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O debate sobre tratamentos para cabelos danificados ganhou novo capítulo com a popularização das proteínas capilares. Nas plataformas digitais, a busca por reconstrução e fortalecimento tem impulsionado o uso desses produtos, que prometem devolver estrutura e resistência aos fios.

A farmacêutica Gio Almeida, conhecida por explicar tendências de beleza de forma didática, contextualizou a razão da mudança de foco: por muito tempo, óleos vegetais dominaram o cuidado capilar, mas o uso frequente de calor e químicas evidenciou a necessidade de ativos mais potentes.

Segundo ela, os óleos continuam relevantes porque criam uma película protetora ao redor do fio, reduzindo a quebra. No entanto, quando o cabelo passa por processos intensos, como secador, chapinha, modeladores e colorações, a demanda estrutural se torna maior. É nesse ponto que entram as proteínas, compostas por aminoácidos semelhantes aos que formam o cabelo.

O QUE SÃO PROTEÍNAS CAPILARES E QUAL A FUNÇÃO DELAS

As proteínas utilizadas em cosméticos têm como objetivo repor partes perdidas da fibra capilar. O fio é formado principalmente por queratina, proteína composta por aminoácidos que se organizam em camadas responsáveis pela resistência e elasticidade. Quando o cabelo sofre agressões térmicas ou químicas, essas estruturas se rompem, deixando o fio frágil, opaco e suscetível a pontas duplas.

Produtos à base de proteínas tentam suprir essa perda preenchendo microfissuras e reforçando áreas danificadas. A reconstrução não é apenas estética: ela ajuda a prevenir quebras, melhora o comportamento do fio no dia a dia e prolonga a durabilidade de outros tratamentos, como hidratação e nutrição.

A farmacêutica explica que utiliza esse tipo de produto toda vez que seca o cabelo, justamente por oferecer suporte imediato contra danos causados pelo calor. A orientação é de que as proteínas funcionam como reforço contínuo, fortalecendo gradativamente os fios.

ÓLEOS VERSUS PROTEÍNAS: ENTENDENDO A DIFERENÇA DE AÇÃO

Óleos vegetais e proteínas exercem funções complementares, mas não equivalentes. Enquanto os óleos selam e protegem, as proteínas agem internamente na fibra. A película formada pelo óleo reduz atrito e evita que a umidade interna se perca, mas não é capaz de reconstruir o fio danificado.

Já as proteínas são reconhecidas por penetrar na estrutura capilar e repor partes essenciais da sua composição. É por isso que seu uso ganha destaque entre pessoas que realizam escova diariamente, passam chapinha com frequência ou estão em transição após procedimentos químicos.

A especialista reforça que, quando as pontas apresentam sinais de desgaste intenso, a reposição proteica pode ajudar a recuperar a força. Esse tipo de indicação tem impulsionado a busca por produtos específicos no mercado, que abrangem desde leave-ins até máscaras de reconstrução.

O PRODUTO PARA QUEM PODE INVESTIR MAIS

Entre as proteínas capilares destacadas nas redes está o SH-RD Nutra-Therapy Protein, da marca N.P.P.E., frequentemente citado em vídeos de cuidados capilares. O produto é um creme leave-in restaurador com proposta de reparação profunda para fios danificados. Sua fórmula reúne proteínas reconstrutoras, óleo de argan e complexo de vitaminas, combinação que promete hidratação intensa e proteção térmica.

A formulação atua selando cutículas, reduzindo frizz e devolvendo brilho e maciez aos cabelos. O método de aplicação é simples: pode ser utilizado nos fios úmidos ou secos, sem necessidade de enxágue. De acordo com a descrição do fabricante, o produto oferece proteção duradoura até a próxima lavagem e se adapta bem a diferentes tipos de cabelo, especialmente aqueles tratados quimicamente.

Essa categoria de leave-in reconstrutor tem ganhado espaço por unir reconstrução e escudo térmico em uma única etapa, facilitando a rotina de quem convive com danos constantes.

A OPÇÃO PARA QUEM BUSCA ECONOMIA

Outra proteína capilar que aparece nas recomendações é o Ela é Carioca, da marca Lola. O produto é descrito como um bálsamo leve, com foco em cabelos fragilizados pós química, sol, suor e exposição à água salina. O diferencial apontado pela marca é sua composição baseada em complexo proteico de arroz, ceramidas, mate do rio e extratos botânicos.

Segundo testes apresentados pelo fabricante, o ativo demonstra eficácia superior a produtos com silicone na prevenção de pontas duplas. Além de reconstrução, o bálsamo promete redesenhar cachos e oferecer maior alinhamento para cabelos lisos, funcionando como produto versátil para diferentes tipos de fio.

A fórmula reúne ingredientes como manteigas vegetais, centella asiática, proteínas hidrolisadas de arroz e soja, além de extratos marinhos. Esses componentes contribuiriam para restaurar a barreira natural do fio, aumentar a resiliência mecânica e melhorar o toque.

COMO A PROTEÍNA AGE NOS CABELOS DANIFICADOS

O processo de reconstrução depende da capacidade das proteínas hidrolisadas de aderir ao fio. Por serem fragmentadas, conseguem penetrar com relativa facilidade em áreas ressecadas e porosas. O preenchimento dessas regiões cria efeito de espessamento temporário e fortalece o cabelo contra novas quebras.

O resultado da aplicação contínua tende a ser cumulativo. A fibra se torna mais firme, menos suscetível a danos e com aparência mais alinhada. Embora não substituam um corte em casos de pontas muito desgastadas, as proteínas ajudam a retardar o surgimento de pontas duplas e estabilizam o fio enquanto cresce.

A ação mecânica também é importante: ao reforçar a estrutura, o cabelo passa a responder melhor ao calor, preservando sua forma mesmo após escova ou modelagem.

QUANDO A PROTEÍNA É MAIS NECESSÁRIA

O uso de proteínas é especialmente recomendado quando há sinais claros de quebra, fragilidade ou alto grau de porosidade. Em cabelos que passaram por descoloração, alisamentos ou relaxamentos, a reposição proteica é quase indispensável para minimizar danos.

A rotina térmica intensa também demanda reforço: secadores muito quentes, chapinhas e modeladores alteram a estrutura interna da fibra, favorecendo fissuras que só podem ser reparadas com reposição de aminoácidos.

Pelos relatos compartilhados nas redes, muitos usuários adotam proteínas antes de realizar escova, como medida preventiva. Esse hábito se alinha à recomendação de utilizar ativos de reconstrução em paralelo com proteção térmica para assegurar maior resistência.

EQUILÍBRIO ENTRE HIDRATAÇÃO, NUTRIÇÃO E RECONSTRUÇÃO

Mesmo com a popularização das proteínas, o equilíbrio entre tratamentos permanece fundamental. A fibra capilar responde melhor quando recebe proporções adequadas de água, lipídios e aminoácidos. Excesso de proteína pode deixar o cabelo rígido, enquanto falta pode torná-lo elástico e quebradiço.

A compreensão dessa dinâmica ajuda consumidores a interpretar melhor as necessidades dos fios. A busca por tratamentos mais técnicos reflete tendência crescente de conhecer formulações e seus efeitos, movimento que impulsiona também a procura por produtos segmentados.

Kayra Miranda, repórter do Folha Vitória
Kayra Miranda

Repórter

Jornalista formada pela Faesa, com foco em beleza, saúde e bem-estar. Entusiasta do esporte e curiosa por novos temas.

Jornalista formada pela Faesa, com foco em beleza, saúde e bem-estar. Entusiasta do esporte e curiosa por novos temas.