A formação de mão de obra qualificada foi o tema central do CEO Meeting 2025, do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (IBEF-ES). O encontro reuniu líderes empresariais e representantes do governo estadual e resultou em uma carta entregue ao governador Renato Casagrande. O documento aponta os gargalos e propõe caminhos para garantir crescimento econômico sustentável, com foco no investimento em capital humano.
Apesar do bom momento econômico, o Espírito Santo enfrenta uma escassez crítica de profissionais preparados para atender às demandas de diferentes setores produtivos. O Estado tem a quarta menor taxa de desemprego do país, mas apenas 15,3% da população possui ensino superior completo. Os líderes consideram que esse índice é considerado baixo no cenário internacional e insuficiente para alcançar as metas previstas no Plano ES 500 Anos.
A falta de mão de obra qualificada tem levado empresas capixabas a buscar profissionais em outros estados. Esse movimento eleva custos logísticos e reduz o impacto multiplicador da geração de empregos locais. Os líderes chamaram atenção de que, além disso, cresce o descompasso entre a formação oferecida e as competências exigidas pelo mercado. Do mesmo modo isso dificulta a implantação de projetos que dependem de profissionais especializados.
Líderes: propostas para melhorar negócios
Outro desafio apontado pelos líderes é a mudança no perfil dos jovens. Segundo o documento, 68% deles preferem vínculos flexíveis, empreendedorismo ou trabalho informal, em vez de contratos tradicionais regidos pela CLT. Desde 2012, o trabalho informal aumentou 55%, reduzindo a disponibilidade de mão de obra formal qualificada. O cenário também tem influência da diversidade geracional e do trabalho híbrido, que amplia a competição por talentos e dificulta sua retenção no Estado.
Para enfrentar os desafios, os líderes que participaram do CEO Meeting propõem ampliar o número de escolas de tempo integral e elevar para 50% as matrículas em ensino técnico até 2035. A carta também sugere a criação de polos de competência em municípios do interior, parcerias entre empresas e instituições de ensino, programas de requalificação e letramento digital, além da revisão da legislação trabalhista para adequá-la às novas dinâmicas do mercado. O IBEF-ES defende que o Espírito Santo consolide sua imagem nacional não apenas pela estabilidade fiscal e logística, mas pela capacidade de preparar e reter talentos.