Economia

Educação além da tecnologia lidera debates no Data Business

O encontro foi dividido em quatro painéis temáticos, que discutiram, dentre outros temas, o futuro da educação e as inovações nas metodologias de ensino

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Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Lideranças empresariais e do setor da educação se reuniram na Escola Americana de Vitória na noite de quarta-feira (19) para discutir o futuro e os desafios a serem enfrentados pelo segmento no Espírito Santo e Brasil, no Data Business Educação.

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O encontro foi dividido em quatro painéis temáticos, que discutiram, dentre outros temas, o futuro da educação e as inovações nas metodologias de ensino. E foi o CEO da escola anfitriã do evento, Cristiano Carvalho, que cravou que “os avanços na educação vão muito além da tecnologia”. 

A Escola Americana conta com um amplo aporte tecnológico para oferece aos alunos. Inclusive, é a única escola do Estado a contar com a “Apple Distinguished School”, da empresa norte-americana Apple, que recompensa colégios que são vanguarda na educação. 

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

De acordo com o educador, no entanto, apesar da tecnologia, existe uma preocupação muito grande no debate de questões socioemocionais dos estudantes, isso leva em consideração não apenas métodos de ensino, mas também seus anseios e objetivos pessoais. 

“É preciso fazer bom uso da ferramenta, a tecnologia às vezes nos coloca em um lugar em que precisamos ter muito cuidado com o uso. Temos uma preocupação muito grande para termos momentos específicos para debater as questões socioemocionais, que estão inseridas nas necessidades mundiais”, disse. 

Ainda segundo Cristiano Carvalho, é necessário que esse tipo de discussão esteja presente no dia a dia dos alunos e não seja limitada somente a uma aula. É preciso desenvolver o bem-estar e o senso crítico dos estudantes. 

“Estruturar isso dentro da metodologia e do currículo, porque isso não pode estar apenas em uma aula, precisa estar no radar dos educadores. Quando falamos de inovações, estamos falando sim de tecnologia, mas também a diversas outras áreas relacionadas à metodologia da escola”, afirmou. 

Tecnologia facilita a inclusão 

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Além de Carvalho, o painel também contou com Paulo Ribeiro, fundador da Bernoulli Educação, e Henrique Romano, gerente de operações da Escola São Domingos. O encontro foi mediado por Mariana Brandão, coordenadora de Relacionamento Institucional da Apex. 

De acordo Ribeiro, é fundamental que as escolas e educadores estejam atentos e façam uma curadoria, ou seja, uma análise de quais são as tecnologias mais adequadas a serem implementadas ou não ambiente escolar.

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Isso se justifica, segundo ele, por existir um grande leque de tecnologias disponíveis e é preciso selecionar aquelas que mais façam sentido no desenvolvimento dos estudantes. 

“A tecnologia está em nossas vidas e sua utilização é fundamental. Numa plataforma em que o aluno interaja e veja vídeos, você pode extrair dados. Como está o desenvolvimento dele? Como estão os acertos? E a partir desses dados podemos gerar informações à escola sobre quais atividades o educador precisa abordar melhor, reforçar. E como o aluno pode melhorar a aprendizagem”, disse.

Dentre essas tecnologias, o fundador da Bernoulli Educação destaca aquelas que facilitem a inclusão de estudantes com deficiência. 

“Existe a questão da possibilidade de a tecnologia favorecer a inclusão. Alunos com deficiência, com o uso da tecnologia, você consegue envolvê-los mais, atraí-los mais. Por exemplo, leitores de texto, conversores de texto em áudio, aumentar a letra do livro digital”, afirmou.

“Escola é muito mais o como do que o quê”

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Para Henrique Romano é necessário que as escolas se atentem em “como” adaptar as mudanças tecnológicas na rotina dos alunos e proporcionar uma educação transformadora. 

Segundo ele, é preciso sair do lugar comum para que exista um desenvolvimento real no segmento. 

“Eu acredito que uma escola é muito mais sobre o como do que o quê, quando falamos do o quê, não há uma escola no Brasil que não diga que tenha um projeto pedagógico que quer ter um aluno como protagonista. Isso é requisito fundamental e básico, mas acaba caindo no senso comum”, disse. 

Para ele é necessário buscar caminhos que entreguem uma educação de qualidade e individualizada para os alunos, que reúna os pontos focais de uma instituição de ensino, seja no meio prático, teórico ou filosófico. 

“O como é muito mais importante, é de fato como você consegue entregar para um aluno essa proposta de valor. Por isso, a escola teórica é muito diferente da escola prática e é preciso conectar a essa escola filosófica, porque para nós, é o dia a dia o grande desafio”, afirmou. 

Qualidades de novos líderes

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Durante do Data Business, Paula Orrico, head de Dados da Futura, apresentou o relatório Educação: dados do setor, que traça um panorama do setor, mostrando o que o mercado de trabalho tem demandado e como a educação pode contribuir para a formação de novos líderes.

Um dos dados revelados é que há 20 anos, as grandes empresas buscavam executivos com expertise técnica, administrativa e financeira. A partir de 2007, as empresas passaram a buscam gestores com foco em soft (social) skills.

Educadores e gestores da área também debateram nos painéis inovações na metodologia de ensino, o impacto social da educação e o ensino superior como motor do desenvolvimento.

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.