Entenda o caso

Filha pede explicações após ossada da mãe sumir de cemitério em Vitória

Mulher havia sido enterrada em 2016 no Cemitério de Maruípe. Prefeitura informou que vai apurar com rigor o caso

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Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória

Uma jovem de 19 anos quer respostas sobre o desaparecimento dos restos mortais da mãe que estavam em um túmulo no Cemitério de Maruípe, em Vitória. A mulher estava enterrada desde 2016.

Ela abriu um processo contra o município e, na última semana, a Justiça determinou que a administração municipal realize uma busca para localizar os restos mortais da falecida. A prefeitura da Capital capixaba informou que apura com rigor o caso.

Em entrevista ao Folha Vitória, o advogado que representa a família da mulher sepultada, Kaique Lopes, explicou que a morte aconteceu em dezembro de 2016. A mulher faleceu em decorrência de uma metástase cerebral. Ela também tinha câncer de mama.

Em novembro de 2022, a família fez a exumação do corpo, com a presença da filha. O procedimento ocorre geralmente após cinco anos, para garantir a decomposição completa do corpo.

Durante a ação, os familiares contataram que os restos mortais ainda não haviam se decomposto. “Foi comprovado que o corpo estava inteiro e prorrogou-se o prazo por mais dois anos. Conforme anotação do livro presente no cemitério”, disse o advogado.

Em julho de 2023, uma tia da vítima, ao visitar o túmulo do cemitério, percebeu que havia outra pessoa sepultada no jazido, conforme nome na lápide.

“Em primeiro momento, quando a minha cliente foi ao cemitério, foi argumentado que o corpo já estava seco e apresentaram alguns ossos que seriam da mãe. Mas ela não se sentiu confortável em confiar que o corpo havia sido decomposto”.

Kaique Lopes, advogado.

O advogado explicou que, mesmo que fosse realizada a exumação, é necessária a comunicação à família para ser realizada a ação, conforme decreto municipal.

Diante da incerteza de que se tratava da familiar, em 17 de julho deste ano, foi obtida uma decisão do Poder Judiciário para o município localizar e realizar um exame de DNA nos restos mortais.

“O luto é um direito fundamental da pessoa. E ele é tão importante que, em um contexto histórico, no Natal da Primeira Guerra Mundial, foi possível uma trégua para que as famílias se juntassem aos seus inqueridos”, ressaltou.

O que diz a Prefeitura de Vitória?

Em nota, a Prefeitura de Vitória lamentou o caso e disse que já adotou medidas e protocolos internos cabíveis para “averiguar com rigor e tratar a situação com a devida seriedade e respeito”. A gestão municipal ainda reafirmou o compromisso com a qualidade dos serviços prestados nos cemitérios.

“A conservação dos espaços e equipamentos públicos é prioridade. No Cemitério de Maruípe, são realizados regularmente serviços de limpeza, manutenção, poda e jardinagem, com foco no bem-estar das famílias que visitam o local e na preservação do ambiente social”, completa a nota.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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