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A atitude de Zeca Pagodinho em meio à mata do RJ que está surpreendendo população

A atitude do cantor Zeca Pagodinho em meio à mata do Rio de Janeiro que está surpreendendo moradores; Saiba o porquê

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Zeca Pagodinho faz 65 anos de vida e 40 de carreira — Foto: Leo Martins
Zeca Pagodinho/ Foto: Leo Martins

O cantor e compositor Zeca Pagodinho, conhecido por seu estilo descontraído e por letras que retratam o cotidiano brasileiro, tem chamado atenção por uma iniciativa fora dos palcos.

Segundo o portal de notícias TV Foco e com informações da reportagem do jornal O Globo, o sambista cedeu um terreno de sua propriedade para a criação de uma horta comunitária no bairro de Xerém, na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro.

O espaço fica aos pés da Reserva Biológica do Tinguá, área de preservação ambiental conhecida por sua biodiversidade e pela presença de nascentes importantes para o abastecimento de água da região. Essa localização estratégica favorece o cultivo de hortaliças e árvores frutíferas devido à qualidade do solo e às condições climáticas.

A iniciativa foi incorporada ao projeto Guardiões da Mata, que já contabiliza mais de 11 mil mudas de hortaliças plantadas e cerca de 50 espécies de árvores frutíferas, com estimativa de produção anual de até 40 toneladas de alimentos.

FOCO NO COMBATE À FOME E APOIO A PESSOAS EM VULNERABILIDADE

De acordo com a reportagem, o objetivo central é atender famílias em situação de vulnerabilidade social. Inicialmente, dez famílias serão beneficiadas com parte da produção. A horta comunitária busca garantir acesso a alimentos frescos e nutritivos, ao mesmo tempo em que promove práticas agrícolas sustentáveis.

A expectativa é que, no médio prazo, o alcance da colheita se estenda a creches, escolas públicas e demais moradores da região, ampliando o impacto social. Essa expansão dependerá do aumento da produção e do fortalecimento das parcerias já firmadas.

Além do abastecimento direto às famílias, parte da produção será direcionada a cozinhas solidárias e a estudantes atendidos pelo Instituto Zeca Pagodinho (IZP), organização ligada ao artista e que atua em projetos sociais.

PARCERIAS E APOIOS INSTITUCIONAIS

O projeto não é conduzido apenas pelo artista. Ele conta com o apoio de órgãos e entidades como o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Embrapa e a deputada federal Benedita da Silva.

Esses parceiros contribuem com assistência técnica, capacitação e recursos para viabilizar o cultivo e a manutenção da horta. Também colaboram na implementação de métodos de plantio sustentáveis, aproveitando técnicas de manejo que preservam o solo e minimizam o uso de agrotóxicos.

GERAÇÃO DE TRABALHO E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

Um dos aspectos destacados pela iniciativa é a criação de oportunidades de trabalho para moradores da região. O projeto oferece treinamento e capacitação para que a comunidade aprenda técnicas de agricultura orgânica, compostagem, manejo de pragas de forma natural e comercialização de produtos.

Essas ações não apenas contribuem para o combate à fome, mas também fortalecem a economia local, incentivando a autonomia das famílias envolvidas.

DESTINO DA PRODUÇÃO

Segundo a reportagem, a produção será dividida em diferentes frentes:

  • Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): parte dos alimentos será adquirida pelo programa governamental, que destina produtos para equipamentos públicos de alimentação e nutrição;
  • Cozinhas solidárias: atendimento a iniciativas comunitárias que oferecem refeições gratuitas ou a baixo custo;
  • Creches e escolas: fornecimento de alimentos frescos para refeições de crianças;
  • Instituto Zeca Pagodinho (IZP): apoio às atividades e programas da instituição;
  • Distribuição direta: parte da colheita será entregue diretamente às famílias cadastradas no projeto.

PRODUÇÃO COM BASE EM PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS

O terreno cedido pelo cantor está sendo cultivado de forma a preservar os recursos naturais da região. Técnicas de agroecologia, rotação de culturas e adubação orgânica são aplicadas para garantir a saúde do solo e a qualidade dos alimentos.

O fato de estar próximo a uma área de mata preservada também favorece a polinização natural e a manutenção da biodiversidade local, fatores que influenciam diretamente na produtividade e na qualidade nutricional das colheitas.

ZECA PAGODINHO E A RELAÇÃO COM XERÉM

Zeca Pagodinho mantém uma ligação afetiva com Xerém, onde vive e mantém seu sítio. A região é frequentemente citada em entrevistas e histórias compartilhadas pelo cantor, que costuma receber amigos e realizar rodas de samba no local.

A decisão de ceder parte de sua propriedade para um projeto social está alinhada a esse vínculo com a comunidade, reforçando a imagem do artista como alguém que valoriza suas raízes e se envolve em causas locais.

IMPACTO ESPERADO

A estimativa de produção de até 40 toneladas de alimentos por ano representa um impacto significativo para a comunidade. Em um cenário de insegurança alimentar, iniciativas desse tipo contribuem para a melhoria da qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reforçam a importância de projetos colaborativos.

O envolvimento de órgãos públicos, universidades e instituições de pesquisa indica que a horta comunitária pode servir como modelo para ações semelhantes em outras localidades.

HOMENAGEM A ARLINDO CRUZ

Além da repercussão positiva do projeto, Zeca Pagodinho esteve nas manchetes recentemente por um motivo triste. No dia 8 de agosto, o cantor publicou um vídeo lamentando a morte de seu amigo e parceiro musical Arlindo Cruz, que faleceu aos 66 anos.

No registro, o artista se mostrou emocionado ao se despedir do colega:

“Morre hoje meu compadre, meu parceiro, meu amigo Arlindo Cruz. Que Deus receba de braços abertos. Sofreu muito e agora precisa descansar um pouco. Vai com Deus!”, disse Zeca.

Arlindo Cruz enfrentava sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) desde 2017 e vinha recebendo cuidados constantes. A parceria entre os dois sambistas rendeu diversas composições e apresentações marcantes ao longo das décadas.

PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

Com a ampliação prevista, o projeto Guardiões da Mata espera envolver mais famílias no plantio, aumentando o número de beneficiários diretos. A diversificação das culturas e o uso de tecnologias adaptadas ao clima da região também estão nos planos para otimizar a produção.

A longo prazo, os organizadores pretendem que o espaço funcione como um centro de referência em práticas agrícolas sustentáveis, oferecendo cursos, oficinas e visitas guiadas para estudantes e agricultores.

Zeca Pagodinho: músico precisou garantir que está vivo Foto: Guto Campos / Divulgação
Zeca Pagodinho: músico precisou garantir que está vivo Foto: Guto Campos / Divulgação

ZECA PAGODINHO E SUA TRAJETÓRIA MUSICAL

Jessé Gomes da Silva Filho, mais conhecido como Zeca Pagodinho, nasceu em 4 de fevereiro de 1959, no bairro de Irajá, zona norte do Rio de Janeiro. Criado em um ambiente de forte influência cultural, cresceu ouvindo samba nas rodas de bairro e blocos carnavalescos, ainda sem imaginar que se tornaria um dos nomes mais icônicos da música brasileira.

O cantor iniciou sua carreira artística de maneira espontânea, participando de rodas de samba e compondo letras que retratavam o cotidiano do subúrbio carioca. Na década de 1980, ganhou projeção nacional com a música Camarão que dorme a onda leva, parceria com Arlindo Cruz. A partir daí, consolidou-se como intérprete e compositor, reconhecido pela autenticidade e pela forma leve e bem-humorada de abordar temas populares.

Ao longo das décadas seguintes, lançou álbuns que se tornaram clássicos, como Zeca Pagodinho ao Vivo, Deixa a Vida Me Levar e Mais Feliz. Seu estilo une elementos do samba de raiz, partido alto e pagode, mantendo um vínculo forte com tradições culturais brasileiras.

Laísa Menezes, repórter do Folha Vitória
Laísa Menezes

Repórter

Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduanda em Branding pela Universidade Castelo Branco, Alumni do Susi Leaders (Ed. 2023). Atua no Folha Vitória desde maio de 2024.

Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduanda em Branding pela Universidade Castelo Branco, Alumni do Susi Leaders (Ed. 2023). Atua no Folha Vitória desde maio de 2024.