Economia

Após reforma, Brasil deveria extinguir Justiça do Trabalho, diz Maílson

Após reforma, Brasil deveria extinguir Justiça do Trabalho, diz Maílson Após reforma, Brasil deveria extinguir Justiça do Trabalho, diz Maílson Após reforma, Brasil deveria extinguir Justiça do Trabalho, diz Maílson Após reforma, Brasil deveria extinguir Justiça do Trabalho, diz Maílson

São Paulo – Ministro da Fazenda durante parte do governo José Sarney, o economista Maílson da Nóbrega afirmou nesta quarta-feira, 17, que, após a aprovação da reforma trabalhista que tramita no Congresso, o Brasil deveria extinguir a Justiça do Trabalho. “Isso tem de começar a ser debatido”, disse o ex-ministro, que reconheceu que esta seria uma medida “ousada”.

O argumento de Maílson é que, como a reforma trabalhista prevê a prevalência dos acordos entre empresa e trabalhadores sobre o que determina a legislação, a Justiça perderá importância, na medida em que as negociações entre patrão e empregado se tornarem cada vez mais frequentes e maduras. “Não existirá mais risco de o juiz interpretar aquilo (o negociado) como contrário ao interesse do trabalhador”, afirmou.

A declaração do ex-ministro foi dada durante seminário sobre a reforma na sede da FecomercioSP, em São Paulo, na tarde desta quarta-feira. Na ocasião, Maílson também disse que fazer o negociado prevalecer sobre o legislado será uma “grande mudança” porque, na sua visão, a Justiça do Trabalho “tem ido além da lei, desobedecendo a lei, com justificativa de fazer justiça social”.

Além disso, o ex-ministro elogiou o ponto da reforma que determina o fim do imposto sindical e disse que, no seu entender, o próximo passo tem de ser acabar com a unicidade sindical. “O sindicato é um empreendimento sem risco, porque o líder sindical não tem risco de queda de receita, não tem de lutar para angariar associados. E a unicidade sindical cria reserva de mercado, porque ninguém mais pode ser líder sindical, só aquele cara, é por isso que fundar um sindicato virou um bom negócio.”

Maílson afirmou ainda que não imaginava que uma reforma trabalhista como essa seria levada adiante enquanto ele estivesse vivo e elogiou o trabalho dos parlamentares. “Não me recordo de um projeto de lei que tenha sido melhorado e aprofundado pelo Congresso Nacional, que foi muito além das questões institucionais”, disse.

“O projeto do governo era tímido e se tornou muito mais ousado, em razão do trabalho do relator (da Câmara, deputado Rogério Marinho, do PSDB do Rio Grande do Norte)”. A reforma trabalhista foi aprovada pela Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado.