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Sintomas discretos do câncer de pâncreas incluem fezes claras e urina escura, veja sinais

Reconhecer sinais sutis do câncer de pâncreas pode ser fundamental para buscar atendimento médico precocemente

Sintomas discretos do câncer de pâncreas incluem fezes claras e urina escura, veja sinais Sintomas discretos do câncer de pâncreas incluem fezes claras e urina escura, veja sinais Sintomas discretos do câncer de pâncreas incluem fezes claras e urina escura, veja sinais Sintomas discretos do câncer de pâncreas incluem fezes claras e urina escura, veja sinais
(Foto: Meta IA/Montagem/Folha Vitória)
(Foto: Meta IA/Montagem/Folha Vitória)

O câncer de pâncreas é considerado um dos mais letais entre os tumores do aparelho digestivo, em parte devido à sua evolução silenciosa nos estágios iniciais. Estima-se que boa parte dos diagnósticos só ocorra quando a doença já está em fase avançada, o que reduz significativamente as chances de sucesso no tratamento. Por isso, reconhecer sinais sutis que o corpo emite pode ser fundamental para buscar atendimento médico precocemente.

Localizado atrás do estômago, o pâncreas é responsável por funções importantes como a produção de insulina, que regula os níveis de glicose no sangue, e de enzimas digestivas, que ajudam a quebrar gorduras e proteínas. Quando células cancerosas se formam nesse órgão, a doença pode afetar diretamente o funcionamento do sistema digestivo e provocar alterações perceptíveis em fezes, urina, pele e apetite.

Entre os principais sintomas silenciosos estão modificações nos hábitos intestinais e urinários, que muitas vezes são ignoradas por serem atribuídas a causas mais comuns, como mudanças na alimentação ou episódios isolados de desidratação. No entanto, quando persistem por vários dias ou se tornam frequentes, podem indicar que algo mais grave está acontecendo no organismo.

OS PRINCIPAIS SINTOMAS DO CÂNCER DE PÂNCREAS

1. Fezes claras, amareladas ou com aparência oleosa

Um dos sinais mais frequentes em casos de câncer de pâncreas é a mudança na coloração e na consistência das fezes. Em condições normais, as enzimas pancreáticas ajudam na digestão das gorduras. Quando há obstrução no ducto pancreático ou biliar causada por um tumor, essa função é comprometida. O resultado são fezes que tendem a ficar pálidas, acinzentadas ou amareladas, muitas vezes com aspecto oleoso e mau cheiro mais intenso.

Esse tipo de alteração, conhecida como esteatorreia, ocorre porque a gordura não está sendo digerida adequadamente e acaba sendo eliminada junto às fezes. Em alguns casos, as fezes podem até flutuar na água do vaso sanitário, o que também pode ser um indício de má absorção de nutrientes.

2. Urina escura, semelhante à cor do chá

A urina escurecida é outro sintoma que pode passar despercebido, especialmente em dias quentes ou quando há menor ingestão de líquidos. No entanto, quando esse sinal surge de forma repentina e não está associado à desidratação, pode indicar problemas na função hepática ou na excreção da bilirrubina, pigmento produzido pelo fígado e eliminado pela bile.

Tumores no pâncreas, especialmente aqueles localizados na cabeça do órgão, podem comprimir o ducto biliar comum, bloqueando a passagem da bile do fígado para o intestino. Com isso, a bilirrubina se acumula no sangue e é eliminada pelos rins, escurecendo a urina. Esse sintoma costuma surgir antes mesmo de a pele e os olhos apresentarem sinais de icterícia.

3. Perda de apetite e emagrecimento sem explicação

Embora a perda de apetite possa ser provocada por uma série de fatores emocionais ou digestivos, quando ocorre de forma persistente e vem acompanhada de emagrecimento significativo, deve ser investigada com atenção. O câncer de pâncreas costuma afetar a digestão e a absorção de nutrientes, o que contribui para a redução de peso mesmo sem mudanças na dieta ou no nível de atividade física.

Além disso, a presença de um tumor pode gerar uma resposta inflamatória crônica no organismo, alterando o metabolismo e favorecendo a perda de massa muscular. Esses sintomas, apesar de inespecíficos, são considerados de alerta quando associados a outros sinais gastrointestinais.

4. Inchaço abdominal e desconforto após as refeições

A sensação de estufamento, gases em excesso e desconforto abdominal são comuns em diversas situações, como alimentação inadequada ou intolerâncias alimentares. No entanto, quando esses incômodos passam a ocorrer com maior frequência, mesmo após refeições leves, podem indicar que o pâncreas não está produzindo enzimas suficientes para a digestão correta dos alimentos.

Esse quadro pode estar ligado ao desenvolvimento de um tumor que interfere na liberação das enzimas pancreáticas no intestino delgado. O resultado é um processo digestivo mais lento, que pode provocar distensão abdominal, náuseas e sensação de peso no estômago. Em alguns casos, esse desconforto pode ser confundido com gastrite ou refluxo, o que atrasa a investigação de possíveis causas mais graves.

5. Coceira na pele e icterícia

Embora muitas vezes não seja percebida de imediato, a coceira generalizada na pele pode ser um dos primeiros sintomas de acúmulo de bilirrubina no sangue. Esse pigmento, que deveria ser eliminado pela bile, pode se acumular em tecidos do corpo quando há obstrução dos canais biliares. O prurido ocorre especialmente nas palmas das mãos e nas solas dos pés, mas também pode se espalhar por todo o corpo.

Quando a bilirrubina se eleva em níveis maiores, passa a tingir a pele e os olhos de amarelo, fenômeno conhecido como icterícia. Esse sintoma é um dos mais associados a doenças hepáticas, mas também está presente em casos de câncer de pâncreas que comprimem os canais biliares. A icterícia pode surgir mesmo na ausência de dor, o que torna o sinal ainda mais sutil e perigoso.

DIAGNÓSTICO E IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO PRECOCE

Os sintomas citados não significam, por si só, a presença de câncer de pâncreas, mas sua persistência ou associação com outros sinais deve motivar a busca por atendimento médico. O diagnóstico precoce é um dos maiores desafios nesse tipo de câncer, mas também é o principal fator que aumenta as chances de um tratamento mais eficaz.

Entre os exames utilizados para investigação estão a ultrassonografia abdominal, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, além de análises laboratoriais que avaliam marcadores tumorais e a função hepática. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de biópsia para confirmação.

Estudos apontam que o câncer de pâncreas representa uma das principais causas de morte por câncer no mundo. O tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico costuma ser curto, e o avanço rápido da doença dificulta intervenções cirúrgicas em fases mais avançadas. Por isso, reconhecer e valorizar os sinais silenciosos é uma das principais ferramentas para aumentar a sobrevida dos pacientes.

A atenção a pequenas mudanças no corpo, especialmente quando envolvem funções digestivas e excretoras, é essencial. Quando notadas precocemente, essas alterações podem indicar a necessidade de exames mais detalhados e, eventualmente, permitir que o câncer seja detectado em estágios iniciais. Em um cenário onde a maioria dos casos é diagnosticada tardiamente, esse olhar atento pode fazer toda a diferença.

Kayra Miranda, repórter do Folha Vitória
Kayra Miranda

Repórter

Jornalista pelo Centro Universitário Faesa.

Jornalista pelo Centro Universitário Faesa.