Economia

Decreto com inclusão de Eletrobras no Plano de Desestatização sai nesta quinta

Decreto com inclusão de Eletrobras no Plano de Desestatização sai nesta quinta Decreto com inclusão de Eletrobras no Plano de Desestatização sai nesta quinta Decreto com inclusão de Eletrobras no Plano de Desestatização sai nesta quinta Decreto com inclusão de Eletrobras no Plano de Desestatização sai nesta quinta

O novo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, disse que o governo deve publicar nesta quinta-feira, 12, o decreto que inclui a Eletrobras no Plano Nacional de Desestatização (PND). O decreto, que está pronto há meses, é uma pré-condição para a privatização da companhia, cujo projeto de lei está em tramitação na Câmara dos Deputados.

Moreira Franco fez o anúncio durante a cerimônia de transmissão do cargo, no auditório do Ministério de Minas e Energia. Em seu discurso, ele reiterou que a privatização da estatal será sua prioridade na pasta. “A Eletrobras não capitalizada é um retrato e uma manifestação de atraso. Os problemas se aprofundarão”, disse o ministro, para quem a companhia tem consumido dinheiro público e tem encarecido as contas de luz.

A privatização se dará por meio do aumento do capital social da empresa, que oferecerá novas ações na bolsa e, com isso, a participação dos atuais acionistas será diluída. De acordo com a proposta, o aumento de capital social poderá ser acompanhado de oferta pública secundária de ações da União. Isso significa que o governo pode vender suas ações na empresa e o dinheiro arrecadado vai para os cofres públicos – e não para o caixa da empresa.

Empresas controladas pelo governo, direta ou indiretamente, também poderão vender sua ações na Eletrobras. Hoje a União tem 51% das ações ordinárias (com direito a voto) e fatia de 40,99% no capital total da Eletrobras. Além disso, o BNDES e seu braço de investimentos, o BNDESPar, têm, juntos, 18,72% do capital total da empresa.

Num esforço para combater as notícias de baixas na equipe do MME após sua nomeação, Moreira Franco disse que a equipe da pasta será comandada “no espírito da continuidade”. O ministro disse que os secretários de Energia Elétrica, Fábio Lopes, e de Mineração, Vicente Lôbo, vão permanecer na pasta, apesar dos rumores de que eles também deixariam o ministério.

Ao ex-ministro Fernando Coelho Filho, a quem chamou de “Fernandinho”, Moreira Franco disse: “Seus secretários serão os meus secretários”. O secretário-executivo de Moreira Franco será Márcio Félix, que deixa a Secretaria de Petróleo e Gás do MME. O secretário-executivo Paulo Pedrosa já anunciou sua exoneração, além do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso.

Moreira disse ainda que pretende levar adiante, o mais rapidamente possível, o novo marco regulatório do setor elétrico, elaborado pela equipe do ex-ministro Fernando Coelho Filho, que deixou o cargo para concorrer às eleições. A proposta está na Casa Civil, em fase de ajustes, há meses.

Outro projeto que o ministro disse que será levado adiante é o novo marco regulatório da mineração, que foi enviado ao Congresso no ano passado, mas perdeu validade, uma vez que a proposta era uma medida provisória que não foi votada dentro do prazo. Moreira Franco disse que Vicente Lôbo fica para concluir o trabalho nessa área.

Moreira Franco fez questão de ressaltar que foi escolhido para o cargo pelo presidente Michel Temer. “Temer fez a recomendação e disse que nós deveríamos seguir essa política exitosa, que deu resultados surpreendentes e antecipados”, afirmou.

Moreira Franco, que comandou o Programa de Parceiras de Investimentos (PPI), disse que o governo tem valores que se sobrepõem a outros, e a segurança jurídica e a previsibilidade no calendário da administração pública são os principais. “O setor de energia foi o que mais contribuiu para o crescimento econômico e o sucesso do PPI.”