A pobreza ainda é uma realidade vivida por muitos capixabas, mas dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,) na quarta-feira (3), mostram que esse cenário teve uma melhora.
O levantamento Síntese de Indicadores Sociais (Sis) revelou que 167,3 mil pessoas saíram da pobreza e 37,7 mil da extrema pobreza entre 2023 e 2024 no Espírito Santo.
Mesmo assim, 761,9 mil capixabas ainda vivem na pobreza e 70,8 mil na extrema pobreza. A soma dos dois números representa 20,3% da população.
Segundo o critério do Banco Mundial, estão na pobreza as pessoas que vivem com R$ 698 por mês e na extrema pobreza quem tem renda per capita de R$ 219 mensais.
É o caso de Marinete Monteiro, de 65 anos, que vive em uma casa humilde com os dois netos em Jabaeté, Vila Velha. A renda da família vem do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e é de um salário mínimo. Marinete não pode trabalhar porque sofreu um acidente.
Além da ajuda do governo, ela conta com o auxílio da família e de uma entidade social do bairro. “Quando recebo meu dinheiro, eu tenho a água e a luz para pagar, e as coisinhas que a gente tem que comprar. Mas é difícil”, relatou ela à TV Vitória.

De acordo com a secretária estadual de Assistência Social, Cyntia Grilo, o Governo do Estado adota uma série de medidas para mudar a realidade das famílias capixabas.
A gente compra a produção do agricultor familiar e transfere essa produção de alimentos saudáveis para a população através dos nossos Cras e Creas. Uma outra frente de trabalho são os benefícios de transferência de renda. Tanto os benefícios do Governo Federal quanto os do Governo do Estado, e aqui, o Bolsa Capixaba e o Vale Gás capixaba são grandes responsáveis por isso.
Cyntia Grilo, secretária estadual de Assistência Social
Confira o que diz a secretária
Apoio da sociedade civil
Além dos programas de transferência de renda dos governos, é fundamental o apoio de entidades da sociedade civil, como o projeto Mais Amor, em Vila Velha, para que pessoas nessa situação tenham mais dignidade.
A responsável pelo projeto é a Adriana Silvério. Há 10 anos, ela oferece café da manhã, lanche da tarde e jantar para crianças e familiares.
“Não adianta eu colocar uma aula aqui se eu não tiver o alimento. Porque as pessoas já vêm pensando no alimento. Com elas alimentadas, eu consigo ensinar e dar as aulas que eu tenho que dar. Mas se elas vierem com fome, não adianta.”
Pobreza é a menor desde 2012
Os dados de 2024 divulgados pelo IBGE são os melhores desde o início do levantamento em 2012. Segundo o órgão, a manutenção dos valores pagos pelo programa Bolsa Família em patamar superior ao período pré-pandemia de covid-19 colaborou para a continuidade da redução da pobreza e da extrema pobreza.
“Além dos programas sociais, o maior dinamismo do mercado de trabalho também contribuiu para essa tendência, especialmente na redução da pobreza, mais impactada pela renda do trabalho, já que os rendimentos dos extremamente pobres têm maior participação de benefícios de programas sociais”, explicou o IBGE.
*Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record.