Para quem gosta de lugares cheios de história, arquitetura e paisagens preservadas, Viana pode ser o destino certo. De construções religiosas e antigas estações ferroviárias a ruínas e lendas, o município possui patrimônios que encantam os seus visitantes.

Apesar de ser uma cidade em constante crescimento, considerada a capital logística do Espírito Santo e com o maior investimento da Grande Vitória em infraestrutura per capita, segundo o levantamento Finanças dos Municípios Capixabas, Viana não deixa sua tradição de lado.

Com tantos lugares para visitar e rotas para seguir, é difícil não se perder nas opções. Por isso, separamos cinco patrimônios vianenses capazes de contar a história do município e até mesmo do Estado.

1. Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Viana Sede

Matriz de Viana
A igreja é um dos cartões postais da cidade. Imagem: Prefeitura de Viana/Reprodução

No ponto mais alto da praça principal de Viana está a Igreja Nossa Senhora da Conceição, erguida pelos imigrantes do Arquipélago dos Açores, no início do século XIX. Uma construção que chama atenção por seus traços arquitetônicos e, especialmente, por uma particularidade: suas torres em formatos diferentes.

Essa característica é fruto de uma restauração, necessária depois que um incêndio, em 1848, quase destruiu o templo, fazendo com que uma das torres precisasse ser reconstruída.

Depois de anos de restauração — com aporte da Coroa Real e contribuição de Dom Pedro II —, uma torre acabou ficando côncava, com a estrutura voltada para dentro, e a outra, convexa, ou abaulada.

Além de ser um ponto essencial para o turismo religioso, a igreja também conta sobre a história do município, já que foi erguida antes mesmo de Viana ser batizada com esse nome. Ela também foi essencial para que a vila passasse a ser oficialmente uma cidade, já que na época um dos requisitos para subir de patamar era a presença de uma paróquia.

Em 1983, a construção de arquitetura barroca foi tombada como patrimônio histórico e artístico do Estado.

2. A árvore que chora, em Araçatiba

A árvore que chora é uma lenda centenária da cidade. Imagem: Prefeitura de Viana/Reprodução

E que tal a experiência de visitar uma lenda local com mais de 500 anos? Na comunidade quilombola de Araçatiba, é possível conhecer a árvore que chora, que, segundo a história, à meia-noite, emite um som similar ao choro de um bebê.

Segundo moradores, tudo começou quando uma mulher, que morava em uma casa na região, não resistiu ao parto do filho. Desolado pela perda da esposa, o pai decidiu que não ficaria com o bebê e o enterrou junto com uma semente de figueira africana.

Uma das explicações para o barulho, além da lenda, seria o som causado pelo atrito do cipó da árvore com o vento.

Além de conhecer a árvore que chora, quem passa por Araçatiba também encontra um pedaço da história do Espírito Santo. O quilombo urbano, que hoje abriga cerca de 200 famílias descendentes de africanos e indígenas, já foi uma fazenda agrícola.

No local existiam engenhos, senzalas e oficinas. Com seu trabalho, os escravizados eram responsáveis por abastecer o Colégio e a Igreja São Tiago, em Vitória, o que hoje conhecemos como Palácio Anchieta, atual sede do governo estadual.

3. Igreja São Sebastião, em Pedra Mulata

A igreja foi erguida após a região superar um surto de varíola. Imagem: Prefeitura de Viana/Reprodução

Fundada no século XX, a Igreja São Sebastião leva o nome do intercessor contra pestes, epidemias e guerras. A construção foi erguida na Pedra Mulata, zona rural do município, como parte de uma promessa.

Quando um surto de varíola tomou conta da região, em 1917, os moradores pediram ao santo que os livrassem da doença. O templo foi construído após o fim do surto, em honra à promessa.

4. Estação Ferroviária, em Viana Sede

A estação agora funciona como um museu da cidade. Imagem: Prefeitura de Viana/Reprodução

Uma verdadeira viagem no tempo. É isso que quem visita a Estação Ferroviária de Viana, que funciona atualmente como um museu, pode encontrar.

Construída em 12 de julho de 1895, pela Companhia Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, ela foi a primeira ao longo da via que ligava Vitória a Cachoeiro de Itapemirim.

Além do acervo de peças e objetos históricos preservados, ainda é possível conhecer a Locomotiva Maria Fumaça.

5. Igreja Nossa Senhora de Belém (ruínas), em Jucu

Ruínas de belém em Viana
As ruínas foram tombadas como patrimônio, em 1993. Imagem: Prefeitura de Viana/Reprodução

A pluralidade das origens vianenses também está refletida nas construções. Os jesuítas foram os responsáveis por construir a Igreja Nossa Senhora de Belém, no século XVII.

O templo tinha as características arquitetônicas comuns às igreja de fazendas do ciclo da cana-de-açúcar. Entretanto, em 1880, um incêndio destruiu parte da igreja.

As ruínas restantes foram tombadas em novembro de 1993, pelo Conselho Estadual de Cultura. Em 2014, a Prefeitura de Viana pavimentou o acesso ao monumento e implantou paisagismo no entorno.

Patrimônios que contam histórias

Em Viana, o antigo e o novo convivem em harmonia, revelando um município que cresce sem abrir mão de preservar suas origens e marcos que moldaram sua cultura.

Com ações de preservação, investimento em turismo e valorização da cultura local, a cidade reforça seu compromisso com a memória local e o desenvolvimento sustentável. Além dos seus pontos turísticos históricos, ainda conta com opções para quem quer contemplar a natureza ou praticar esportes.

Entre o desenvolvimento estrutural e o surgimento de novas atrações e atividades turísticas, esses e outros patrimônios contam a história de Viana, desde a sua fundação até os dias atuais.