Economia

Balança comercial contribuiu com maior parte do ganho no setor externo, diz BC

Balança comercial contribuiu com maior parte do ganho no setor externo, diz BC Balança comercial contribuiu com maior parte do ganho no setor externo, diz BC Balança comercial contribuiu com maior parte do ganho no setor externo, diz BC Balança comercial contribuiu com maior parte do ganho no setor externo, diz BC

Brasília – O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse nesta quarta-feira, 23, que a balança comercial brasileira contribuiu com a maior parte dos ganhos registrados em conta corrente, que registrou em fevereiro um déficit de US$ 1,919 bilhão, contra um rombo de US$ 7,175 bilhões no mesmo mês do ano passado.

Segundo ele, de fevereiro do ano passado a fevereiro deste ano, houve um ganho de US$ 12,6 bilhões nas transações correntes. Desse montante, a balança comercial contribuiu com US$ 9,5 bilhões, a conta de serviços com US$ 3,1 bilhões e a conta de renda com US$ 0,1 bilhão.

Do lado das exportações, o técnico explicou que houve queda de 4% no primeiro bimestre. Em volume, houve crescendo de 19,6%, mas os preços caíram mais de 20%. Produtos com destaque de alta nos volumes exportados foram a soja, que subiu 155%, o milho, com 129%, e automóveis, com 107%. “Há impacto do câmbio, tornando exportações mais competitivas influencia desempenho”, disse.

Pelo lado das importações, Maciel destacou que houve contração relevante, caindo 34% no primeiro bimestre. Nas compras externas, houve queda de 25% em volume e de 11’% em preço. “Isso reflete menor demanda por produtos finais e processo de substituição que já se nota nos indicadores da indústria”, explicou.

IDP

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central estimou que o Investimento Direto no País (IDP) em março ficará em US$ 5,5 bilhões em março. Até o dia 21, de acordo com ele, o ingresso de IDP no mês foi de US$ 4,2 bilhões. Em março de 2015, a conta fechou em US$ 4,3 bilhões.

Em fevereiro, o IDP surpreendeu ao ficar em US$ 5,920 bilhões, o maior valor desde dezembro de 2015 e também o mais robusto para o mês desde 2011, quando ficou em US$ 9,7 bilhões. “O resultado foi um pouco maior do que estávamos prevendo”, comentou Maciel. Apesar disso ter ocorrido nos dois primeiros meses do ano, o BC decidiu manter sua projeção de ingresso de US$ 60 bilhões de IDP este ano. “A despeito disso, mantivemos projeção. O BC manteve a projeção de IDP para o ano por ser conservador e também porque os fluxos são voláteis”, comentou.

O resultado acumulado no primeiro bimestre está em US$ 11,4 bilhões ante US$ 8,9 bilhões no primeiro bimestre de 2015.

Viagens

A julgar pela projeção do Banco Central para os gastos com viagens em março, haverá uma diminuição da intensidade de queda dessa conta. Tulio Maciel salientou que no mês, até o dia 21, essas despesas líquidas somaram US$ 551 milhões, fruto de receitas de US$ 377 milhões e despesas no exterior de US$ 928 milhões no período.

Segundo ele, no primeiro bimestre deste ano ante idênticos meses do ano passado, houve um recuo da conta líquida da ordem de 83% e agora a projeção do BC para os meses de março é de uma baixa de 15%. “Ou seja, a retração continua a acontecer, mas em menor intensidade”, comparou. O chefe de departamento salientou que o gasto com viagens foi das contas que mais contribuíram para ajuste do setor externo.

Mais uma vez, o técnico salientou que pesam sobre essa rubrica o comportamento do dólar e a menor renda da população. “A conta é muito sensível aos movimentos do câmbio”, destacou.

Ele lembrou também que, no primeiro bimestre, houve um fator adicional que impactou essa conta, que foi a tributação sobre pacotes de viagens. O técnico disse também que a baixa recente do dólar pode influenciar a decisão sobre viagens ao exterior, mas que não se trata de um movimento tão ligado. “O comportamento de curto prazo também influencia, mas a reação também tem defasagem”, disse.

Maciel comentou também que, para o turista estrangeiro, o dólar mais alto motiva visita ao País. “O custo ficou mais baixo para esse turista”, ressaltou.

Fluxo cambial

O fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,738 bilhão em março até o dia 21, segundo informou Tulio Maciel. O envio de recursos do segmento financeiro no período foi de US$ 1,743 bilhão, formado por compras no valor de US$ 35,098 bilhões e vendas de US$ 36,841 bilhões.

Na área comercial, o saldo ficou positivo em US$ 5 milhões em março até o dia 21. As importações do período somaram US$ 7,594 bilhões e as exportações, US$ 7,599 bilhões.

Nas vendas estão incluídos US$ 1,878 bilhão em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 1,900 bilhão de Pagamento Antecipado e US$ 3,821 bilhões de “demais operações”. Maciel informou ainda que a posição vendida dos bancos em março até o dia 21 foi de US$ 29,392 bilhões