comum misturar o óleo a ingredientes como:

  • Mel;
  • Babosa (aloe vera);
  • Glicerina vegetal;
  • Máscaras hidratantes prontas.

A aplicação deve ser feita sempre com atenção ao tipo de cabelo. Em cabelos muito finos ou oleosos, o uso excessivo pode deixar os fios pesados e sem volume. Já em cabelos crespos, cacheados ou quimicamente tratados, os efeitos de maciez e definição são geralmente bem recebidos.

POSSÍVEIS RISCOS E EFEITOS COLATERAIS

Apesar de natural, o óleo de rícino não está isento de riscos. Pessoas com pele sensível ou propensão a alergias podem apresentar reações adversas. Os efeitos colaterais mais comuns incluem:

  • Coceira;
  • Vermelhidão;
  • Sensação de queimação leve;
  • Acne ou inflamação folicular por obstrução dos poros.

É essencial realizar um teste de contato antes da aplicação em áreas maiores. Para isso, recomenda-se aplicar uma pequena quantidade do produto atrás da orelha ou no antebraço e aguardar 24 horas para verificar reações.

Também é importante ressaltar que, por ser extremamente viscoso, o óleo de rícino pode causar o efeito chamado de “felting” — em que os fios se embaraçam severamente, formando nós difíceis de desfazer. Esse efeito ocorre principalmente em cabelos finos ou mal desembaraçados antes da aplicação.

RESULTADOS ESPERADOS E TEMPO DE USO

A maioria das pessoas que relata bons resultados com o óleo de rícino aponta melhoras após 4 a 8 semanas de uso consistente. Os efeitos mais frequentes incluem:

  • Cabelos mais grossos e densos;
  • Redução da quebra e das pontas duplas;
  • Aumento do brilho e da maciez;
  • Diminuição da queda associada a quebra.

O crescimento visível depende de fatores genéticos, hormonais e nutricionais. O óleo pode ajudar na manutenção do fio e na qualidade do couro cabeludo, mas dificilmente altera a velocidade de crescimento natural de maneira significativa.

VALE A PENA USAR?

O óleo de rícino é um produto versátil, acessível e com amplo histórico de uso em diferentes culturas. No contexto capilar, seus benefícios estão mais associados à melhora da qualidade do fio e do ambiente do couro cabeludo do que a estímulos diretos de crescimento.

Seu uso como tratamento complementar é válido, desde que feito com moderação, observando sempre as reações individuais e a necessidade de combinar o tratamento com boas práticas de higiene, nutrição adequada e, se necessário, acompanhamento dermatológico.

Laísa Menezes, repórter do Folha Vitória
Laísa Menezes

Repórter

Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduanda em Branding pela Universidade Castelo Branco, Alumni do Susi Leaders (Ed. 2023). Atua no Folha Vitória desde maio de 2024.

Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduanda em Branding pela Universidade Castelo Branco, Alumni do Susi Leaders (Ed. 2023). Atua no Folha Vitória desde maio de 2024.