Cotidiano

Vaquinha para ajudar jovem que ficou tetraplégico após acidente no mar bate meta

Vaquinha online bate meta de R$ 85 mil, mas arrecadação continua para custear tratamento prolongado

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Adolescente passou por duas sessões de fisioterapia

Reprodução/Arquivo Pessoal
Adolescente passou por duas sessões de fisioterapia Reprodução/Arquivo Pessoal

“Graças a Deus estamos conseguindo apoio de muita gente.” Foi assim que Simone Ferreira, mãe de Paulo Victor Ferreira da Silva, de 16 anos, definiu o momento de esperança que a família vive após meses de dificuldades.

O adolescente, que ficou tetraplégico após um acidente no mar, vai iniciar um novo capítulo no seu tratamento: ele foi aceito para atendimento na rede pública do Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, referência nacional em reabilitação.

No entanto, será preciso aguardar cerca de seis meses para o início do acompanhamento, já que ele acabou de sair de uma internação.

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Enquanto isso, a mobilização para ajudar Paulo Victor continua. A vaquinha online criada para arrecadar recursos para o tratamento bateu a meta inicial de R$ 85 mil.

Mesmo assim, a campanha seguirá ativa. Segundo Simone, os custos são altos e a recuperação do filho será longa.

“O dinheiro vai ajudar nas despesas com fisioterapia, medicamentos, fraldas e outros cuidados que ele precisa diariamente”, explicou a mãe.

Além do valor arrecadado, Simone conta que vem recebendo muitas doações. Uma cama nova para o filho já foi entregue, além de fraldas e itens de higiene. “Só tenho a agradecer a todo mundo que está nos ajudando. É uma corrente do bem que tem feito toda a diferença”, disse.

A tragédia que mudou a vida do jovem

A vida de Paulo Victor Ferreira da Silva mudou em 19 de janeiro deste ano. Morador de Cariacica, o adolescente foi à Praia da Costa, em Vila Velha, com amigos para dar um mergulho.

O passeio, no entanto, teve um desfecho dramático: ele foi atingido por uma onda de costas e, ao ser lançado para frente, bateu a cabeça em um banco de areia. O impacto provocou uma lesão grave na medula, fazendo com que Paulo Victor perdesse os movimentos do pescoço para baixo.

O socorro foi feito pelos próprios amigos. A mãe do adolescente, Simone, foi avisada do acidente no início da noite e correu para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas, em Vitória.

No entanto, não conseguiu ver o filho naquele dia devido ao término do horário de visitas. Foi somente na manhã seguinte que recebeu a confirmação do diagnóstico de tetraplegia.

“Fui ao Hospital São Lucas sem saber de nada, junto com minha filha, mas disseram que o horário de visita havia acabado. No outro dia, fui visitá-lo e o médico me contou que ele perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Aquilo para mim foi um desespero que não consigo explicar”, desabafa.

Mudança de vida e cuidados intensivos

Antes do acidente, Paulo Victor era um jovem ativo, estudava no ensino médio e jogava futsal. Após a alta hospitalar, passou a depender da família para todas as atividades básicas.

Simone, que trabalhava como zeladora, precisou abandonar o emprego para se dedicar integralmente ao filho.

A rotina é intensa: dar água, alimentar, trocar fraldas, dar banho. “Me tornei os pés e as mãos dele”, contou Simone. A família também precisou adaptar a casa para receber Paulo Victor.

Veja o vídeo:

Paulo Victor realizou duas sessões de fisioterapia, mas ainda precisa de outros cuidados, como urologista, por não conseguir controlar a urina, além de cardiologista e demais acompanhamentos médicos.

Para ajudar com os custos do tratamento, a família já fez rifas, e atualmente conta com uma vaquinha online. Os gastos no tratamento do adolescente vão dos exames a viagens de táxi adaptado.

Sempre precisamos de fraldas, muitas fraldas, além de lenços. As pessoas nos ajudam. Às vezes, mandam um dinheirinho e consigo comprar uma fruta para ele, algo diferente. Conto muito com o apoio das minhas filhas, que sempre nos ajudam. Foram elas que começaram com essa movimentação, junto de amigos. Como estou sem trabalhar, precisamos muito de ajuda. O que posso fazer é cuidar dele.

Para acessar a vaquinha e ajudar na rotina de Paulo Victor e da família, basta acessar o link da campanha.

O que dizem Sesa e Prefeitura de Cariacica

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Cariacica, Paulo Victor está sendo acompanhado pela equipe de Estratégia Saúde da Família da Unidade de Porto de Santana e já realizou consultas médicas e visitas domiciliares.

“Durante esse período, foram emitidos os encaminhamentos para consultas com urologista, fonoaudiólogo e neurologista, estando no momento em fase de aguardando agendamento por parte do governo do Estado. O paciente também foi atendido pelo serviço de transporte sanitário da Secretaria Municipal de Saúde no dia 11 de abril. Também foi emitido o laudo para fornecimento de fraldas e repassadas as orientações nutricionais adequadas ao tratamento”.

Além disso, foi fornecido transporte para o Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes), em Vila Velha, onde passou pela primeira avaliação no dia 17 de abril.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que ele já tem agendamentos para consultas especializadas no Crefes e que a fisioterapia dependerá de indicação após avaliação médica.

Agora, a família deposita esperança no tratamento no Sarah Kubitschek, que, segundo a mãe, é referência para o quadro do filho. “É um sonho. Com fé em Deus, vamos conseguir proporcionar uma vida melhor para o Paulo”, disse Simone.

*Texto com informações de Guilherme Lage, sob a supervisão da editora Erika Santos

Carlos Raul Rodrigues, estagiário do Folha Vitória
Raul Rodrigues *

Estagiário

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória