Economia

Fiscais do trabalho resgatam oito 'escravos' em fazenda no Pará

Fiscais do trabalho resgatam oito ‘escravos’ em fazenda no Pará Fiscais do trabalho resgatam oito ‘escravos’ em fazenda no Pará Fiscais do trabalho resgatam oito ‘escravos’ em fazenda no Pará Fiscais do trabalho resgatam oito ‘escravos’ em fazenda no Pará

Oito trabalhadores, dois deles adolescentes, que estavam submetidos à condição análoga à de escravo foram resgatados pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) em Medicilândia, no interior do Pará, região de Altamira – a 900 quilômetros de Belém -, em operação fiscal iniciada no dia 15 e finalizada nesta sexta, 25.

A ação envolveu fiscalizações no interior e no entorno da Reserva Extrativista Verde para Sempre, numa propriedade localizada às margens do rio Jarauçu, onde ocorre a criação de gado bovino para corte, informou a Secretaria de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

A operação teve a participação de representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Polícia Militar do Pará.

Os auditores-fiscais do Trabalho conduziram o empregador à Delegacia da Polícia Federal em Altamira (PA), ‘em razão do flagrante de trabalho escravo e posse ilegal de armas de fogo, utilizadas para ameaçar os trabalhadores’.

O fazendeiro recebeu voz de prisão em flagrante também pelo crime de corrupção ativa. Segundo os auditores, durante o percurso até a delegacia da PF, ele ‘tentou subornar os servidores que o conduziam’.

A Justiça Federal decretou a prisão preventiva do fazendeiro.

A equipe de fiscalização constatou ainda que o pagamento de salários não era realizado, ‘o que caracterizou servidão por dívida’.

“Os trabalhadores eram obrigados a adquirir alimentos e itens básicos de subsistência no estabelecimento comercial do empregador, sem que houvesse ciência e controle dos preços praticados, muito superiores aos da própria região, permanecendo em constante e inafastável endividamento”, explicou o coordenador da ação fiscal, o auditor-fiscal do Trabalho Magno Riga.

Ele ressalta que foi considerado determinante o isolamento em que se encontravam os trabalhadores, uma vez que a localidade, Porto de Moz, é acessível somente pelo rio Jarauçu e fica a quatro dias da zona urbana mais próxima.

Constatadas as irregularidades, foi determinada pela auditoria a regularização da situação dos trabalhadores, com o pagamento de todos os salários devidos e demais direitos previstos na legislação. Todos os trabalhadores resgatados receberão parcelas do seguro desemprego a que têm direito, informou a Secretaria de Previdência e Trabalho.