Economia

Boa parte do Orçamento está sendo dedicada aos precatórios, diz Funchal

Boa parte do Orçamento está sendo dedicada aos precatórios, diz Funchal Boa parte do Orçamento está sendo dedicada aos precatórios, diz Funchal Boa parte do Orçamento está sendo dedicada aos precatórios, diz Funchal Boa parte do Orçamento está sendo dedicada aos precatórios, diz Funchal

O secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, enfatizou nesta terça-feira que o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2022 apresentado neste dia 31 de agosto contempla totalmente as despesas de precatórios, no valor de R$ 89,115 bilhões. “Boa parte do orçamento está sendo dedicada aos precatórios. Enquanto não há uma solução alternativa, vai o valor integral no orçamento”, afirmou.

Funchal destacou ainda que o PLOA 2022 prevê ainda uma insuficiência de R$ 105,4 bilhões para o cumprimento da regra de ouro no próximo ano. Esse é o valor de despesas previstas na peça orçamentária que estão condicionadas à aprovação de um novo crédito suplementar pelo Congresso Nacional em 2022.

Para o orçamento de 2021, um total de R$ 434,8 bilhões em despesas estiveram condicionadas a essa mesma regra.

“A melhora da arrecadação e dos resultados como um todo leva a menor insuficiência da regra de ouro em 2022”, acrescentou Funchal.

Melhora fiscal

O secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia avaliou que a manutenção do teto de gastos e o crescimento de receitas acabam se traduzindo em uma melhora fiscal. O PLOA de 2022 apresentado pela pasta considera que o Governo Central registrará déficit primário de R$ 49,6 bilhões no ano que vem, o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, foi fixada uma meta déficit de R$ 170,5 bilhões para o próximo ano, mais de três vezes superior à nova projeção do PLOA. Para 2021, a última estimativa é de déficit de R$ 155,1 bilhões, ou 1,8% do PIB.

“Em 2020, com políticas voltadas para o enfrentamento da pandemia, resultaram em um déficit de 10% do PIB. Em 2021, já revisamos três vezes a projeção, que está agora em 1,8% do PIB – e devemos ter mais um número em setembro. Para 2022, a projeção é de déficit de 0,5% do PIB, sem levar em conta a possível receita com a privatização da Eletrobras”, afirmou Funchal. “Pode ser até um pouco melhor que isso, fomos conservadores ao não considerarmos essas receitas”, completou.

Com isso, apontou Funchal, a dívida pública deve cair de 81,2% do PIB em 2021 para 79,8% em 2022. “Isso ainda é uma consequência positiva da nossa principal regra fiscal, que é o teto de gastos”, concluiu.

Reforma do IR

O secretário do Orçamento Federal, Ariosto Culau, alertou que qualquer alteração no projeto de reforma do Imposto de Renda pode levar a mudança no equilíbrio do Orçamento, ainda que o projeto em tramitação no Congresso tenha o princípio de neutralidade na arrecadação. “Qualquer tipo de alteração que venha a reduzir a receita prevista no projeto pode ter impacto sobre a nossa meta de resultado para 2022. Mas é um princípio fundamental considerar na proposta os efeitos desse projeto de lei”, afirmou.

Segundo Culau, a linha de corte para a definição dos parâmetros econômicos do PLOA de 2022 foi 9 de julho. “Há naturalmente um descasamento (entre índices de inflação do teto e correção de despesas) como ocorre em todos os processos anuais de elaboração dos orçamentos”, lembrou.

O secretário reconheceu que tem havido volatilidade nas projeções de mercado para inflação neste ano. “Até o dia 22 de novembro precisamos encaminhar ao parlamento a atualização de parâmetros. O Congresso poderá então fazer os ajustes necessários. Não vejo risco ao processo orçamentário”, completou.

Para Culau, o envio de uma mensagem modificativa do PLOA não necessariamente teria de ser feito para atualizar esses parâmetros, mas, dadas as características da atual proposta, pode ser que o governo tenha de encaminhar uma nova proposta ao parlamento ao longo do segundo semestre.