Economia

Com resultado negativo no emprego, governo muda forma de divulgação dos dados

Com resultado negativo no emprego, governo muda forma de divulgação dos dados Com resultado negativo no emprego, governo muda forma de divulgação dos dados Com resultado negativo no emprego, governo muda forma de divulgação dos dados Com resultado negativo no emprego, governo muda forma de divulgação dos dados

Brasília – No mês em que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou o fechamento de quase 82 mil vagas de trabalho no País, sendo o pior resultado para janeiro desde 2009, quando o País enfrentava reflexos da crise internacional, o Ministério do Trabalho e Emprego decidiu alterar o modelo de divulgação dos dados.

Normalmente, as tabelas são apresentadas logo antes de uma coletiva de imprensa com o ministro Manoel Dias. Desta vez, uma nota, que dava mais evidência aos números positivos e dificultava a visualização dos negativos, foi divulgada cinco horas antes da liberação do resultado completo. O ministro não concedeu entrevista à imprensa para comentar os dados.

Às 10h da manhã desta sexta-feira, 27, a pasta divulgou o texto, intitulado “Caged mostra melhora do emprego na indústria”. Mas o resultado geral do mês, com o fechamento de mais de 80 mil vagas, aparecia apenas no terceiro parágrafo. A queda de quase 98 mil postos de trabalho no comércio vinha no quarto parágrafo, exigindo ainda que o leitor calculasse a somatória dos saldos do varejo e do atacado.

A construção civil, que na tabela completa apresentou recuo de 9.729 postos de trabalho, não foi nem mesmo citada na nota divulgada pela manhã.

A nota traz ainda uma avaliação otimista de Manoel Dias, que afirma que o País vai continuar gerando empregos com a manutenção de investimentos na área social, em infraestrutura e “muitos dos investimentos” previstos por empresas privadas.

“Tenho que lembrar que o mundo não superou a crise iniciada em 2008. A Organização Internacional do Trabalho fala que ainda serão necessárias 100 milhões de vagas para que o mundo volte a ter o mesmo número de empregados de antes da crise”, complementou.