Economia

BC reconhece impacto negativo das incertezas sobre PIB, mas mantém previsões

BC reconhece impacto negativo das incertezas sobre PIB, mas mantém previsões BC reconhece impacto negativo das incertezas sobre PIB, mas mantém previsões BC reconhece impacto negativo das incertezas sobre PIB, mas mantém previsões BC reconhece impacto negativo das incertezas sobre PIB, mas mantém previsões

Brasília – O Banco Central reconheceu no Relatório Trimestral de Inflação que a deterioração do cenário econômico nos últimos meses teve influência negativa sobre as perspectivas de crescimento da economia brasileira. Mesmo assim, a previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre não foi alterada diante dos bons indicadores de atividade vistos nos cinco primeiros meses do ano.

Ao explicar a manutenção da previsão de crescimento do PIB em 0,5% neste ano, o BC reconhece que “a elevação do ambiente de incertezas que, se mantidas em nível elevado por período prolongado, podem produzir efeitos negativos sobre a atividade, recomenda manter a projeção anterior”.

Essa influência negativa, porém, acabou sendo anulada pela melhora dos indicadores recentes. “A projeção para o PIB em 2017 permaneceu a mesma da apresentada na edição anterior do Relatório de Inflação – crescimento de 0,5% -, com mudanças nos componentes do indicador”.

No relatório, o BC ressalta os “resultados favoráveis de indicadores de atividade relativos aos primeiros cinco meses do ano”. Se mantidos ao longo do ano, esses indicadores favoráveis “levariam a uma revisão de alta na projeção do PIB anual”.

Juros

O Banco Central repetiu a avaliação de que “uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado naquela ocasião deveria se mostrar adequada em sua próxima reunião, em julho”. A frase é citada no Relatório Trimestral de Inflação em menção à avaliação feita na mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e é resultado da avaliação do cenário básico e do balanço de riscos usado pelo BC.

Apesar de repetir a avaliação, o documento tenta relativizar o quadro com a lembrança de que “o ritmo de flexibilização monetária continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”.

Sobre o processo de comunicação com o mercado, o BC afirma que vai “explicitar condicionalidades sobre a evolução da política monetária, o que melhor transmite a racionalidade econômica que guia suas decisões”. Essa estratégia, diz o documento, contribui para aumentar a transparência e melhorar a comunicação do Copom.

Inflação

No RTI, o Banco Central reafirmou que o comportamento da inflação permanece favorável. De acordo com o BC, a desinflação está difundida “inclusive nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária” – ou seja, nos itens do setor de serviços.

O BC disse ainda que os “índices de preços divulgados recentemente situaram-se abaixo das expectativas”. Além disso, “o amplo conjunto de medidas de núcleo de inflação acompanhadas pelo Copom indica nível baixo de inflação corrente.”

Segundo o BC, “a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e, com menor peso, de 2017, é compatível com o processo de flexibilização monetária”.

Focus

No Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central cita as projeções para a inflação contidas no Relatório de Mercado Focus. De acordo com o BC, as expectativas apuradas no Focus recuaram para em torno de 3,7% para 2017 e encontram-se ao redor de 4,4% para 2018 e por volta de 4,25% para 2019 e horizontes mais distantes.

Na próxima semana, no dia 29, o Conselho Monetário Nacional (CMN) reúne-se para decidir sobre a meta de inflação para 2019. A expectativa do mercado é de que, como as expectativas estão ancoradas em 4,25%, a meta estabelecida para 2019 seja inferior aos 4,5% – o centro da meta para 2017 e 2018.