Economia

'Cintra foi demitido para evitar especulação da volta da CPMF', diz ministro

Guedes disse que a equipe econômica estava apenas fazendo simulações e que não há um desenho fechado da nova tributação

‘Cintra foi demitido para evitar especulação da volta da CPMF’, diz ministro ‘Cintra foi demitido para evitar especulação da volta da CPMF’, diz ministro ‘Cintra foi demitido para evitar especulação da volta da CPMF’, diz ministro ‘Cintra foi demitido para evitar especulação da volta da CPMF’, diz ministro
Foto: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que aceitou a demissão de Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal, para acabar com especulações da imprensa sobre o retorno da CPMF e para resguardar o presidente Jair Bolsonaro, em fase de recuperação após cirurgia.

O ministro argumentou que “num momento particularmente frágil”, Bolsonaro ligou do hospital, onde está internado e manifestou contrariedade com notícias sobre o retorno do imposto. “A visão é de um homem entubado, visivelmente precisando de tranquilidade, de recuperação física, de novo (veio o tema da) CPMF”, acrescentou. Guedes disse que a equipe econômica estava apenas fazendo simulações e que não há um desenho fechado da nova tributação.

“Não foi o presidente que pediu a cabeça (de Cintra). As versões são que o presidente exigiu. O presidente não exigiu nada. Eu mesmo me antecipei e falei com o Cintra que nós combinamos que não era para falar nisso (novo imposto). E ele respondeu que o secretário é que detalhou o estudo”, disse Guedes em coletiva com correspondentes internacionais, nesta sexta-feira.

Questionado se o novo imposto ainda está em estudo, após a demissão de Cintra, Guedes evitou retomar o tema. “Afastei alguém para não conversar sobre isso. Quem falou sobre isso na última vez foi demitido”, complementou.

Segundo o ministro, o que está em estudo é a criação de um imposto que deve incidir sobre o pagamento de bens e serviços. Ele negou que significará um crescimento da carga tributária, porque outros tributos devem ser extintos. “Os dois têm a mesma base, são transações, mas são impostos diferentes. A CPMF incidia sobre movimentações financeiras, esse não. Esse incidiria sobre pagamentos de bens e serviços, ou seja, também vale para o pagamento em dinheiro”, afirmou.