Em meio à angústia da contagem regressiva pelo tarifaço de Trump, os exportadores capixabas de café deram uma boa respirada depois das declarações do secretário de Comércio americano, Howard Lutnick. Ele disse que os EUA poderiam isentar de tarifas produtos que “não nascem em solo americano”. Ou seja, se antes o governo Trump não dava respostas, pelo menos agora dá para ter esperança.
O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira, acredita que a possibilidade de livrar o café das tarifas é real. Porém, ele ainda está de pé atrás. Só vai ficar aliviado no dia 1º de agosto se as tarifas forem suspensas.
“A gente até vinha trabalhando nessa direção, de conseguir isenção das tarifas, com parlamentares em Washington e com a National Coffee Association (NCA). São os empresários, é a associação comercial do setor de café. A fala do secretário deixa uma esperança sim. No entanto só vamos ficar tranquilos quando anunciarem, de fato, a queda dessas tarifas. Manter esses 50% a mais teria um grande impacto sobre a economia americana”.
Impacto nos EUA
E que impacto! Márcio Ferreira aponta números impressionantes do café para os negócios nos EUA. O país é o maior consumidor e maior importador de café do mundo. Do mesmo modo, cada dólar que o Brasil exporta, gera US$ 43 na economia americana. O faturamento da economia americana em café no ano passado foi de US$ 373 bilhões. Mais de R$ 2 trilhões na cotação desta terça (29).
O café representa 1,2% do PIB americano. E só pra gente ter ideia dessa dimensão, o PIB americano é 16 vezes maior que o PIB brasileiro. Ou seja, 77% dos americanos tomam café todos os dias. Isso é nada mais, nada menos do que 261 milhões de pessoas.