Economia

BC publica boxe do REB sobre estatísticas de títulos de dívida

A metodologia se alinha às iniciativas do G20 do FMI e favorece a comparabilidade internacional. Os dados passarão a ser divulgados trimestralmente pelo BC

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Foto: Agência Brasil

O Banco Central publicou nesta terça-feira (4), um boxe do Relatório de Economia Bancária (REB) sobre estatísticas de títulos de dívida, segundo o padrão do Handbook on Securities Statistics (HSS, 2015). 

De acordo com o documento, a metodologia se alinha às iniciativas do G20 do FMI e favorece a comparabilidade internacional. Os dados passarão a ser divulgados trimestralmente pelo BC.

“As estatísticas produzidas abrangem tanto títulos emitidos no mercado doméstico ou no exterior por unidade institucional residente no Brasil (públicas e privadas) como títulos detidos por residentes no País, emitidos por residentes ou não residentes, no mercado doméstico ou no exterior. As estatísticas compreendem as posições (estoques) dos emissores e as dos detentores desses títulos, com segmentações por setor institucional, maturidade, indexador, moeda de referência e mercado de emissão”, detalhou o BC.

Os dados compilados mostram que, em dezembro de 2021, o estoque de títulos de dívida emitidos por residentes no país totalizou R$11,7 trilhões, equivalentes a 135% do Produto Interno Bruto (PIB). 

A maior parte (65%) se refere a papéis emitidos pelo governo geral, em um montante de R$ 7,6 trilhões. Na sequência aparecem as sociedades financeiras (R$ 3,4 trilhões) e as sociedades não financeiras (R$ 752 bilhões).

As emissões no mercado doméstico correspondiam a 96% do estoque de títulos no fim do ano passado. No menor grupo de emissões internacionais, a maior participação é das sociedades não financeiras, que têm 12% dos do estoque emitido fora do País, ante 5% do saldo das sociedades financeiras e 3% dos títulos do governo.

“Em dezembro de 2021, bem como ao longo da série, a maior parte dos títulos têm prazo de emissão superior a dois anos. O setor das sociedades financeiras é o que apresenta maior participação de títulos com vencimentos em prazos menores”, acrescentou o BC.

As estatísticas compiladas mostram ainda que a maior parte dos títulos privados é indexada à variação da Selic, enquanto para as sociedades não financeiras tem crescido a participação dos papéis indexados à inflação.

“Para os títulos do governo, a segmentação por indexadores se alinha aos objetivos da política fiscal e é menos concentrada”, lembrou a autoridade monetária.

Em dezembro do ano passado, o estoque de títulos nas carteiras residentes no Brasil estava em R$ 12,3 trilhões, equivalentes a 141% do PIB, sendo R$10,6 trilhões emitidos no mercado doméstico e R$ 1,7 trilhão emitidos no mercado exterior – a maior parte nas reservas internacionais do próprio BC (R$ 1,6 trilhão).

“A emissão de títulos privados no Brasil é crescente, mas, assim como para Turquia, África do Sul, Espanha e México, são preponderantes as emissões de títulos públicos. No Brasil, em dezembro de 2021, as emissões de títulos públicos corresponderam a 88% do PIB, enquanto as de títulos privados representaram 47% do PIB”, concluiu o Banco Central.

A autoridade monetária publicará na próxima quinta-feira, 6, às 8 horas, o Relatório de Economia Bancária de 2021. Às 11 horas, o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes, e o diretor de Fiscalização, Paulo Souza, concederão entrevista coletiva virtual sobre o documento.