
Aracruz acaba de ganhar um carimbo de relevância global. E não foi qualquer um. “Vemos Aracruz como um local com potencial para desempenhar um papel significativo na conectividade do Brasil com os mercados globais”. A frase é do CEO da Hanseatic Global Terminals (HGT), Dheeraj Bhatia, ao anunciar o acordo com a Imetame para operação do terminal de contêineres na cidade já em 2028. Traduzindo do “corporativês”: quem manda no jogo da logística mundial já entendeu. A cidade capixaba é peça-chave no tabuleiro global dos negócios. O recado foi dado, inclusive, em rede social do próprio executivo.
Além disso, Bhatia deixou claro que a aposta vai muito além do curto prazo. Segundo ele, a decisão “reflete nossa forte convicção no Brasil como mercado de crescimento de longo prazo”. E, do mesmo modo, reforça a estratégia de investir em infraestrutura próxima às origens de carga e às principais rotas comerciais. Ou seja, menos discurso e mais concreto, cais e contêiner.

Casamento ideal
Com isso, o Porto da Imetame, em Aracruz, entra oficialmente para a história ao firmar uma joint venture com a HGT, subsidiária holandesa do grupo alemão Hapag-Lloyd. Funciona assim: a HGT opera terminais. A Hapag-Lloyd cruza os oceanos com seus 255 navios e capacidade para 1,8 milhão de TEUs (unidades de contêineres de 20 pés). Ou seja, em resumo, é o casamento perfeito entre o local onde a carga chega e sai e quem leva essa carga pelo mundo. Tudo o que um porto que sonha em ser hub logístico nacional poderia querer. E mais um pouco.
Por sinal, o acordo também cai como uma luva no plano global da HGT, que quer chegar a 30 terminais espalhados pelo mundo até 2030. Hoje são 22. Aracruz, portanto, não entrou na lista por acaso. Entrou porque faz sentido.
Aracruz oferece pacote irresistível
A operação brasileira da joint venture chega acompanhada de um pacote quase irresistível para investidores. Primeiro, a localização. Aracruz está na ES-010, a apenas três quilômetros da Estrada de Ferro Vitória-Minas e perto do Aeroporto de Vitória. Além disso, o Porto da Imetame vai operar contêineres, granéis sólidos, líquidos e veículos. Em outras palavras: um cardápio logístico completo.
Para completar, a região integra o ParkLogBR/ES. Um conjunto de ações para melhoria de infraestrutura bancadas pela iniciativa privada e o Estado com governança privada e investimentos estimados em R$ 12,3 bilhões. Soma-se a isso a ZPE de Aracruz, com impressionantes 5 milhões de metros quadrados destinados à atividade industrial. E ainda há Portocel e VPorts, que já conectam o agro capixaba e brasileiro do Mercosul à Ásia, gerando empregos e ampliando mercados.
No fim das contas, Aracruz deixou de ser apenas um ponto no mapa. Agora, virou rota. E das importantes.