Economia

Com atrasos no desligamento do sinal analógico, governo quer distribuir kits

Com atrasos no desligamento do sinal analógico, governo quer distribuir kits Com atrasos no desligamento do sinal analógico, governo quer distribuir kits Com atrasos no desligamento do sinal analógico, governo quer distribuir kits Com atrasos no desligamento do sinal analógico, governo quer distribuir kits

Rio – O governo pretende distribuir ainda este ano seis milhões de kits conversores para aparelhos de televisão receberem o sinal da TV digital. Desde que começou a campanha de migração do sinal analógico para o digital, já foram entregues cerca de oito milhões de kits, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC).

Um levantamento divulgado nesta quarta-feira, 21, mostrou o tamanho do desafio enfrentado pelo governo para a adoção exclusiva da TV digital e abolir de vez o sinal analógico em todo o território brasileiro. Em 2016, 6,9 milhões de lares ainda eram dependentes exclusivamente do sinal analógico para acesso à televisão, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016: acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal (Pnad Contínua – TIC 2016).

“Esses dados estão totalmente defasados”, argumentou Moisés Queiroz Moreira, secretário de Radiodifusão do ministério.

O secretário reconheceu que houve atrasos na programação de desligamento do sinal analógico em alguns grupos de municípios, mas defendeu que foram pontuais. Segundo ele, a ausência de reclamações nas regiões em que já houve a migração é prova do sucesso do programa.

O MCTIC informou que 1.346 municípios já estarão desligados do sinal analógico até o fim de 2018, o que representa cerca de 70% da população brasileira. Até o fim de 2023, haverá a migração para a TV Digital nos 4.200 municípios restantes.

De acordo com os dados do IBGE, 10,3% das residências com televisão no País não tinham aparelho com conversor, nem recebiam sinal por antena parabólica, nem tinham serviço de televisão por assinatura no ano de 2016. A maior parte dos domicílios que estavam despreparados para o sinal digital se localizava no Sudeste (2,6 milhões) e Nordeste (2,3 milhões). Outros 936 mil lares no Sul dependiam exclusivamente do sinal analógico de televisão; 704 mil no Norte; e 430 mil no Sul.

O processo de desligamento do sinal analógico da TV aberta é coordenado pelo Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired), que conta com representantes do ministério, Anatel, empresas de telecomunicações e radiodifusores.

O cronograma original teve que ser modificado algumas vezes, para adiar o desligamento do sinal analógico em áreas onde a distribuição de kits de conversores não atingiu a meta estipulada no prazo previsto.

Segundo o MCTIC, 45 municípios das regiões de Ribeirão Preto e Franca, no interior de São Paulo, teriam o sinal analógico de TV totalmente desligado a partir da meia-noite desta quarta-feira, 20 dias depois do que a data prevista anteriormente.

Na última segunda-feira, 19, o Gired decidiu adiar para 28 de agosto o desligamento nas regiões de Juazeiro do Norte e de Sobral, no Ceará, porque o grupo alvo de nove municípios tampouco atingiu o porcentual necessário para autorizar o desligamento, o segundo adiamento nessas cidades.

Segundo a Pnad Contínua – TIC 2016, a televisão estava presente em 67,4 milhões (97,2%) de domicílios no País, onde havia cerca de 102,6 milhões de aparelhos de TV: 63,4% de tela fina e 36,6% de tubo.