
Criado no fim dos anos 1950 pelo artista francês Yves Klein, o azul klein — registrado como International Klein Blue (IKB) — nasceu de uma busca pessoal: capturar a profundidade do céu de Nice, sua cidade natal.
O resultado foi um azul vibrante, quase hipnótico, que mescla a densidade do azul-marinho com reflexos arroxeados, criando uma cor que parece pulsar na superfície. Inicialmente concebido como experimento artístico, o tom rapidamente ultrapassou galerias e se consolidou como um marco cultural reconhecido mundialmente.
Décadas depois, o IKB volta a ocupar um espaço de destaque, agora reafirmando seu protagonismo na moda e prometendo dominar o verão 2026.
A ORIGEM ARTÍSTICA DO AZUL KLEIN

O azul klein surgiu como parte das pesquisas de Yves Klein sobre a relação entre cor, espaço e sensações. Sua intenção era criar um azul que mantivesse o máximo de luminosidade, mesmo aplicado a superfícies sólidas. O artista utilizou uma resina especial para preservar a intensidade do pigmento e, assim, alcançou a profundidade característica do IKB.
Ao apresentar obras monocromáticas em azul vibrante, Klein provocou debates sobre percepção, imersão e o papel da cor como linguagem. O tom transformou-se em assinatura estética e, com o tempo, tornou-se um símbolo de vanguarda.
O RENASCIMENTO DO TOM NAS PASSARELAS

Nos últimos anos, o azul klein voltou com força às coleções internacionais e brasileiras. A tonalidade reapareceu tanto em produções minimalistas quanto em peças de impacto, chamando atenção pelo equilíbrio entre sofisticação e intensidade.
Vestidos longos e estruturados em azul vibrante marcaram desfiles de nomes como Tom Ford, Ronaldo Fraga e Herchcovitch; Alexandre, em interpretações que evocaram modernidade, drama e presença visual. A cor também ganhou espaço em peças fluidas, como saias esvoaçantes vistas na Gabriela Hearst, mostrando versatilidade para produções do dia a dia.
COMO A COR SE ADAPTA A DIFERENTES ESTÉTICAS

A força do azul klein está na combinação entre profundidade e luminosidade. Ele pode assumir uma estética elegante quando aplicado em peças de alfaiataria ou revelar leveza quando aparece em tecidos planos ou fluidos. O tom cria contraste com peles bronzeadas, destaca-se em looks monocromáticos e funciona como ponto focal em produções minimalistas.
As coleções recentes mostraram ainda o uso do azul em casacos estruturados, como os apresentados por Victoria Beckham e pela marca Uó, de Marcelo Sommer. A escolha reforça a atemporalidade da cor, que transita entre estações e diferentes propostas de estilo.
UM ÍCONE QUE ULTRAPASSA TENDÊNCIAS
Mais do que uma moda passageira, o azul klein confirma seu status de cor icônica. Sua presença constante na arte, no design e na moda evidencia o impacto visual que provoca e a capacidade de se reinventar sem perder a essência.
À medida que o verão 2026 se aproxima, a cor ressurge como aposta dominante, celebrando intensidade, personalidade e a permanência de um clássico contemporâneo.