Economia

Abrir capital bloqueia corrupção, diz Guimarães

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Disposto a abrir o capital de quatro divisões da Caixa Econômica Federal no mercado americano, o presidente do banco, Pedro Guimarães, acredita que a operação é uma “blindagem” contra a corrupção. Com as Ofertas Públicas Iniciais (IPOs, na sigla em inglês), Guimarães diz que a Caixa e os seus dirigentes estarão “expostos” ao mercado, que fará suas cobranças.

Ele lembra que a lei americana Sarbanes-Oxley exige um nível de exposição dos executivos muito maior que no Brasil. “A abertura de capital nos Estados Unidos é blindagem para o futuro e legado em termos de governança”, diz. “Quando você lista uma empresa nos EUA, o legado em termos de governança é outro, inclusive para os dirigentes, que podem ser presos. A lei é extremamente dura com os executivos”, avalia.

Ao Estado, Guimarães afirma que a expectativa de receita de R$ 15 bilhões com os IPOs das áreas de cartão, seguridade, loteria e gestão de ativos de terceiros (asset) “é o piso”. Segundo ele, esse valor pode aumentar, a depender do porcentual de oferta de ações que será oferecido nas operações. O governo avalia uma oferta entre 15% e 30%. “Não quero falar um número mais alto para não dizer que, se o valor ficar R$ 1 bilhão abaixo, teve problema. Esse número leva em conta uma abertura menor, de 15% a 20%”, explica.

Guimarães disse que a discussão de valor envolve uma decisão do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do secretário especial de Desestatização, Salim Mattar. Segundo ele, a venda de uma fatia muito grande na abertura de capital tende a deixar o preço mais baixo. Por isso, a opção pode ser fazer novas ofertas de ações após o IPO.

Com os recursos levantados nas aberturas de capital, a Caixa espera pagar os empréstimos obtidos com o Tesouro. O valor da dívida soma R$ 40 bilhões e a meta para devolução do dinheiro são quatro anos.

O cronograma é fazer os IPOs das áreas de seguridade e cartões no segundo semestre, e de loterias e asset no primeiro semestre de 2020.

Consignado

O banco vai lançar em abril um cartão de crédito consignado. A meta é ter 20 milhões de cartões nos próximos quatro anos. Atualmente, a Caixa tem 96 milhões de cartões de débito e apenas 5 milhões de crédito, marca que mostra a ineficiência do banco no segmento. Para Guimarães, também é inaceitável que a instituição, que tem 100 milhões de clientes, não possua sua própria marca de “maquininhas”. “Como o maior banco do Hemisfério Sul recebe zero em pré-pagamento? Vou ter um adquirente e uma participação na receita de recebíveis”, informou Guimarães.

Crédito

Outra meta é atingir com microcrédito 40 milhões de brasileiros, que trabalham e estão longe do mercado formal e tomam dinheiro a um custo caro. “Pessoal de menor renda que tem poucos produtos, e produtos muito caros, é o nosso foco”, avisa.

Ele defende ainda uma maior competição com a entrada dos bancos estrangeiros, principalmente nos empréstimos aos Estados. Hoje, a Caixa é a maior credora dos governos estaduais.