Economia

Associação de fiscais de tributos se posiciona contra PL que cria teto do ICMS

Associação de fiscais de tributos se posiciona contra PL que cria teto do ICMS Associação de fiscais de tributos se posiciona contra PL que cria teto do ICMS Associação de fiscais de tributos se posiciona contra PL que cria teto do ICMS Associação de fiscais de tributos se posiciona contra PL que cria teto do ICMS

A Associação Nacional das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) se posicionou contra o Projeto de Lei Complementar PLP 18/2022, que limita a cobrança de ICMS sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. A proposta é analisada neste momento pelo plenário do Senado.

Para a associação, a causa do aumento no preço dos combustíveis não é o ICMS, mas a política de preços praticada pela Petrobras (PPI) – que adota paridade com o preço internacional -, e a desvalorização do real frente ao dólar. “Ao desviar das questões centrais para mirar nos tributos, o PLP 18 impõe uma perda de receita a Estados e municípios que pode chegar a R$ 115 bilhões (conforme dados do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal – Comsefaz), sem garantir que o preço dos combustíveis vai, de fato, ser reduzido, já que seguiremos expostos à flutuação de preço do petróleo no mercado internacional e às variações cambiais”, afirma na nota de repúdio.

A Febrafite avalia que a tentativa de limitar o ICMS como forma de segurar o preço dos combustíveis seja um fracasso. “O tributo sobre esses produtos está congelado em todos os Estados desde novembro do ano passado. Ainda assim, o preço do óleo diesel subiu de R$ 5,41 para R$ 6,91, em média, segundo dados da ANP. O governo insiste no mesmo erro com o PLP 18”, segue a nota.

De acordo com a associação, ao fazer mudanças estruturais para tentar resolver problemas conjunturais, o que se propõe com o PLP 18, “é uma redução permanente de parte substantiva da receita dos Estados e municípios, com pesadas consequências para a população, para resolver uma questão imediata”. “As contrapartidas seguem a mesma lógica: enquanto as perdas são renovadas anualmente, a compensação do governo federal está limitada a 31 de dezembro de 2022”, pontua.

Para a associação, a sucessão de problemas causados pelo PLP 18 vai ensejar uma espiral negativa, na qual Estados e municípios vão judicializar a questão, o que, afirma, causará o aumento da insegurança jurídica no País, e, consequentemente, a fuga de investimentos.

O projeto, segundo a associação, fere de “morte” o pacto federativo e deixa Estados e municípios em situação ingovernável, sem dinheiro para garantir os serviços de saúde, educação, segurança, pagamento dos salários, repasses aos municípios e aos Poderes Legislativo e Judiciário. “Os brasileiros pagarão muito caro por essa irresponsabilidade fiscal feita sob medida para a campanha eleitoral”, completa.

Por fim, a associação diz esperar que o Senado cumpra o compromisso como “guardião” do Pacto Federativo, assim como é responsabilidade dos senadores defenderem os interesses dos Estados e seus municípios, e rejeitem o projeto.