*Artigo escrito por José Mauro Rocha de Barros, diretor regional da Associação Brasileira dos Mentores de Negócios, sócio fundador da Sociedade Yotta, membro do Comitê Ibef Agro e do Comitê Qualificado de Conteúdo de Empreendedorismo e Gestão do Ibef-ES.
No mundo dos negócios, o empreendedorismo é uma jornada de inovação e risco, mas o que realmente separa os bem-sucedidos dos que fracassam é a capacidade de executar suas ideias com disciplina.
Segundo Ram Charan, Jim Collins e Carol Dweck, o sucesso empresarial depende do equilíbrio entre mentalidade de crescimento e execução disciplinada. Já Joseph Schumpeter definiu o empreendedor como o “agente da destruição criativa”, capaz de transformar mercados e impulsionar o progresso econômico.
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Peter Drucker, por sua vez, destacou que empreender vai além de ideias inovadoras, exigindo implementação eficiente.
Empreendedorismo em diferentes setores
Empresas como Apple, Amazon e Tesla revolucionaram setores inteiros porque estruturaram negócios robustos. No Brasil, Nubank e XP Investimentos são exemplos de adaptação à realidade, enquanto no Espírito Santo, empresas como Águia Branca e Grupo Buaiz se destacam pela combinação de inovação e execução disciplinada.
Dweck explica que existem dois tipos de mentalidade: a mentalidade fixa, que acredita que talento e inteligência são inatos e imutáveis, e a mentalidade de crescimento, que vê desafios como oportunidades de aprendizado e evolução. Jeff Bezos, fundador da Amazon, enfatizava a importância de experimentação: “Se você dobrar o número de experimentos, dobrará sua inovação”.
Charan argumenta que “estratégias falham não por serem erradas, mas por não serem bem executadas”. Ele destaca três pilares para uma execução eficaz: a disciplina na gestão, com metas claras e alinhamento de equipe; processos bem estruturados, que se utilizam de métodos sólidos para garantir a eficiência e pessoas certas nos lugares certos, para talentos que transformam estratégias em realidade.
Empresas no Brasil e no ES
Esse modelo explica por que algumas empresas crescem e outras estagnam. Startups falham por falta de execução, enquanto gigantes como Google e Ambev mantêm sua relevância dominando esse processo.
Um ditado indiano resume bem essa ideia: “Fazendo, fazendo, um dia feito”. A Águia Branca, empresa fundada no Espírito Santo, expande suas operações desde 1946, tornando-se referência em eficiência e inovação no setor de transportes, em um ambiente hostil e desafiador que é empreender no Brasil, com juros altos, burocracia e crises.
No entanto, os empresários mostram resiliência e adaptação. Guilherme Benchimol (XP Investimentos) inovou o setor financeiro tradicional, enquanto Daniel Velez e Cristina Junqueira (Nubank) revolucionaram o modelo bancário.
No cenário capixaba, o Grupo Buaiz e a Águia Branca demonstram como inovação e execução disciplinada garantem longevidade empresarial. O sucesso empresarial depende tanto de ideias inovadoras quanto da capacidade de testá-las e escalá-las. Charan ensina que “liderança não é um cargo, é uma disciplina de execução”.
Portanto, o sucesso de uma empresa, qualquer que seja seu porte, passa por uma boa relação de inovação contínua e execução disciplinada. Embora pareça simples, isso exige equilíbrio de competências organizacionais, desempenhadas por equipes bem afinadas.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.