Economia

Processo de acesso à OCDE é reconhecimento de que somos grande País, diz Guedes

Ministro da Economia enfatizou também que "mais de um terço dos requisitos legais (exigidos pela OCDE) foram atendidos por este governo".

Processo de acesso à OCDE é reconhecimento de que somos grande País, diz Guedes Processo de acesso à OCDE é reconhecimento de que somos grande País, diz Guedes Processo de acesso à OCDE é reconhecimento de que somos grande País, diz Guedes Processo de acesso à OCDE é reconhecimento de que somos grande País, diz Guedes
Foto: Marcos Correa/ Pr

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil é um grande país e que faz parte do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e que agora foi convidado a participar da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

Ele não comentou sobre a existência do Mercosul. “O processo de acesso à OCDE é o reconhecimento de que somos grande país. Nos faltava essa dimensão”, afirmou, dizendo que era uma de suas prioridades na agenda internacional desde o início do governo.

O ministro também afirmou que o Brasil é o único país a participar dessas três entidades simultaneamente. 

“(O Brasil) É o único. Somos um País multicultural, com a maior democracia do Ocidente, que está entre as 10 maiores economias de mercado, maior potência verde do mundo e também uma potencia digital”, citou mencionando mais uma vez o prêmio de governo mais digitalizado das Américas, “à frente de EUA e Canadá”.

Ao final do pronunciamento – os jornalistas não puderam fazer perguntas -, Guedes fez uma pequena menção sobre o Mercosul, dizendo que o bloco nos últimos anos foi “arrefecendo” e “descendo”.

O ministro enfatizou também que “mais de um terço dos requisitos legais (exigidos pela OCDE) foram atendidos por este governo”. A entidade exige o alinhamento a 215 instrumentos e o Brasil já aderiu a 103 deles, 37 no governo Bolsonaro. 

“Estamos há mais de 30 anos tentando esse acesso e apenas neste governo fizemos um terço do que temos, sabendo-se que há dois estamos em pandemia”, afirmou. Na realidade, o Brasil solicitou a entrada na OCDE em 2017, durante o governo de Michel Temer.

Guedes comentou que se encontrou algumas vezes com o novo secretário-geral da OCDE, Matheus Cormann. A última delas foi em Roma, durante a reunião do G20, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, mas citou também que se reuniu com o australiano em Washington. Cormann, segundo o ministro, teria dito sobre a importância do Brasil para a OCDE, principalmente em relação à questão ambiental.

Mais uma vez, Guedes descreveu o encontro dizendo que afirmou ao secretário-geral que gostaria de ver esse reconhecimento em forma de adesão do Brasil à OCDE. 

“Disse que sabia que éramos importantes, mas que queríamos esse reconhecimento”, pontuou. O ministro também repetiu o relato sobre um encontro e um telefonema com a secretária do Tesouro americano, Jannet Yellen. “Yellen pediu ajuda do Brasil para aprovação do acordo global de tributação, e demos.”

Nesta terça-feira, 25, OCDE aprovou a abertura do processo de acessão à entidade que fica em Paris a seis países: Brasil, Argentina, Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. 

Com isso, os candidatos poderão começar oficialmente o processo de adesão, que costuma demorar de três a quatro anos. Há a expectativa, no entanto, de que os trâmites, no caso doméstico, serão mais céleres porque o Brasil é o mais avançado entre os postulantes – aderiu a 103 de 215 instrumentos da organização até o momento.

A aprovação do Projeto de Lei Cambial no fim do ano passado pelo Congresso pode ser vista como mais um avanço para o Brasil se adequar aos padrões internacionais indicados pela OCDE. 

O processo estava paralisado nos últimos anos por causa de um embate entre os Estados Unidos e a União Europeia. O bloco exigia que a cada novo membro do globo na organização, um país do continente também deveria ingressar na entidade. 

O então presidente Donald Trump, no entanto, torcia o nariz para um crescimento tão rápido da OCDE. Inicialmente, Trump tinha preferência pela Argentina, mas depois que um governo mais à esquerda ganhou a eleição no País vizinho, os EUA passaram a apoiar o Brasil.

Ao contrário de outras entidades multilaterais, a OCDE não é conhecida por ações financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). A entidade é uma referência para padrões internacionais, principalmente nas áreas de economia e educação.